sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O OBREIRO E O SEU PREPARO PARA A OBRA DO SENHOR λόγος SEMINÁRIO TEOLÓGICO

O OBREIRO E O SEU PREPARO PARA A OBRA DO SENHOR

λόγος
SEMINÁRIO TEOLÓGICO








PALAVRA PASTORAL

Há no meio evangélico Obreiros mal formados, sem caráter, caloteiro, mundano, encrenqueiro, prostituto, fofoqueiro, e outros “utos e eiros”, que não cultivam os Frutos do Espírito Santo e que mais cedo ou mais tarde sairão da Obra. Falam mal da igreja, pastor e etc. Alguns até colocarão a igreja na justiça, dizendo que viveram injustiças nela.
A maioria não teve um discipulado, outros pouquíssimos conhecimentos Bíblicos, Teológico ou de Fé Cristã.
Voltando ao nosso assunto. Para alguns, o trabalho como Obreiro se resume apenas em:
Trabalhar no culto segurando a sacola de oferta;
Ungindo as pessoas e expulsando demônios (exorcismo);
Na porta da igreja recebendo as pessoas (quando recebe); ou, do lado de fora da igreja com outros obreiros batendo papo. Isso sem se falar de outros assuntos ruins que não deve ser discutido agora como: fofoqueiros entre outros.
Eu já vi e conheci diversas “pessoas” que foram levantados a Obreiro. Não posso afirmar que fora de um padrão, por que esse padrão não existe, mas de diversas formas que você como candidato deve fugir:
O Candidato pode ser levantado pelo Espírito Santo através de um, Pastor ou através de um Padrinho/Amigo/Parente Pastor (que é o mesmo que ser levantado pela carne). Exemplos:

1 – Levantado pelo Espírito Santo – O Candidato escolhido é levantado sem que alguém tenha algo contra sua vida dentro ou algo fora da igreja que manche sua conduta. Sua vida é impecável diante dos homens e também diante de Deus. Quando digo “diante dos homens” me refiro à família, parentes, vizinhos e colegas de trabalho. Nos dias de hoje não se vasculha a vida do candidato como na época em que fui levantado. Bom se ainda fosse assim, mas amém, que cada um mostre caráter de Deus fora e dentro da Igreja.
Esse se dedica fielmente a Obra, mostra amor aos necessitados e queima o desejo em ganhar almas para o Reino de Deus.

2 – Levantado pela Carne – É o mesmo que ser levantado sem condição espiritual alguma.
Bom, creio que todos já sabem o que acontece quando existe na igreja Obreiros da Carne, não é? Só problemas. Ou eles ficam um tempo, dois tempos, são sufocados pelos problemas, pelo diabo e se vão. Alguns anos depois criam um perfil no youtube, Face Book para falar mal da Igreja e a vida dele vai ficar amarrada até o dia em que ele pedir perdão. Mas isso é outra história.
E aí? Como você quer ser levantado? Pela Carne ou Pelo Espírito?

Para um melhor aperfeiçoamento dos candidatos segui um estudo e no final deste estudo, alguns pré-requisitos para ser um candidato a obreiro aqui na Comunidade Pentecostal Cristo para as Nações e a parte final é o curso propriamente dito ( C.F.O).
Deus o abençoe.

Pr. Celso Soares Neto







INTRODUÇÃO

Existem três tipos de pessoas que a Bíblia afirma que Deus está constantemente à procura. Deus está procurando por intercessores:

"E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. " (Ez 22:30)

Ele também procura adoradores:

"Mas a hora vem, e agora é em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (Jo 4:23)

A escassez de intercessores destrói a terra, enquanto a escassez de adoradores entristece os céus. E por fim, o próprio Jesus afirma a necessidade de obreiros:

"Então disse a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas os obreiros são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. " (Mt 9:38, 39)

A escassez de obreiros determina o fracasso da igreja em relação à grande colheita. Quando a igreja deixa de colher, Satanás o faz, alargando as portas do inferno e assolando a sociedade.
Este texto apresenta o clamor que sobrecarregava o coração de Jesus. Mediante um mundo de necessidades, ele se depara com a demanda de obreiros, pessoas que estão não apenas dispostas, mas legitimamente afinadas com a vontade de Deus para desempenharem o mais nobre serviço a que um ser humano pode se envolver. Pessoas que vão transformar o destino eterno de tantas outras.
Uma importante questão é que a mobilização deste tipo de contingente é precedida por um processo de qualificação que poucos correspondem ou se propõe a submeter. Jesus desfecha esta conclusão dizendo:

"Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. " (Mt 22:14)

Há uma longa distância entre ser chamado e ser escolhido. A abordagem deste material se resume em percorrer este estreito caminho, onde tantos tem fracassado.
Esta afirmativa de Jesus revela um efeito funil. De muitos sobram poucos. Isto mostra como o mundo espiritual impõe um processo de seleção. Ou seja, muitos são chamados, todos são provados, porém, poucos são os aprovados.
Não é de qualquer jeito, ou do nosso jeito que vamos caminhar no chamado de Deus. É importante entender, que apesar de nós sermos os chamados, o chamado é de Deus e não nosso.
Apesar de tudo que envolve o tratamento de Deus, pessoas chamadas estão diante da maneira mais sublime e significativa de viverem as suas vidas. Aceitar o chamado de Deus significa concordar com a grande realidade que não sabemos a melhor forma de vivermos nossas próprias vidas, mas o Senhor sabe.
A procura de Deus deve se encontrar com a nossa procura, e a nossa procura deve se encontrar com a procura de Deus. Desta intercessão emerge um genuíno ministério que pode, até mesmo, afetar toda uma geração. Este foi o grande apelo do mais incansável obreiro do reino de Deus:

"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar que maneja bem a Palavra da verdade. " (II Tm 2:15)

Esta apostila, além de possuir um caráter cirúrgico, irá prover uma radiografia da personalidade sob um ângulo muito pouco observado, que revelará suas deficiências básicas e motivacionais, apontando para uma erradicação de tudo aquilo que sustenta os mais graves quadros de reprovação.
Nos bastidores da sua alma, uma grande revolução espiritual está prestes a romper. Uma mudança profunda que certamente será percebida por quem mais interessa: O Deus a quem amamos. Entre nesta leitura com os olhos abertos, ouvidos atentos e acima de tudo um coração responsivo!
Ler em casa da página 5 á 52 antes de começarmos o curso.



















Antes de ser obreiro...

"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar que maneja bem a Palavra da verdade.” (II Tm 2:15)

Antes de Paulo mencionar sobre a postura de obreiros, ele aborda duas situações fundamentais que não podem ser, em hipótese alguma, negligenciadas. Ele fala sobre "procurar" atender estas condições: "Procura apresentar-te a Deus ( 1 ), aprovado ( 2 )... ". Isto é o que vamos tratar, respectivamente, nos dois primeiros capítulos.
O objetivo primário de alguém que "procura" é simplesmente encontrar. A questão é que algumas coisas estão mais escondidas do que imaginamos. Também, pode-se levar um tempo maior que o esperado para serem obtidas. Como veremos, só depois de vinte anos no deserto em Padã Arã é que Jacó atingiu estas condições, restaurando seus relacionamentos e redimindo sua identidade.
Na verdade, indispensavelmente, antes de fazer qualquer coisa para Deus precisamos de um encontro com estas realidades. Este processo vai até os porões da alma eliminando a vergonha e todas as demais impurezas que bloqueiam o fluir do Espírito Santo.
Surge, então, uma capacidade divina de manejar bem a palavra da verdade que se expressa através de um estilo de vida que prevaleceu sobre cada estado crônico de reprovação.
Sob esta perspectiva, a Palavra de Deus não é a "espada do pregador", porém, como Paulo afirma, ao mencionar a armadura de Deus, é a "espada do Espírito Santo", que apenas corta através de nós na mesma profundidade que cortou a nós mesmos:

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hb 4:12)

ENTENDENDO O JUÍZO DE DEUS

"Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos: porque realizo em vossos dias uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada. " (Hc 1:5)

Quantos podem dizer um grande aleluia para esta tremenda mensagem profética? Quantos acreditam nesta obra inacreditável que Deus, de repente, está por realizar na sua própria vida? Algo de maravilhar, de admirar e espantar a todos. Uma obra, também, de proporções tão grandes que seria percebida entre as nações.
O que Deus realizaria que quando alguém fosse nos contar seríamos incapazes de acreditar que tal coisa pudesse estar acontecendo? A que tipo de milagre, promessa ou intervenção divina o profeta se refere?
À primeira vista, tudo isto parece algo muito desejável. As expectativas incitadas aqui tornam este versículo uma realidade ainda mais assustadora. Esta é a grande surpresa de Deus para pessoas, ministérios, cidades e nações.
Na verdade, poucos discernem este texto. Ou seja, a maioria até crê neste versículo, porém de uma maneira totalmente equivocada e desalinhada em relação ao seu contexto original. Na verdade, esta é uma das profecias mais distorcidas da Bíblia pelos crentes. Seria, portanto, de extrema relevância, se compreendêssemos melhor os bastidores desta promessa em palco.
Depois de um tempo de muita excelência e prosperidade que culminou no reinado de Davi e Salomão, a nação, aos poucos, no decorrer das gerações, vai entrando em expressiva decadência e começa a ser advertida de muitas formas e por muitos profetas. Vêm, então, uma terrível fase, onde parece que a idolatria e a impiedade definitivamente triunfariam. Esta foi, então, a resposta que Deus deu à oração desesperada do profeta Habacuque, quando este clamava e reclamava do silêncio divino e da sua aparente insensibilidade mediante tanto pecado e injustiça praticados impunemente pela "nação santa" (Hb 1:1-4). Só as pessoas que veem o pecado com os olhos de Deus podem entender de fato este texto. Na verdade, o que está em pauta, é uma forte intervenção divina através de um grande juízo que surpreenderia a todos, o que se cumpriu quando Jerusalém foi arrasada e o povo levado em cativeiro para Babilônia.
Normalmente, o pecado, não apenas traz uma dinâmica de escravidão, como também um terrível processo de insensibilidade moral, dureza de coração, seguido pela cauterização da consciência. Isto torna ainda mais difícil, radical e desafiante o ofício profético.

Dois desafios proféticos

1. Levar o povo a crer na obra do juízo de Deus, destruindo as falsas convicções.

Invariavelmente, as pessoas religiosas estão à cata de profecias abençoadas. Elas não estão interessadas em ouvir e entender o coração de Deus e por isso não toleram a palavra profética quando são advertidas.
Seus ouvidos estão programados para não ouvir aquilo que contraria seus interesses e desejos.
Quanto mais insistimos nesta posição, tanto mais aceleramos e intensificamos o juízo de Deus, e o pior, menos cremos neste juízo vindouro e maiormente seremos surpreendidos por ele.
Qual seria, de fato, esta obra tão admirável, referida por Habacuque, que ninguém creria? A resposta não é outra senão um terrível tempo de julgamento divino. A nação seria destruída e exilada! Um duro processo para tratar com as mais profundas raízes da apostasia e idolatria. Este princípio também ensina e adverte que temos uma forte tendência para a incredulidade quando a questão é o juízo de Deus!
Milagres não transformam nosso caráter, o juízo de Deus sim. O juízo sempre começa pela casa de Deus. Este é um princípio de ação do reino moral. No primeiro capítulo de Habacuque Israel é julgado, no segundo, Babilônia é julgada e no terceiro as nações são julgadas. Começou por Israel e atingiu todo o mundo.
Antes dos avivamentos de ordem mundial causados pelos testemunhos de Mesaque, Sadraque e Abdenego na fornalha, e também de Daniel revelando o sonho de Nabucodonosor, decifrando a mensagem para Beltessasar e depois na cova dos leões, Israel experimentou o maior julgamento da sua história, até então. Foi num contexto de juízo e purificação que o Deus de Israel foi glorificado e conhecido, por várias vezes, em todas as nações do mundo!
Chega uma hora em que Deus trata severamente com nosso orgulho, nossa obstinação, nossas tradições, nossos pecados costumeiros, por mais que aparentemente estamos "bem" espiritualmente. Todo tipo de segurança que descarta o quebrantamento e a humildade é uma armadilha que construímos para nós mesmos.
Deus estava chamando o povo a uma purificação, porém foi ignorado. Vez após vez os profetas tentaram avisar um povo ensurdecido e obstinado. A classe religiosa estava tão segura em si mesma que qualquer profecia neste sentido era totalmente absurda. Desprezaram os verdadeiros profetas. Estavam tão acomodados com seu estilo de vida pecaminoso e religioso que seriam inevitavelmente pegos de surpresa!
Isto sempre acontece quando se pratica uma "espiritualidade" que tolera a imoralidade e a corrupção. O juízo tarda, mas não falha, como Deus disse a Habacuque:

"Pois a visão é ainda para o tempo determinado, e se apressará até o fim. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente virá, não tardará."
(Hc 2:3)

Pensando bem, a obra maravilhosa de Deus foi, na verdade, maravilhosamente horrível. Um julgamento de espantar a todos. O povo foi saqueado, o templo que era tido como um amuleto que garantia a proteção divina foi arruinado, os filhos foram levados cativos, os muros e as portas da cidade queimados e destruídos.
Ninguém acreditava que tamanha destruição e escravidão poderiam sobrevir. Todo povo exilado numa terra estranha, com uma língua estranha e com deuses ainda mais estranhos. Apenas desta forma é que Israel aprendeu a abominar a idolatria que praticaram por tanto tempo.
O primeiro tipo de incredulidade que Deus quer quebrar nas nossas vidas é em relação ao seu juízo. Aquela visão otimista e romântica da nossa religiosidade que nos torna insensíveis ao nosso pecado precisa cair por terra. Nosso conceito de prosperidade normalmente é falido. São atalhos que muitas vezes nos levam a perder a direção de Deus.
Gostamos das soluções rápidas, milagreiras, no estilo micro-ondas. Mas, isto contraria nossa própria natureza, que exige um processo para se desenvolver.
Quanto mais as pessoas se concentram nestas soluções momentâneas para resolver os problemas agudos e aliviar a dor, mais esta atitude contribui para piorar o caráter crônico da situação.
Quanto mais pensamos que tudo tem que dar do nosso jeito, mais surpreendidos seremos pelo tratamento de Deus. Não é fácil quebrar aquela falsa convicção de que Deus está conosco quando na verdade estamos é obstinado.
Ninguém acreditava que Jerusalém fosse entregue aos inimigos e levados para a "terra da confusão": Babilônia. Ninguém suportava a ideia que o templo pudesse ser profanado e destruído, e os seus vasos roubados. A cidade santa humilhada, ferida e cativa.
Quando Jeremias profetizava contra Jerusalém, isto era interpretado pelos líderes da nação como sacrilégio, um terrível absurdo. Mas simplesmente, para surpresa de todos, foi o que aconteceu!
Poucos homens, como Jeremias, Habacuque, Ezequiel, acreditaram nesta obra admirável. O povo inteiro estava enganado! Os líderes da nação estavam distraídos! Os sacerdotes estavam errados! É terrível pensar que Deus está conosco de uma forma, quando ele está de outra totalmente oposta!
Este é o maior trauma que alguém pode sofrer. Ir para uma terra estranha. Permanecer num lugar que não é o lugar onde as promessas vão se cumprir. Aprender a ser um peixe fora d'água não é fácil.
O processo de Deus mudar determinadas convicções erradas que temos é extremamente doloroso, mas necessário. Envolve muitas desilusões. O problema é que algumas desilusões matam não apenas as falsas convicções, como também as verdadeiras.
Mesmo após o tempo prescrito para o cativeiro terminar, os exilados ainda permaneciam na inércia gerada por tanta decepção e sofrimento. Aqui entra o segundo desafio profético.

2. Levar o povo a acreditar na restauração

Agora os profetas de Deus tinham um novo desafio: fazer o povo acreditar na restauração de Deus. Esta foi uma tarefa tão difícil quanto a de fazer o povo acreditar no juízo.
Basta ler Neemias, Ageu, Zacarias, para entendermos o esforço que é necessário ser empreendido para restaurar a fé de pessoas abatidas e desiludidas pelo julgamento divino.
Toda pessoa e ministério tem seu momento de perturbação, desilusão e incredulidade. Este tempo muitas vezes é longo. Um bom exemplo desta realidade aconteceu com João Batista, o apóstolo do avivamento. Ele estava tão deprimido e perturbado dentro daquela prisão que todas as suas convicções vacilaram.
Mesmo depois de ter visto o Espírito Santo em forma corpórea de pomba descer sobre Jesus, confirmando sua identidade messiânica, e de haver declarado abertamente a todos que estavam diante do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, vendo cumprido o que Deus lhe falara (Jo 1:33), ainda assim, ele havia perdido a fé na sua missão maior que era ser o precursor do Messias. Sua vida parecia vazia e sem sentido naquela prisão. É como você, talvez, esteja se sentindo agora!
A verdade é que todos nós passamos por situações e provas como estas. Porém, aqui estão as maiores oportunidades de saltarmos na fé, correndo nas pegadas das gazelas, conquistando lugares ainda mais elevados. O problema é poucos conseguem perceber estas oportunidades que tem o poder de nos lançar para o topo da dependência de Deus.

Algumas lições acerca do juízo divino

- Deus sempre tem um plano de resgate que é elaborado antes de sermos entregues ao cativeiro. Antes da destruição do templo de Salomão, no capítulo quarenta do livro do profeta Ezequiel, Deus já havia dado a planta do novo templo a ser restaurado. Aqui entendemos o princípio onde o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo. Deus nunca age irresponsavelmente. Ele está pronto para lidar com os desvios da raça humana. O objetivo final do juízo não é destruir, mas reconstruir de acordo com o propósito original.
- Todo juízo que experimentamos é um atestado do investimento de Deus. Depois que Deus julga alguém, o próximo passo é que ele vai usar este alguém. A identidade, a consciência e o propósito ganham clareza e profundidade e podemos edificar sobre o alicerce adequado. Entendemos melhor quem somos em Deus e onde devemos chegar.
Compreendemos que as tribulações são importantes no desempenho da nossa missão. Aquele otimismo e romantismo egoísticos são substituídos por uma motivação inegociável de tão somente glorificarmos a Deus, não importa se é pela vida ou pela morte, pela abundância ou pela escassez, pelo sucesso ou pelo "fracasso". A cruz tem os seus paradoxos.

- Reconstruir é mais difícil que construir, porém existe um outro princípio aqui. O que você reconstrói é sempre melhor que o que você construiu. A experiência é a mestra da sabedoria. A glória da segunda casa é sempre maior que a da primeira. Tudo que você aprendeu com a destruição será usado na reconstrução.

- "O justo viverá pela fé" (Hc 2:4). Esta é talvez a principal lição que aprendemos quando somos trilhados pelo tratamento divino. Aprendemos a temer e tremer diante da palavra que procede da boca de Deus.
Aprendemos que única fonte de direção e segurança é a palavra de Deus. Ela está acima de todas as circunstâncias, pressões, opressões e situações.

"Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido. " (Sl 91:7)

Quantos podem confiar nesta verdade apesar de vivermos num tempo onde tantos estão abalados e atingidos pela incredulidade e desistência?
Existe um lugar de proteção. Alguns tem achado este lugar. São os que se submetem ao tratamento de Deus com fidelidade. Homens como Daniel, Neemias, Ezequiel, Sadraque, Mesaque, Abdinegro e tantos outros, que mesmo no cativeiro mantiveram a sua fidelidade e experimentaram o poder manifesto de Deus.
Eles prevaleceram mediante as condições mais desfavoráveis. Entenderam a justiça divina, confessaram as culpas da nação e as iniquidades dos pais. Se compadeceram daquela geração e intercederam pela restauração do povo que se encontrava em total assolação. Fizeram toda a diferença!

O CONHECIMENTO DINÂMICO DE DEUS

Este texto expressa uma visão aprimorada, nua e crua, sem ilusões, de como Deus age conosco, para que possamos, realmente, conhecê-lo:

"Vinde, e tornemos para o Senhor porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida, e a ligará. Depois de dois dias nos dará a vida: ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra. " (Os 6:1-3). O Deus que fere e que cura

O grande drama da cura de Deus é que ela, na maioria das vezes, é precedida por uma ferida, também de Deus. Antes de um cirurgião remover um tumor, ele precisa usar o bisturi para cortar. Não se pode curar sem operar e não se pode operar sem ferir. Esta é uma lei óbvia para quem trata responsavelmente das raízes dos problemas das pessoas.
Precisamos conhecer a Deus neste sentido. É comum pularmos os dois primeiros versículos do texto mencionado, fugindo do seu contexto e teorizar ou racionalizar o conhecimento divino. Porém, conhecer a Deus na essência, é experimentar o que Oséias experimentou. O conhecimento de Deus começa com as feridas que ele mesmo abre em nossas vidas: "... ele despedaçou, e nos sarará, fez a ferida, e a ligará."
Toda pessoa e ministério poderosamente usados por Deus precisa poder dizer o que Paulo disse: "Trago no meu corpo as marcas de Cristo". Da mesma forma, Isaías descreve o Messias como "ferido de Deus". Jacó, também, foi atingido pela espada do anjo do Senhor.
Deus sabe como nos ferir no ponto certo. Ele tem a perícia de um exímio cirurgião.
Existe, porém, uma diferença entre a ferida e a cicatriz. A cicatriz nada mais é que a ferida curada. A marca e a lembrança existem, porém, a dor, a vergonha, as vulnerabilidades foram totalmente superadas. É importante mencionar, não apenas as "feridas de Deus", mas as "cicatrizes de Deus". Acima de tudo Deus é um Deus de cicatrizes. A essência da unção messiânica é restaurar a cana quebrada e reacender o pavio que fumega. Cada cicatriz de Deus representa uma tremenda gama de experiências profundas que redunda num conhecimento divino legítimo e palpável. Isto pode ser perfeitamente traduzido pelas palavras de Jó após todo o seu sofrimento:

"Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isto me abomino, e me arrependo no pó e na cinza". (Jó 42:5, 6)

Conhecer a Deus não é meramente ser um expert em Bíblia e teologia. Na verdade, na mesma proporção que alguém se torna um exímio defensor de suas doutrinas, pode também assimilar uma tendência de tornar-se não ensinável, independente, fechado para a diversidade e anti-sinérgico.
Este tipo de bloqueio engessa o crescimento e peca contra a progressividade da revelação divina. Este é o doentio processo de tradicionalização da mente.
É crucialmente necessário manter uma postura de flexibilidade capaz de não desprezar o "velho" como também, não nos fechar para o "novo" de Deus:

"E disse-lhes: Por isso, todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas". (Mt 13:52)

Segundo Oséias, conhecer progressivamente a Deus é o processo onde Deus fere, trata da ferida, cicatriza, vivifica e ressuscita. Em cada processo cirúrgico, Deus vai removendo tudo aquilo que impede nossa fé em relação ao seu caráter. Quanto mais esta fé cresce, tanto menos valorizamos as crises circunstanciais. A adoração e uma perspectiva sólida da grandeza de Deus brotam poderosamente em nossas vidas.

O cântico de Habacuque: o espírito do verdadeiro adorador

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; ainda que falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja gado. Todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, ele fará os meus pés como os da corça, e me fará andar sobre os meus lugares altos." (Hc 3:17-19)

Este é o espírito do cântico de Habacuque! Ainda que não estamos vendo as possibilidades de crescimento e frutificação, ainda que não sentimos a unção, ainda que estamos sendo confrontados com a escassez de recursos e resultados, ainda que muitos estejam nos abandonando, todavia, Deus permanece fiel e digno da nossa fidelidade! Isto, realmente, é adoração!
Este é o processo pelo qual vamos conhecer a Deus e colocar em Deus e em mais nada ou ninguém a nossa confiança e satisfação. Então o Senhor será nossa força, nos fará saltar e caminhar por lugares altos, acima dos mais elevados obstáculos. O livro de Habacuque começa com uma interrogação e termina com uma exclamação. Deus deseja transformar todas as nossas perguntas em respostas surpreendentes de fé!
Fidelidade deve existir, não apenas quando tudo vai bem, mas quando tudo vai mal. Tem um ditado que diz: "quando o navio afunda os ratos caem fora". É assim que Deus prova e conhece quem é quem. Quem é você?
Só nos momentos de prova é que você saberá!
Adoração é o saldo positivo de fé deixado pelas provas de Deus. Aqui nasce não apenas uma nova canção, mas é onde o espírito de um verdadeiro adorador é forjado. Esta foi a postura profética de Habacuque.
Só pessoas que compreendem o poder do tratamento de Deus alcançam este nível de fé e adoração. São pessoas curadas, que tem cicatrizes de Deus em suas vidas, pessoas sadias que adquiriram a integridade necessária para servir a Deus e suportar as pressões de um verdadeiro reavivamento!
"Eu ouvi, Senhor a tua fama, e temi; aviva, ó Senhor a tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da misericórdia. " (Hc 3:2) No círculo evangélico, avivamento é uma das palavras que estão na moda, em alta. Porém, percebemos que a maioria das pessoas não entendem bem as implicações pessoais de um avivamento. Se você realmente deseja e aspira o avivamento, se você quer a vinda de Deus para sua vida, igreja e sociedade, você precisa responder a esta pergunta que o profeta Malaquias faz:

"Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo do ourives e como o sabão de lavandeiros. " (Ml 3:2)

Você vai suportar a purificação de Deus? Você vai subsistir diante da sua correção? Vai aguentar o fogo purificador e a limpeza que ele quer fazer? Quando ele começar a lavar toda a roupa suja, desencardindo nossa alma, será que vamos suportar? Você ainda quer um avivamento? Um que comece por você???







CAPÍTULO 1


"Procura apresentar-te a Deus"... e não aos homens

Esta primeira situação fundamenta-se principalmente no aspecto motivacional do serviço. A ação intencional do coração é tão importante quanto o desempenho e a tarefa ministerial exercida.
O "para quem" estamos fazendo é tão relevante como "o que" estamos fazendo. A questão não é só fazer. É vital focalizar e disciplinar a motivação do nosso desempenho ministerial em agradar a Deus antes mesmo que servir aos homens.
Esta é uma questão de alicerce. O crescimento aparente se fundamenta numa base que ninguém pode ver porque encontra-se enterrada. Esta é uma importante lei da edificação. Quando pensamos em alicerces, entendemos que também é necessário crescer para baixo. Isto aponta para o trabalho de Deus nas nossas motivações. Sem este fundamento aquilo que estamos construindo fica comprometido.
Deus é capaz de avaliar a intenção de cada esforço praticado. Deus vê além daquela impressão externa que causamos nas pessoas. Obviamente, ele conhece nossas intenções mais íntimas.

"Deus não vê como o homem vê, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração. " (I Sm 16:7)

Esta foi uma advertência feita a um profeta que tinha profunda sensibilidade à voz de Deus e uma depurada capacidade de discernimento. Até Samuel estava deixando-se enganar pelas aparências. Este, porém, é um erro que Deus jamais comete. Na verdade, é tão fácil enganar as pessoas, quanto impossível enganar a Deus. Ele sonda e discerne nossas intenções mais profundas.
É desta forma que atestamos para Deus nosso fracasso moral e o adoecimento emocional. Uma motivação corrompida já condena uma obra antes mesmo de ser começada. É uma casa sem alicerces ou com alicerces subdimensionados. Por um lado as coisas acontecem, mas por outro vão tornando-se cada vez mais instáveis e vulneráveis.
Chegará o momento em que a frágil resistência do alicerce exibirá sua insuficiência sendo esmagada pelo peso próprio da obra. Esta é uma questão "matemática". De fato, apesar das coisas no mundo espiritual não funcionarem de forma imediata, elas funcionam com extrema precisão.
Sempre que uma construção desaba muita gente morre e machuca. Da mesma forma, todo investimento ministerial através de motivações doentias e obscuras não apenas é suicídio, como pode destruir a muitos.
Nossa motivação é crucial no que tange a sermos qualificados como obreiros. O que inspira nossas ações e motiva nosso serviço é tão relevante quanto a própria ação e o serviço em si. Na verdade, todo esforço íntimo no sentido de impressionar homens nos desqualifica perante Deus.
Quando valorizamos mais a opinião humana do que a aprovação divina, exibimos uma motivação espiritualmente corrompida que compromete nosso serviço.

A LEI DOS DOIS ALTARES

Em várias ocasiões na Bíblia, percebemos a necessidade de se levantar dois tipos de altares: um escondido ou íntimo e o outro público ou testemunhal; um para Deus e outro para as pessoas. O primeiro altar fala do testemunho que Deus dá acerca de nós e o segundo altar fala do testemunho que damos acerca de Deus.
Existe, porém, uma importante sequência a ser obedecida. O altar íntimo sempre precede o altar do testemunho. Esta é a lei dos dois altares. Ou seja, antes de sermos apresentados aos homens, precisamos nos apresentar diante de Deus.
A afirmação dos homens não vale muita coisa quando não temos a aprovação divina. A vida íntima com Deus sempre precede a vida pública com os homens.
Sempre que invertemos esta sequência transgredimos esta lei. Aqui, entendemos porque tantas pessoas, da mesma forma que se levantam com uma aparência que impressiona, subitamente "desaparecem".
Sem uma vida íntima com Deus, agregamos uma inconsistência que mais cedo ou mais tarde nos fará vítimas da vida pública e da imagem que tentamos sustentar perante as pessoas, Esta foi a terrível transgressão de Saul que o desqualificou como rei. Mesmo depois de desobedecer a Deus, ele ainda continuava mais preocupado com sua imagem pública, do que com a sua situação diante de Deus:

"Ao que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu Deus." (I Sm 15:30)

A Bíblia nos adverte que não podemos basear nossa vida numa aparência sem consistência. Impressões superficiais que convencem a opinião pública duram muito pouco. Portanto, não se pode evitar a destruição daquilo que é aparente. É como a erva e a sua flor sob o impacto causticante do "Sol da Justiça":

"Pois o sol se levanta em seu ardor e faz secar a erva; a sua flor cai e a beleza do seu aspecto perece... " (Tg 1: 11)

Aparente ou permanente? Este é o grande dilema motivacional. A receita da consistência espiritual é um compromisso pessoal, íntimo e constante com a vontade revelada de Deus:

"... aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre. " (I Jo 2:17)

Motivações e princípios

Sacrificando no altar íntimo nós revelamos nossas motivações e sacrificando no altar público expressamos nossos valores e princípios. Motivações por natureza tem um caráter oculto, enquanto que nossos valores e princípios tem um caráter evidente, comportamental.
Da mesma forma que é fácil perceber os valores e princípios de uma ação, pode ser extremamente difícil descobrir a motivação.
Do ajustamento sinérgico entre as motivações santificadas do coração e os princípios divinos praticados depende a consistência da personalidade e a integridade espiritual.
Por mais que nossas motivações sejam certas, se o princípio é errado, o resultado será morte. Igualmente, por mais que agimos com o princípio correto, porém se a motivação é errada e corrompida, o resultado também será morte.
Davi teve uma motivação correta ao trazer de volta a arca para Jerusalém, porém agiu com o princípio errado colocando-a nos lombos de bois e não nos ombros dos sacerdotes.
O princípio ensina que o sacerdote carrega o peso da responsabilidade de conduzir a presença de Deus.
Este princípio foi quebrado. No primeiro tropeço dos bois, Uzá colocou sua mão na arca para que esta não caísse. Estava tentando ajudar. Novamente vemos alguém muito bem intencionado, porém, quebrando um princípio. Ele não estava autorizado a tocar na arca.
Por mais bem intencionado que Davi e Uzá estivessem, Uzá morreu fulminado.
De outra sorte, ou azar, Ananias e Safira ofereceram aos apóstolos uma grande oferta de uma propriedade que venderam. Estavam praticando o princípio de dar. O princípio estava totalmente correto.
Porém, eles não estavam dando livremente. Eles queriam em troca reconhecimento público. Queriam tanto impressionar a todos que não tiveram a sinceridade de coração de dizer que precisavam de parte daquele dinheiro. Então eles falaram que estavam dando tudo, quando na verdade retiveram parte do preço da propriedade. Mentiram não só aos homens, mas ao Espírito Santo. Ambos morreram. Fico imaginando quantos Ananias e Safira já estão mortos ou morrendo dentro de nossas igrejas.

O ALTAR ESCONDIDO E O ALTAR PÚBLICO

O altar secreto do quarto e a recompensa pública que vem de Deus

"Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente, " (Mt 6:16)

O quarto pode ser definido como qualquer lugar onde rotineiramente desfrutamos de uma privacidade com Deus. Dentro do quarto, somos nós mesmos, exercitamos total transparência e podemos derramar nosso coração com sinceridade.
Altar é o lugar onde nossa vontade é quebrantada e simplesmente damos a Deus tudo que ele está pedindo. É um lugar de sacrifícios, onde oferecemos a Deus algo que nos custa e que lhe é agradável e verdadeiro.
A palavra "sacrifício" em latim significa "tornar santo", Todo altar é um local onde somos poderosamente tocados e transformados pela voz de Deus, Este é o mais elevado princípio de santificação pessoal, No "altar do quarto" oferecemos uma parte do nosso dia, do nosso tempo, e, portanto, da nossa vida, buscando a face de Deus e examinando as Escrituras.
Este altar secreto não se constrói na igreja, ou através da comunhão com os irmãos, mas no quarto, a sós com Deus, Jesus está explicando o poder de uma vida devocional e do relacionamento pessoal com o Pai.
É no quarto que vamos ter as mais fortes e íntimas revelações e experiências. No quarto aprendemos a apoiar a nossa fé numa dependência total de Deus e não de pessoas.
A consciência pessoal que Deus é a nossa fonte inesgotável determina a linha da maturidade. Muitas vezes alimentamos uma expectativa nas pessoas que deveria ser canalizada apenas para Deus.
Isto é aceitável durante um espaço de tempo como recém-convertidos, porém se perdura, podemos nos condenar a uma vida espiritual imatura e que oscila de acordo com as circunstancias, Sempre que dependemos mais de pessoas do que de Deus nos expomos a muitas decepções que tendem a nos fragilizar ainda mais.
Uma vida ministerial "pública" bem sucedida nada mais é que o efeito espiritual do relacionamento pessoal e da vida secreta com Deus,

O campo das ovelhas e o campo de batalha

“Disse mais Davi: O Senhor que me livrou das garras do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu”. Então disse Saul a Davi:
Vai, e o Senhor seja contigo, “(l Sm 17: 37)

Aqui temos o altar solitário do campo das ovelhas precedendo o testemunho no campo de batalha, quando o herói de guerra dos filisteus, que afrontava o exército de Israel, foi publicamente derrubado. Antes de vencer Golias, Davi, no anonimato, venceu as garras de um leão e de um urso. Antes de se impressionar com a presença intimidadora do gigante, Davi havia se impressionado com a grandeza de Deus. Na verdade, quem venceu Golias não foi Davi, mas o relacionamento que ele tinha com Deus.
Davi sabia como fazer da solidão do campo uma oportunidade constante de desfrutar da presença divina. Isto fez dele um verdadeiro adorador. Não havia ninguém mais ao redor para querer impressionar ou que pudesse corromper sua motivação. Sua vida de adoração era pura e legítima.
Antes de tomar a espada de Golias, Davi recebeu uma harpa de Deus. A harpa de Deus recebemos no altar oculto e a espada do gigante recebemos no altar do testemunho, quando Deus nos recompensa publicamente.
Esta é a unção de Davi; a harpa de Deus numa mão e a espada do gigante na outra. Desta forma ele repreendeu e venceu o principado demoníaco que vinha perturbando o rei e o governo da nação por tanto tempo: "E quando o espírito maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor e o espírito maligno se retirava dele.” (l Sm 16:23)

Depois de Davi ter vencido a Golias, expondo sua cabeça à multidão, o rei impressionado com o feito tentou se informar sobre quem era aquele rapazinho que surpreendera a todos. O mais interessante é que ninguém sabia ou podia dizer quem era Davi:

"Quando Saul viu Davi sair e encontrar-se com o filisteu, perguntou a Abner, o chefe do exército: De quem é filho esse jovem, Abner? Respondeu Abner: Vive a tua alma, ó rei, que não sei. Disse então o rei: Pergunta, pois, de quem ele é filho,” (I Sm 17: 55, 56) Davi era um desconhecido, um "Zé Ninguém" para os homens. Porém, apesar de não ser conhecido pelos homens era muito bem conhecido de Deus! Quando Golias desafiou todo o exército pedindo: "... dai-me um homem, para que nós dois pelejemos " ( I Sm 17:10), Deus ouviu a oração de Golias e deu-lhe Davi. Apesar de também ter sido desprezado pelo gigante, era a arma secreta de Deus.
Esta é a bênção do Vale do Carvalho, o altar do testemunho, onde Deus recompensa nosso relacionamento com ele, e nos entrega publicamente os nossos inimigos. Este vale é muito estratégico por que a partir dele é que muitas oportunidades surgem.
O testemunho ungido que vem de uma vida secreta com Deus tem o poder de ampliar as nossas fronteiras.
Após vencer o herói dos filisteus, a vida de Davi tomou outro rumo que o conduziu ao governo da nação.

O altar escondido dentro do Jordão e o memorial fora do Jordão

O Jordão é o limite da mudança. É quando você sai do deserto e passa a conquistar e desfrutar de um território onde as promessas de Deus vão se cumprir. Do deserto, ou você sai aprovado, ou você não sai, morre!
O Jordão é para aqueles que não só saíram do Egito, mas que também abandonaram a mentalidade de escravos. O Jordão também comunica o sentido real do arrependimento.
Arrependimento não é apenas você reconhecer que errou, não é apenas você admitir e confessar os fracassos morais, não é apenas você dizer: realmente eu fiz estas coisas que não deveria ter feito e sinto muito.
Na verdade, nenhuma destas situações definem o arrependimento. Confundir confissão com arrependimento é um grave erro.
Como você já deve saber, arrependimento é traduzido originalmente da palavra grega "metanóia" que significa mudança de mente e propósito. É quando você resolve mentalmente e com absoluta determinação: este erro que eu fazia, não vou fazê-lo mais! As tentações à que eu cedia minha vontade, não vou ceder mais! Nem que tenha que suar sangue! Mudei minha motivação, disposição, direção e mentalidade! Esta é a genuína dimensão do arrependimento.
Esta decisão interna de mudança estabelece uma nova direção que nos reconcilia com a verdade e o propósito de Deus. A inconstância é substituída pela firmeza e determinação. Um novo posicionamento que concorda com a vontade divina é firmemente estabelecida. Somos conduzidos a vitórias inesperadas e surpreendentes! É aqui que o pecado e a corrupção se ajoelham diante do poder do Espírito Santo. A partir de um arrependimento genuíno, "não é você que vai deixar o pecado", "é o pecado que vai te deixar".
O altar do Jordão é um dos principais marcos de Deus na vida de uma pessoa. Este batismo de arrependimento também foi celebrado por dois altares: um escondido no leito do Jordão e o outro fora do Jordão com pedras tiradas do leito do rio.
O altar escondido fala da experiência íntima, da mudança de coração e mentalidade, a que o próprio Deus testemunhou que aconteceu conosco:

"Amontoou Josué também doze pedras no meio do Jordão, no lugar em que pararam os pés dos sacerdotes que levavam a arca do pacto; e ali estão até o dia de hoje. " (Is 4:9)

Este altar é só para aqueles que pisaram o leito seco do Jordão. Depois que as águas voltaram a percorrer o leito do rio, ninguém mais podia ver aquele altar, senão Deus.
O altar público, por sua vez, é o testemunho que damos do que Deus fez, de como ele realizou o milagre da mudança em nossas vidas. É simplesmente o fruto de uma experiência pessoal e íntima com Deus:

"Tirai daqui, do meio do Jordão, do lugar em que estiveram parados os pés dos sacerdotes, doze pedras, levai-as convosco para a outra banda ... "
(Js 9:3)

Toda travessia na vida, toda mudança espiritual de endereço e mentalidade é marcada por estes dois altares. Tudo começa com o testemunho que Deus dá acerca de nós e se completa com o testemunho que damos acerca dele. Esta é, portanto, a primeira parcial do princípio de nos apresentar diante de Deus.














CAPÍTULO 2


"Procura apresentar-te ... aprovado, como obreiro ...

Antes de ser um obreiro, é também necessário estar aprovado. Como observamos no título acima, a palavra "aprovado" precede a palavra "obreiro". Obedecer esta sequência é essencial. Uma pessoa que não está aprovada pode comprometer não apenas sua vida, como também a obra que realiza.
Esta segunda situação aborda a necessidade de uma qualificação. Obviamente que a primeira situação, tratada no capítulo anterior, é um pré-requisito para esta.
O ponto de partida da obra de Deus são as nossas motivações. Em primeiro lugar precisamos alinhar nosso perfil motivacional com o temor de Deus, em segundo lugar estarmos aprovados e, só então, desempenhar nosso serviço ao Senhor.
A rigor, antes de mais nada, é importante entender que nós somos a obra de Deus. Estamos em construção. Somos o templo que o Espírito Santo está edificando. O lugar que Jesus está preparando na eternidade para nós (Jo 14:2 ) está dentro de nós mesmos : é o nosso homem interior que se exteriorizará em glória num corpo celestial ( I Co 15:40-54).
Aquela "mansão" que você espera morar no céu está sendo invisivelmente construída dentro de você mesmo, através da visível obra e transformação que o Espírito Santo está fazendo em sua vida, em virtude da sua maleabilidade, quebrantamento e submissão à vontade divina.
Em se tratando de servir a Deus, o mais importante não é fazer, mas deixar Deus fazer em nós. Quando Ele faz em nós, certamente também fará o mesmo através de nós. De fato, existe uma enorme diferença entre você fazer a obra de Deus e Deus fazer a obra dele através de você. Por isto é tão importante o princípio da cooperação.

" Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. " (I Co 3:9)

A questão básica da aprovação

Gostaria de propor uma pergunta: Qual é a primeira coisa que temos que fazer para sermos aprovados diante de Deus? Dê uma paradinha na leitura e tente responder...
Invariavelmente, quando pergunto às pessoas o que temos que fazer para sermos aprovados diante de Deus, quase sempre, ouço muitas respostas redundantes.
Alguém logo responde: obediência! Outros asseguram: temos que temer ao Senhor! Ainda outros afirmam com certeza: para. Sermos aprovados temos que andar em santidade! Viver por fé! ...e assim vamos ouvindo respostas cada vez mais "espirituais", mas que fogem da simplicidade da pergunta.
Alguns se aproximam mais dizendo que é necessário passar na prova. Porém, antes de passar na prova precisamos fazer a prova. Então, a primeira coisa a fazer para sermos aprovados é simplesmente: a prova! Ninguém pode ser aprovado numa prova que não fez! Só existe um caminho para a "aprovação": a provação, testes, tentações, etc.!

"Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam. " (Tg 1:12)

Quantas vezes fazemos promessas e votos para Deus que não cumprimos? Falamos: Deus, eu vou crer em ti! ... Eu vou obedecer meu chamado ministerial! ....
Eu vou ser fiel a ti com minhas finanças! ... Vou ganhar muitas almas para o teu reino! ...
Porém, quando a primeira necessidade surge, entramos em colapso. A primeira dificuldade no chamado vem, e já pensamos em desistir: "talvez não seja bem isto o que Deus tenha para mim". Quando as pessoas que nos ajudam financeiramente se esquecem de nós, ou o salário encolhe, esmorecemos e ficamos feridos e desanimados. Aos poucos, nos acomodamos ao ritual da igreja, aos cultos, aos seminários e congressos e nos esquecemos dos que se perdem. Cada vez que somos provados em relação aos propósitos que estabelecemos, simplesmente fracassamos. A verdade é que muitas provas vão acontecendo de maneira natural e sutil no decorrer da nossa vida. Porém, cada resposta insuficiente ou inadequada que damos a estas provas impõe amarras espirituais que, paulatinamente, nos distanciam da possibilidade de conquistar o sonho de Deus e cumprir o seu propósito.
Se, de fato, almejamos ser um obreiro no Reino de Deus, precisamos nos matricular na escola do Espírito Santo, tendo a disposição de sermos tratados e edificados pela Palavra de Deus. Esta escola dura a vida inteira e o Espírito Santo têm um currículo especial, dinâmico e apropriado para cada um de nós.
Nossas motivações mais íntimas, nossa fé e perseverança, nossas convicções e sentimentos, nosso conhecimento, nosso chamado e ministério serão provados mediante toda sorte circunstâncias especificamente contrárias. Deus nunca é superficial banalizando nossas falhas de caráter e as distorções que ainda temos na nossa personalidade. Acima de tudo, a fé é uma musculatura que não pode deixar de ser exercitada.

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. " (Rm 8:28)

Este texto aponta para a necessidade de quebrar um sofisma que muitos tentam sustentar. Ou seja, quando atendemos ao chamado de Deus, mesmo andando em obediência, não quer dizer que só acontecerão coisas positivas e animadoras. O centro da vontade de Deus não nos isenta das provas, das dificuldades e das resistências oferecidas pelo mundo espiritual.
Quando Paulo fala: "... mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou " (Rm 8:37), o que ele quis dizer realmente com isto?
Ele estava se referindo a vencer o que? O que seriam "todas estas coisas"? Significa a resistência que está por vir, aquilo que vai nos testar consistentemente.
Gostamos da idéia de que somos vencedores sem ter que lutar, ou de sermos aprovados sem ao menos fazer a prova. Porém isto não é correto e não funciona desta forma. Paulo, então, explica:

"... quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?" (Rm 8:35)

Se você está passando por alguma destas situações, então você está diante da tremenda oportunidade de não duvidar do amor de Deus e tornar-se um vencedor.
A atitude certa de concordar com o caráter de Deus em cada prova funciona como uma senha que destranca portas e rompe as nossas fronteiras. A vitória de Jesus precisa ser endossada em cada luta que passamos através de uma identificação com o seu caráter.
Basicamente, é necessário um desprendimento para enfrentar qualquer situação. Encarar tudo como um acréscimo, ou seja, saber absorver a parte boa de toda e qualquer adversidade. Sem este entendimento abortamos a real possibilidade de sermos "aprovados".

A desintegração do caráter - A síndrome da debilidade moral crônica

Vivemos num mundo debilitado e degenerado moralmente. A decadência está em alta. O moral relativou-se a ponto de tolerar e ser confundido com o imoral.
Faceamos uma aguda inversão de valores que, absurdamente, é tida como avanço cultural e modernidade.
O pior é que isto está entrando para a igreja e contaminando-a. Pessoas que aceitam a debilidade moral crônica se amoldam às circunstâncias imorais que rotineiramente as afrontam. Acabam se conformando com os valores iníquos do presente século.
Em muitas igrejas o crescimento tem sido acompanhado pela mundanização. A ética da personalidade em detrimento da ética do caráter, onde os princípios básicos que regem o mundo espiritual são ignorados e violados, deixando tantos crentes à mercê das ataduras satânicas. O problema é que a ignorância não nos isenta das consequências e punições da quebra da lei.
Um estilo de vida embalado pela ignorância moral dá lugar ao caos social. É quando somos indulgentes com pecados chamando-os de "fraquezas". Começa pela tolerância ao pecado, segue a conivência, vem a insensibilidade e por fim uma consciência danificada, que compromete o alicerce da vida. O pecado torna-se, confortavelmente, uma rotina natural.
Nesta geração onde as verdadeiras leis e valores estão sendo relativados, a conivência com a fraqueza moral tem sido um Xeque-mate na mensagem e na integridade da igreja. A avalanche de males emocionais que está debilitando a sociedade atual, nada mais é que um efeito colateral sintomático da desintegração moral e de uma "prosperidade" permissiva.
Alguns pensam que certas debilidades fazem parte da sua personalidade. Muitas pessoas, dentre elas, obreiros, líderes e pastores, têm abraçado sua fraqueza moral como um vício evangélico, e estão tentando convencer a Deus que já nasceram moralmente débeis, que eles são assim mesmo e não tem jeito.
Porém, na verdade, esta debilidade de espírito produz impiedade e maldade, Esta falta de força moral dá lugar ao diabo, profanando a obra de Deus e trazendo escândalos e destruição.

Definindo a derrota

O que é derrota? Sob a perspectiva da aprovação, podemos abreviadamente definir derrota como sendo: "uma vida cíclica de reprovações" (Fig, 01). Ciclo é algo viciante onde nos vemos obrigados a voltar sempre no mesmo ponto.



Quando alguém enfrenta um ponto de prova e sucumbe, obrigatoriamente terá que retornar a esta mesma questão. Cada vez que fazemos uma prova e não somos aprovados, precisamos fazê-la de novo.
Esta situação obrigatória de voltar ao ponto do fracasso define a lei da prova, da qual ninguém escapa.
Do confronto com esta lei emerge um caráter de obediência ou uma alternativa de falência moral.
Portanto, a desgastante dinâmica de passar rotineiramente por uma mesma situação, que vez após vez, nos subjuga, constrói um quadro de derrota. Ou seja; é quando fazemos a prova e tomamos bomba! Então fazemos a prova novamente e tomamos mais uma bomba! Repetimos a prova e de repente uma nova reprovação! Cada vez, vamos sendo vencidos mais facilmente por aquele ponto de prova e convencidos por um sentimento de fracasso. Como Jesus replicou:

"Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. " (Jo 8:34)

Sentimo-nos vencidos e sem esperança. Isto tem sido uma dízima periódica na vida de muitos, levando-os à desintegração espiritual, apatia e apostasia.
Desta forma estes pontos específicos de prova tornam-se gigantes internos que nos subjugam, construindo fortalezas que acreditamos serem intransponíveis.
Precisamos aprender com Davi a saltar estas muralhas e vencer estes inimigos.
A Bíblia nos conta como Golias, o mais famoso herói dos filisteus, desafiou a qualquer homem do exército de Israel a enfrentá-lo num combate pessoal. Cada dia ele vinha no mesmo horário e fixava sua afronta humilhando e esmagando psicologicamente a todos:

"Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e à tarde; e apresentou-se por quarenta dias. " ( l Sm 17:16)

Esta é uma estratégia fria e calculista, onde o inimigo implanta uma mentalidade de derrota. Cada guerreiro de Israel tinha que "engolir" duas reprovações por dia. Eram derrotados pela manhã e pela tarde a cada dia! Golias impôs um processo cíclico de reprovação pessoal e coletiva simultaneamente.
Mediante as terríveis afrontas do gigante, dia após dia, cada guerreiro, tinha que aceitar o fracasso, se acovardando. Aquilo tornou-se uma rotina de humilhação, destruindo a autoestima de cada um dos homens do exército de Saul. Isto representou mais que uma derrota; foi um massacre!

"E todos os homens de Israel, vendo aquele homem, fugiam, de diante dele, tomados de pavor " ( l Sm 17:24) Cada afronta pública de Golias impunha um profundo sentimento de impotência que imobilizava a todos. Já estavam, não apenas, conformados com a situação de derrota, mas totalmente intimidados, desesperados e apavorados. Isto perdurou quarenta dias ininterruptos, até que Davi foi enviado por Deus. Temos aqui um verdadeiro quadro de derrota espiritual.
Este episódio revela a situação de muitos, que quando estão na igreja, junto com todos, mostram-se dispostos a tudo. Oram, louvam, pregam e testemunham com ardor. Porém, pessoalmente, sozinhos diante dos gigantes internos da ira, da impaciência com o cônjuge, da pornografia, das dívidas, ... não podem se controlar, encontram-se desacreditados e vencidos.

Definido o trauma

Na dinâmica desta vida cíclica de reprovações reside o verdadeiro ponto onde se concentram as nossas enfermidades. É impossível falar de derrota sem falar em trauma. Áreas de derrota são áreas traumatizadas.
Cada reprovação significa uma machucadura. Sob esta perspectiva, podemos definir o trauma como sendo: "o resultado de feridas e reprovações concentradas no mesmo ponto".
Quando era criança, uma das minhas diversões prediletas era andar de carrinho de rolimãs. Havia uma grande ladeira onde descíamos apostando corrida. Os acidentes eram inevitáveis. De repente joelhos e cotovelos estavam em carne viva. Era respirar fundo, segurar a dor e descer de novo acreditando no sucesso.
Porém, um tombo, mais cedo ou mais tarde, acabava acontecendo novamente. O mesmo cotovelo ralado estava agora, sem a casca e dolorosamente ferido.
Uma ferida em cima de outra ferida ... A dor e o medo, imediatamente, superava o prazer pela diversão!
Esta é uma forma bem prática de definir um trauma: é quando você machuca em cima de um machucado que já havia sido machucado! Só de pensar, em alguém encostar neste local sobre-atingido, já dói! Um terrível medo de ser novamente ferido se instala, como um mecanismo automático de defesa.
Psicologicamente, este ponto vai sofrendo uma fragilização constante, tornando-se cada vez mais susceptível a colapsos onde a própria estrutura pode se romper, como um osso que se quebra, produzindo danos permanentes, ou de recuperação mais demorada.
Temos visto pessoas que depois de fazer cinco vestibulares mal sucedidos, desistem de vez dos seus sonhos profissionais. O mesmo acontece em muitas outras situações onde nossas habilidades são testadas.
Tudo isto também descreve como se encontra a vida moral e emocional da maioria das pessoas. Na verdade, o que podemos constatar, é que todos já lutaram ou estão lutando com áreas de trauma e derrota.

O processo do aprofundamento da ferida

Reiterando, cada ciclo de reprovação impõe um novo golpe sobre a ferida. O nível da dor vai intensificando e aprofundando cada vez que o mesmo perfil de prova nos subjuga. Vai-se ferindo o que já estava ferido. Este quadro de derrota funciona através de um tipo de "efeito parafuso" aprofundando a dor e as raízes do estado de reprovação (Fig. 02).
Moralmente falando, podemos definir a profundidade do trauma conto sendo a "vergonha". A intensidade desta vergonha e constrangimento espiritual pode ser determinada pela distância entre a primeira e a última reprovação, como demonstra o diagrama.

[Milindrosidade - Retraimento - Vulnerabilidade]

Existe um tipo de vergonha que é saudável e promove a decência, porém existe esta outra vergonha que é um escravizaste sentimento que vem como resultado deste processo crônico de debilitação moral, abusos sofridos, perdas tatuadas por um sentimento de injustiça, inferioridade e amargura. Por mais que tentamos fugir, aquela mesma coisa sempre nos persegue e repete.
Invariavelmente, onde existe este tipo de vergonha espiritual também existe muito medo, culpa e dor. A vergonha moral que atormenta nossa memória estabelece a profundidade que este ciclo de reprovações crônicas tem cavado na nossa alma.
Paulo insiste que é necessário estarmos diante de Deus não apenas como obreiro, mas "como obreiro que não tem de que se envergonhar. " É fundamental lidarmos com esta vergonha da alma. Precisamos apresentar esta mesma posição e disposição de consciência com a qual Jesus encarava e confrontava toda habilidade acusadora de Satanás: "... aí vem o príncipe deste mundo, e ele nada tem em mim. " (Jo 14:30)

Dimensionando a profundidade do trauma

O trauma, invariavelmente, fragiliza a personalidade, comprometendo também a formação do caráter.
Podemos especificar isto dizendo que quanto mais profundo o trauma, tanto maior é a milindrosidade, o retraimento e a vulnerabilidade.
Esta sequência estabelece uma estratégia de ataque onde emocionalmente somos lançados num abismo.
Essa espiral da reprovação nos suga com a força de um tornado.

1. Milindrosidade

Quando estamos com uma região do corpo traumatizada qualquer esbarrãozinho por menor que seja é extremamente doloroso. Depois de sofrer vários impactos na mesma região ou várias rejeições numa mesma área, a milindrosidade se instala e começa a "fazer parte" da personalidade.
A pessoa torna-se proprietária de uma área hipersensível, o que afeta seus relacionamentos, tornando-os instáveis. Estas áreas hipersensíveis também desequilibram o humor e o temperamento da pessoa, fazendo dela alguém de difícil convivência.
Algumas pessoas são tão melindrosas que é necessário uma ginástica tremenda para conseguir uma aproximação maior e tocar no seu problema. Uma correção bem intencionada pode ser drasticamente interpretada como rejeição e agressão.
Desta forma, a milindrosidade pode comprometer espiritualmente a pessoa ainda mais, conduzindo-a a um maior nível de retraimento, o que só piora e torna a situação ainda mais perigosa.

2. Retraimento

O retraimento engessa a pessoa num comportamento onde a ferida passa a ser o eixo da vida. Você sabe como isto funciona: quando alguém ameaça encostar no "machucado em cima do machucado que já tinha sido machucado", a tendência é se afastar abruptamente da possibilidade do toque. A tendência natural é retrair, fugir, afastar, inibir...
Uma jovem me contou um episódio da sua infância quando ao ser levada no dentista, na primeira distração de sua mãe, ela fugia e voltava sozinha para casa. A dor apavora as pessoas, levando-as a fugir.
Certa vez, meu amigo, me falou algo que jamais poderia imaginar: Celso, você só pode ser considerado um missionário aprovado na Rússia depois de ir ao dentista! Por quê? Logo perguntei. Com um sorriso sem graça ele relatou suas dolorosas experiências de ter que tratar de algum dente por dentistas, um tanto quanto indelicados, e sem tomar nenhum tipo de anestesia! Não é fácil se expor a algo assim, mas algumas vezes, simplesmente, não há outra opção.
Alguém já disse que Deus opera "sem anestesia". Permita-me contar uma piadinha de crente: Um homem passou em frente uma igreja pentecostal e começou a ouvir os gritos das pessoas lá dentro. Era uma reunião a portas fechadas e sua curiosidade aumentou ainda mais. Ele ficou parado por uns instantes ouvindo os berros, o choro e o clamor do povo, até que tomou coragem e se aproximou do diácono à porta:
Moço! O que está acontecendo aí dentro? O diácono prontamente respondeu: Deus está operando! Ele, curiosamente questionou: Mas, Ele não dá anestesia???
Pode parecer que não, mas a dor emocional é ainda mais contundente que a dor física. A pessoa começa a se isolar. Os relacionamentos obrigatoriamente tornam-se superficiais. A motivação preponderante é não deixar ninguém se aproximar. Alguns juram dentro de si mesmos: ninguém vai se aproximar suficientemente para poder ferir-me novamente!
O medo de ser ferido, o pavor de uma nova rejeição, a vergonha do trauma e da culpa, acaba levando a pessoa para uma jurisdição de trevas, ocultamente de pecados e solidão espiritual.
Tenho atendido muitas pessoas que estão literalmente em prisões espirituais por causa de abuso sexual, prática de aborto, tentativas de suicídio, casos de adultério, prática de homossexualismo, pornografia, homicídios e aí por diante. Situações em que as pessoas recusam-se a expor.
Um dos piores tipos de ocultismo é o "ocultismo evangélico", onde acreditamos que devemos encobrir nossos pecados e vergonhas. O problema é que Satanás é quem rege esta jurisdição. Ele é o príncipe das trevas. Todo pecado e trauma quando não são submetidos à luz ficam sob o poder de uma impiedosa exploração demoníaca.
Portanto, o retraimento, ao mesmo tempo em que trás certo "conforto emocional", também impõe uma terrível vulnerabilidade. Este passa a ser nosso ponto fraco predileto pelo inimigo sempre que ele decide nos atingir.

3. Vulnerabilidade

O trauma, por definição, passa a ser um ponto cada vez mais fraco. É um alvo crescente que o diabo só encontrará facilidades em acertá-lo!
Em muitos aconselhamentos quando fazemos uma "linha do tempo" em relação à vida da pessoa, percebemos golpes que se repetem obedecendo um mesmo padrão de ataque e objetivo.
Podemos perceber que sempre há determinada área que foi duramente perseguida e golpeada repetidamente. Alguns desde cedo foram perseguidos com discriminação racial, outros com abuso sexual e imoralidade, outros com abandono e traição, etc. De tempo em tempo, com pessoas e situações diferentes, a mesma agressão vem para aprofundar a ferida.
Sob o aspecto da batalha espiritual, o trauma obedece a um sentido rotineiro de ataque. É como uma luta de box. Depois que um dos lutadores conseguiu abrir o supercílio do seu oponente, ele passa a acertá-lo apenas naquele ponto. Mais dois golpes sobrepostos na mesma região ferida, e o adversário é fulminantemente nocauteado. Tornou-se vulnerável.







O processo de espiritualização da ferida

Ainda que a superfície da situação possa ser encoberta, e os outros nem imaginem o que está acontecendo, dentro da pessoa, a dor se aprofunda cada vez que ela convive com o fracasso diante da prova.
A falência da alma impõe também um processo de morte espiritual lenta. Isto explica a apatia e depressão espiritual que assola a vida de muitos. O trauma tem um terrível poder de penetração na alma cada vez que ele se repete.
Na mesma proporção que a dor se aprofunda e enraíza muitas tendências comportamentais nocivas se manifestam. É só uma questão de causa e efeito, raiz e fruto. Disto pode emergir um sutil processo de espiritualização da ferida.
Imagine uma pessoa envolvida com alcoolismo, drogas, imoralidade, etc. que acabou de se converter. Junto com a conversão a Jesus, ela acaba também incorporando o rótulo de crente.
Muitas pessoas na igreja definem superficialmente o crente como alguém que não bebe, não fuma, não vai mais aos bailes e boates, não pratica imoralidade, etc. Lógico que estas coisas são inconvenientes, mas a abstinência delas é imposta para satisfazer o novo padrão religioso adotado, porém, sem considerar as suas raízes causadoras e sustentadoras.
Por exemplo, suponhamos que esta pessoa recém-convertida tenha sofrido um doloroso processo de traição conjugal, ou foi violentamente abusada sexualmente na sua infância. Esta dor residual alojada na sua memória ferida nutre não só as cadeias pecaminosas, como também as influências demoníacas que afloram no seu comportamento.
Enquanto está vergonha não for removida através de um tratamento adequado e suficientemente profundo, a pessoa continua sujeita a variados tipos de mecanismos de defesa e compensação em busca de alívio para a dor emocional e moral que sente o que só reforça o problema espiritual que a confronta.
Como esta pessoa, agora, tornou-se crente, sentindo-se obrigada a abandonar os comportamentos mundanos, a tendência é migrar do "vício mundano" para um "vício gospel", evangélico. Algumas se refugiam na música, outras nas atividades da igreja, outras em estudos teológicos, etc.
Cometemos um grave erro de discipulado quando tratamos apenas dos pecados e vícios das pessoas sem lidar com a dor emocional e a vergonha moral que esta pessoa carrega. Cortamos a planta e deixamos a raiz.
Certamente o problema vai retornar e se manifestar, só que, agora, de forma mais "evangélica", "espiritual", porém a seiva procede de uma raiz contaminada.
Desta raiz de vergonha e dor pode emergir um intenso ativismo religioso. Apesar de tornar-se uma pessoa tremendamente prestativa, sua inspiração vem da carência emocional e da tentativa angustiante de compensar ou maquiar a vergonha que sente. Ao mesmo tempo em que a pessoa serve aos propósitos de Deus, também encontra-se sob forte perseguição demoníaca.
Na verdade, este ativismo religioso é espiritualmente passivo. É o disfarce da ferida. Por mais que a pessoa impressiona pelo que faz, espiritualmente falando, tudo isto produz um resultado mínimo no mundo espiritual. A motivação doentia destrói a eficiência espiritual da pessoa. Por mais que a pessoa galgue posições devido ao seu ativismo, sua vida está minada e sua obra comprometida.
Este quadro de derrota e fragilidade funciona como uma arma dormente que pode ser ativada caso a pessoa comece a reagir e ameaçar o esquema imposto pelo inimigo. Enquanto a pessoa fica quietinha, nas trevas, tudo bem. O inimigo até permite certo crescimento. Porém, quando esta pessoa reage e começa a fazer algo que representa uma ameaça, satanás ativa sua fortaleza atingindo seu ponto vulnerável.
Quantos casos como este temos presenciado? Pessoas são levantadas de forma rápida e carismática e de repente um grande escândalo destrói tudo. Muitos que ignoram este sutil esquema de espiritualização da ferida ficam sem entender: Como pôde aquela pessoa tão espiritual, tão ativa, cair num erro tão grave e absurdo como este?

As fortalezas espirituais da mente

Estas áreas de derrota são o alicerce sobre o qual Satanás constrói internamente suas fortificações em nossas vidas. Normalmente estas fortalezas malignas alojam-se nos pensamentos e manifestam-se através de mentalidades.
Uma das definições literais para estas "fortalezas" espirituais da mente pode ser ilustrada da seguinte forma: "uma casa construída por pensamentos, a qual abriga espíritos de natureza correspondente".
As fortalezas espirituais são feitas de pensamentos ou mentalidades que se apoiam no fracasso, na impotência e desesperança que sentimos em relação aos pecados que praticamos. É quando permitimos argumentos que se baseiam na incapacidade de evitar aquilo que sabemos, claramente, ser contra a vontade de Deus.
Cada vez, que a tentação nos encara, abaixamos a guarda, nos despimos de cada peça da armadura, deixando o pecado entrar. Tornamo-nos indefesos, como uma cidade sem muros perante o que parece ser uma sólida e irresistível ação do inimigo infiltrado em nossa mente.
Desta forma, alguns estão com a vida sentimental traumatizada, colecionando princípios quebrados e relacionamentos feridos; outros com a vida financeira acumulada de dívidas, fraudes e defraudações; outros, ainda, com a vida conjugal impedida por adultérios ocultos ou situações sexuais nunca resolvidas; etc.
Ou seja, cada vez que aquele tipo de tentação aborda a pessoa, a pessoa cede e aquele apelo vai se tornando cada vez mais forte, construindo um condicionamento espiritual que pode ser traduzido por cadeias pecaminosas e cativeiros espirituais.
Reiterando, uma fortaleza espiritual da mente pode ser definida como um estado espiritual profundo de desesperança e incredulidade onde sustentamos argumentos que sabemos serem claramente contrários à vontade e ao conhecimento de Deus.
Instala-se uma crise existencial entre o saber e o viver, entre o conhecimento e a prática, ou seja, uma incapacidade de adicionar à verdade, a fé e obediência. Prevalece, apenas, uma profunda sensação de inferioridade espiritual e depressão, que nos conforma com a derrota. Isto precisa ser e pode ser superado!

O ponto da dor - o princípio da cura

O ponto da dor é exatamente aquela situação que feriu profundamente nossa memória, a qual nos lembramos com angustiante vergonha, e ao mesmo tempo, com indescritível raiva ou indiferença, onde não queremos que ninguém se aproxime. Este é o ponto mais profundo do ciclo de reprovações crônicas.
Tentamos nos proteger de todas as formas e de todas as pessoas, até mesmo de Deus. Mas é exatamente neste ponto onde não querermos que ninguém chegue é que Deus quer chegar. Este é o ponto da cura.
No ponto da dor é que reside o princípio e o ponto da cura! Sem expor este ponto é impossível um arrependimento ou uma mudança de pensamentos em relação às fortalezas espirituais da mente que nos aprisionam. O grande golpe redentivo sobre a culpa e a vergonha é simplesmente expô-las em confissão a pessoas que tenham a unção divina para orar por nós. Todo arrependimento, todo desejo genuíno de mudança é acompanhado pela confissão, reconciliação e restituição.

































CAPÍTULO 3


Entendendo a provação

Já que o caminho da aprovação são as provações, é altamente importante entender o papel das provas divinas em nossas vidas. Em cada prova reside a oportunidade de reverter situações de derrota e construir não só hábitos, mas um caráter de obediência em pontos onde desenvolveu-se uma rotina de fracassos.
À medida que a desobediência dá lugar à obediência, a fé é edificada e as deficiências espirituais são supridas por um senso sobrenatural de segurança que vem da dependência divina.
Gostaria de mencionar pelo menos três objetivos principais das provas divinas que, obviamente, também trazem benefícios espirituais de caráter pessoal:

1. Expor-nos eliminando as impurezas

"Tira da prata a escória, e sairá um vaso para o fundidor. " (Pv 25:4 )

O fogo tem o poder de manifestar as impurezas para que elas possam ser eliminadas. Primariamente, uma prova vem para trazer à luz o que está em trevas, libertando-nos da hipocrisia e orgulho, gerando humildade, transparência e coerência. As máscaras caem e começamos a descobrir o poder e a satisfação libertadora que existe na transparência.
Não temos que carregar o excessivo peso de pecados secretos e fraquezas ocultas que nos apavoram com a possibilidade de rejeições. Quanto mais tentamos proteger nossas feridas e vergonhas, mais nos afastamos da verdade, da liberdade e da felicidade. O medo de ser novamente ferido acentua-se e a alma torna-se encarcerada. Tomamos um caminho oposto à vereda do justo que é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.
A realidade é que Deus conhece muito bem a grossa casca de religiosidade e justiça própria que usamos para nos relacionar com as pessoas, impondo um ambiente de trevas e cegueira espiritual.
Ele também conhece a pessoa débil e ferida que está lá dentro desta casca, e sabe como nos tirar desta prisão e deste condicionamento emocional onde já nos viciamos num relacionamento hipócrita, superficial e até mesmo mentiroso.
Frequentemente tenho encontrado pessoas que chegam a acreditar nas próprias mentiras. Aqui entra o eficiente papel das provas que vem para desmoronar a falsa aparência que tão habilidosamente construímos.
Invariavelmente este processo é doloroso e muitas vezes humilhante. Porém, Deus vai tratar com as nossas vergonhas. Isto é algo com o qual Ele não negocia.
O objetivo é que venhamos a ser: "...como obreiro que não tem do que se envergonhar... "
Onde há vergonha também existe culpa, medo e dor. Este tipo de vergonha é sintoma de pecados, traumas e maldições não resolvidos. O objetivo é produzir uma iniciativa voluntária de transparência e humildade onde o estado de derrota começa a ser subvertido.
O nível de acusação e condenação demoníaca que sofremos é proporcional à vergonha que ainda nutrimos interiormente. A Bíblia garante que quando nos expomos, quando andamos na luz, os relacionamentos são restaurados e tornam-se significativos. O estado crônico de pecado e reprovação é subjugado pelo poder do sangue de Jesus:

"Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado. " ( l Jo 1:7)

Nossos relacionamentos bem como a purificação dos nossos pecados estão condicionados a um estilo de vida responsável e transparente.

2. Testar as nossas reações instantâneas

"Sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança; e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que seja perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma. " (Tg 1:3,4) Um outro objetivo das provas é gerar pro atividade e domínio próprio naquelas áreas em que somos vulneráveis. Muitos de nós desenvolvemos uma incapacidade de amortecer choques. Tornamo-nos duros de alma e reativos.
Quando alguém nos bate, também batemos; quando alguém nos xinga também xingamos; quando alguém nos trata bem, então o tratamos bem ...
Esta dureza de coração peca contra a maturidade e é o princípio de ação do divórcio que nos leva a colecionar relacionamentos frustrados e destruídos.
Desta forma nos amoldamos às tentações, nos conformamos com este século e nos tornamos escravos das circunstâncias.

Agindo no espírito oposto

"Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sedes prudentes como as serpentes e simples como as pombas. " (Mt 10:16)

Esta declaração de Jesus expressa um dos mais elevados princípios de batalha espiritual. Ele ensina o grande segredo de não reagir, mas de agir no espírito oposto ao ataque oferecido contra nós.
Só venceremos situações de ódio e inimizade com perdão, situações de avareza agindo com generosidade, situações de impureza demonstrando pureza e retidão, situações de maledicência com palavras abençoadoras e assim por diante...
Desta forma, amontoamos brasas sobre a cabeça da pessoa, discernindo e desarmando a inspiração maligna que a manipula. Caso contrário, tudo que conseguimos é infernizar ainda mais a situação.
Esta disciplina de alma, que conceituamos de domínio próprio, é o fruto produzido pelo Espírito Santo em nossas vidas, mediante um estilo de vida marcado pelo quebrantamento e renúncia.
Para ser prudente como as serpentes, que é um símbolo do próprio Satanás, é necessário ser uma ovelha, e não um lobo, no meio de lobos. Não podemos pisar no terreno do inimigo aceitando suas provocações e lutando contra carne e sangue. É necessário domínio próprio. Satanás sempre entra pela brecha do descontrole.

"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo. " (Ef 4:26,27)

Podemos irar e não pecar. A ira não é pecado. A ira é um sentimento que desempenha o importante papel de quebrar a nossa indiferença em relação à injustiça.
Porém, este pico emocional, cogita, também, com a possibilidade de descontrole e pecado.
Quando alguém invade nossa privacidade ou pratica uma injustiça e presenciamos isto, automaticamente nos iramos. Porém, isto deve nos conduzir não mais que ao exercício de um zelo equilibrado e justo.
A ira, também, deve durar momentaneamente. Ela não deve ser conservada além do limite de tempo suficiente para produzir em nós uma ação justa que aquela situação requer.
Ninguém deve dormir irado, senão o ressentimento se instala, produzindo ações injustas. É o que Paulo quer dizer com: "não se ponha o sol sobre a vossa ira ".
Cada dia que passa, cada vez que o sol se põe sem vencermos a ira, o coração ressente, o corpo adoece e a alma descontrola, exibindo atitudes implacáveis.
A ira, como qualquer outro sentimento ou desejo, precisa estar espiritualmente sob controle. O exercício deste comportamento faz frutificar o domínio próprio. Quando isto não acontece, ou seja, quando ao invés de dominarmos a ira ou qualquer sentimento que seja, somos dominados, então, abrimos a porta do descontrole dando lugar ao pecado e ao diabo.
O domínio próprio precisa ser exercitado mediante uma diversificada gama de provas. Este é o caminho para uma vida livre e uma personalidade estável.
A lei do domínio próprio assegura que se não dominamos a nós mesmos também não dominaremos as adversidades, e se não dominamos as adversidades não dominaremos as potestades.
Através destas provas onde nossas reações instantâneas são provadas lidamos com as brechas de descontrole construindo uma armadura espiritual que nos torna incólumes nos confrontos e combates, Nossa armadura é tão vulnerável quanto o nosso domínio próprio! Aqui entra a pro atividade, que é a capacidade de construir uma ação de acordo com os valores que acreditamos, independentemente da provocação recebida. Na verdade, moralmente falando, ninguém pode nos ferir sem o nosso próprio consentimento!

3. Testar a nossa disposição de obediência a longo prazo

"E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. " (Dt 8:2)

A provação incorpora outro propósito onde o fator a ser ressaltado é o tempo. Este é um aspecto fundamental para gerar perseverança e caráter.
Perseverança produz caráter e caráter produz perseverança. Desta integração emerge a consistência espiritual de uma pessoa. Portanto, em termos de caráter, o tempo desempenha um papel indispensável no processo de aprovação da fé.
Perseverança é a matéria-prima do caráter. Aqui entra o conceito de paciência que é a base do caráter e o baluarte da perfeição. A perfeição divina nunca esteve ligada com rigidez, intolerância e perfeccionismo, mas com a paciência e seus derivados.
O mais importante de qualquer vitória obtida é a capacidade de mantê-la, ou seja, de passar a viver de acordo com esta nova realidade, mantendo o território conquistado.

LIDANDO COM A PREVENÇÃO

Quando falamos de provas, a nossa tendência natural é temer estas circunstâncias que irão lidar com a dor e o trauma das nossas derrotas, fazendo subir toda escória da alma. Automaticamente, uma forte "muralha de prevenção" se manifesta quando percebemos a vulnerabilidade das nossas feridas. A tendência é sermos facilmente subjugados ao medo e à fuga embarreirando a alma.
A maior causa de reprovação é o próprio medo de sermos provados, bem como a indisponibilidade de lidarmos com áreas íntimas de derrota. Quanto mais nos fechamos, mais somos sufocados por estas barreiras. Quanto mais tememos e evitamos as provas, tanto mais a raiz da derrota se fortalece e aprofunda, aprisionando a alma.

Lidando com o medo das provas

Pessoas aprovadas sempre encaram as provações com abertura, gratidão, sabedoria e ousadia. Em cada prova podemos exercitar estes elementos mencionados em detrimento do medo. Esta predisposição pode afetar totalmente o ambiente espiritual, onde, ao invés de sermos intimidados, passamos a intimidar.
A Bíblia narra quando Paulo estava em Cesárea e um profeta de Deus chamado Ágabo, faz um ato profético em alusão ao seu futuro. Não era o tipo de profecia que as pessoas gostam de ouvir. Pegando o cinto de Paulo e amarrando suas próprias mãos, ele profetiza:

"... Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus ligarão em Jerusalém o homem a quem pertence esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios." (At 21: 11)

Aquilo deixou todos apavorados, Eles começaram a interceder com Paulo para que ele desistisse do seu intento de ir a Jerusalém, Porém, consciente da presença de Deus, sabendo que esta seria a estratégia para testemunhar diante dos governantes, ele responde:

"... Que fazeis chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser preso, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. " (At 21:13 )

Que estupenda maneira de encarar uma provação, Paulo não deixou espaço algum para o medo e intimidação, pelo contrário, ele chega a dar um xeque-mate na morte expondo-se a tudo por causa de Jesus.  Este nível de ousadia desmonta qualquer argumento demoníaco, Isto chega a dar terremoto no inferno e ataque do coração em Satanás! Isto deixa o diabo "endemoniado", num estado de choque e perplexidade. Como parar uma pessoa que simplesmente não acredita mais nas intimidações demoníacas e que encontra-se plenamente consciente da sobre-excelente grandeza do poder de Deus sobre sua vida?
Desta forma, Paulo demonstra a grande vantagem que podemos ter sobre Satanás, mesmo enfrentando situações onde sua própria vida corria risco.

Faceando terríveis provas e grandes conflitos, mediante todas as possibilidades de fugir de Deus, Davi acabou descobrindo que, na verdade, não eram possibilidades de fuga, mas impossibilidades de fuga.
A preocupação central de Davi não era a prova que o confrontava, ou a capacidade do inimigo atingi-lo, mas seu coração diante de Deus. Ele mesmo se exorta a não fugir e enfrentar a situação:

"Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda; nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia... " (Sl 139: 7-11)

Da mesma forma, quando Jacó em toda sua "esperteza", enganou o irmão, ludibriou o pai, que era cego e se pôs a fugir. Deus deixou bem claro que ele poderia fugir de todos, porém não dEle:

"Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado. " (Gn 28:15)

Esta é uma lição que, mais cedo ou mais tarde, todo homem de Deus aprende. É imprescindível a disposição natural de enfrentar com uma atitude tranquila e positiva as provas. Quando você se apresenta aprovado diante de Deus, Deus apresenta você aprovado diante dos homens.
A novidade de vida e a dinâmica de uma vida espiritual abundante partem deste princípio. Porém, o que mais se vê hoje, dentro das igrejas, são pessoas com uma vida espiritual gasta, buscando desculpas para fugir dos desafios de Deus ou desistir. Pessoas passivas, vencidas pelo medo e indispostas a correr riscos pelo reino de Deus. Gente intimidada e derrotada.
Assevera-se que noventa por cento das pessoas estão apenas procurando desculpas, enquanto apenas dez por cento estão determinadas a pagar o preço da responsabilidade e perseverança. Fala-se demais sobre "prosperar" e de menos sobre "perseverar". Não se engane, não existe prosperidade sem aprovação e não existe aprovação sem perseverança!
Portanto, uma pessoa continuamente reprovada, certamente vai cair na estagnação, na insensibilidade, no desânimo, no sono espiritual. Assim sendo, constitui-se um "suicídio espiritual" quando nós tentamos ignorar certas derrotas e passamos a fugir das provas de Deus.

O medo emocional e a prevenção

A Bíblia ensina um princípio que rege uma atitude de medo emocional e prevenção:

"O temor do ímpio virá sobre ele. " (Pv 10:24)

Podemos definir o medo emocional através de um comportamento exageradamente preventivo. Isto indica que, de alguma forma, convivemos com uma forte dor ou decepção que ainda não conseguimos superar.
O medo emocional gera vulnerabilidade e a vulnerabilidade gera medo, desequilibrando a personalidade. A liberdade é trocada por uma postura defensiva, através da qual construímos muitos bloqueios.
A tendência é que estas prevenções passem a reger todo nosso comportamento, mesmo que não admitamos. De repente, nos pegamos deixando de ir a algum lugar simplesmente porque alguém com quem ficamos magoados está ali. Jesus deixa de ser o centro, e esses bloqueios passam a ser o eixo de cada comportamento, manipulando nossas vidas. Muitas vezes teremos que enfrentar e resolver situações do passado que sustentam um saldo espiritual negativo em determinados relacionamentos. É necessário nos flexibilizar desarmando estes bloqueios através das confissões e restituições que se fazem necessárias.
Frequentemente digo para as pessoas nestes labirintos da vida que é melhor ficar "vermelho" um pouquinho do que "amarelo" a vida inteira.
Lembro-me de um diálogo que tive com um querido irmão. Sua mãe, a vida inteira o tratou de uma forma horrível, levando-o a desenvolver um grande ódio que além de contaminar seus relacionamentos, o cegou em relação à rebelião e desonra que ele praticava.
Quando disse que deveria partir dele uma retratação com a mãe para que aquele bloqueio fosse vencido, ele relutou irredutivelmente. Aquilo seria demasiadamente vergonhoso e "injusto" para seu orgulho.
Então parafraseei: é melhor você ficar "vermelho" um pouquinho do que "amarelo" a vida inteira. Sua resposta imediatamente foi: "mas ... amarelo é uma cor bonita". Gosto de amarelo! É minha cor predileta!
Fiquei surpreendido e ao mesmo tempo chocado, imaginando como algumas barreiras podem tornar-se tão resistentes e aparentemente impossíveis de serem superadas. Rindo da sua resposta, argumentativamente inteligente, porém emocionalmente burra, finalmente arrematei: o grande problema, é que o inferno está cheio de gente "amarela"!
A prevenção é uma forma de idolatrar os ressentimentos, as decepções e as rejeições. É uma declaração emocional que temos fracassado mediante a responsabilidade de perdoar. Isto faz germinar o medo de ser novamente ferido ou rejeitado, impondo barreiras e dificuldades que inviabilizam a capacidade de relacionar, engessando o temperamento numa postura espinhosa.
O medo emocional abre uma brecha no mundo espiritual para sermos atacados, ou seja, onde temos medo e prevenção, seremos atacados. Jó experimentou esta realidade dizendo: "O que eu mais temia, isto me sobreveio". Estes pontos tornam-se áreas de profunda debilidade espiritual que nos vulnerabilizam.
Agindo desta forma, tudo que conseguimos, é tornar ainda mais convidativos os ataques demoníacos.
Através das prevenções construímos uma situação sólida de derrota, fortalecendo as cadeias espirituais que nos prendem. Quando o medo recalca a fé é sinal que estamos dando ouvidos às mentiras de Satanás.
Cada prevenção que estabelecemos em nossas vidas torna-se não apenas um alvo, mas o ponto de partida do tratamento de Deus. Cada barreira precisa ser derrubada, cada muro destruído! É exatamente nestes pontos que estão enraizados o quadro de derrota onde sustentamos a dinâmica de uma vida cíclica de reprovações.

A nossa "Alemanha"

Há muitos anos atrás ouvi uma mensagem sobre perdão ministrada por Loren Cuningham, fundador da Jocum. Ele contou um forte testemunho sobre sua amiga Coren Tem Boom que nunca mais me esqueci.
Muitos de nós conhecemos a trágica história da Coren através do seu livro e filme, "O Refúgio Secreto". Ela e sua família foram vítimas dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra porque abrigavam os judeus perseguidos pelo nazismo salvando suas vidas.
Seu pai e irmã morreram no campo de concentração, porém ela foi sobrenaturalmente liberada numa data previamente prometida por Deus. Obviamente que as atrocidades vividas durante anos naquele campo de concentração nunca abandonaram sua memória.
Na mensagem, o Pr. Loren conta como Deus, estranhamente, falou para ele comprar uma mala de viagens e levá-la de presente para a Coren. Ele simplesmente obedeceu, e quando visitou sua amiga entregando-lhe o presente ficou surpreso que aquele era exatamente o dia de seu aniversário.
O mais interessante eram os planos que Deus vinha compartilhando com a Coren: "Minha filha, eu vou te levar por muitas nações do mundo para você contar o seu testemunho e muitos serão salvos e abençoados".
Como confirmação, ela recebe de presente uma mala, logo do Loren, um pastor que já esteve, literalmente, em todos os países do mundo.
Porém, quando Deus a chamou para esta nova fase de sua vida, ela colocou uma condição diante de Deus:
"Senhor, eu irei para qualquer lugar do mundo que o Senhor me enviar, menos para a Alemanha! "
Prontamente a voz de Deus veio fortemente ao seu coração: A Alemanha é o primeiro país para onde eu estou te enviando! Aquilo a deixou angustiada e com medo. Sua prevenção estava sendo diretamente confrontada, e, certamente, precisava ser eliminada.
Alguma vez você já travou uma queda de braços com Deus? Advinha quem sempre ganha e quem sempre perde? Depois de refutar muito, obviamente, ela acabou cedendo. Feitos os contatos, as portas se abriram facilmente para que ela estivesse na Alemanha. Após a primeira ministração numa grande igreja, ela foi procurada por um senhor já idoso.
Aquele homem a abordou e repentinamente ela o reconhece como um dos exatores do campo de concentração. Um clima pesado tomou conta da situação. Ele com os olhos em lágrimas, agora, como um irmão em Cristo, começa a pedir-lhe perdão por tanto sofrimento causado.
A vida dela, volta como num filme, diante de lembranças demasiadamente dolorosas. Raiva, vergonha, medo, tudo se mistura o vem à tona. Enquanto o homem esperava seu perdão com a mão estendida, ela parecia não ter forças para vencer suas emoções traumatizadas.
De repente, a voz de Deus retumba no seu espírito: "foi para isto que eu te trouxe aqui! Faça a escolha certa, que eu te ajudo!" Numa atitude de fé, renegando seus traumas, ela estendeu a mão para o seu algoz, perdoando-lhe e recebendo-o como irmão!
Instantaneamente ela sentiu como que uma descarga elétrica passando pelo seu corpo e alma arrancando todas as prisões! O campo de concentração que ainda permanecia dentro dela já não existia mais! A voz de Deus veio novamente: "minha filha, agora você está aprovada e pronta para as nações"!
Eu não sei qual é a sua "Alemanha", mas, provavelmente, você sabe, e, com certeza, Deus também sabe.
A verdade é que Deus quer destruir nossas prevenções. Esta é uma prioridade inegociável em relação ao seu plano para cada um de nós.
Deus quer nos fazer pessoas livres, por mais que isto seja doloroso para nós mesmos. A plena liberdade em Cristo, uma disponibilidade irrestrita, um coração sem barreiras é fundamental para desfrutarmos da verdadeira autoridade divina, como também vivermos segundo o curso do rio da sua unção.

Manejando bem a palavra da verdade

"E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. " (Mc 1:22)

O que significa manejar bem a palavra da verdade?
Seria isto você ter uma língua de prata e uma oratória requintada? Será que basta apenas uma habilidade de exposição bíblica com muita informação, boa interpretação textual, grandes ilustrações e uma excelente Homilética?
Obviamente, cada uiva destas coisas têm o seu grau de importância, mas estão longe de definir o que realmente significa manejar bem a palavra da verdade.
A questão maior aqui não é apenas manejar bem "a palavra", porém, manejar bem "a palavra da verdade".
A diferença entre estes dois termos é equivalente à discrepância que existe entre a hipocrisia e a coerência.
Mesmo pregando o Evangelho, podemos estar mentindo em relação às nossas próprias vidas. Cada vez que usamos o Evangelho como uma capa de santidade que disfarça nossa incoerência e oculta nossos pecados, tentando provar o que não somos, praticamos a mentira, e não a verdade.
Quando ministro ou escrevo todas estas coisas para você, por certo, tenho sido e continuo sendo profundamente provado e examinado por cada palavra e princípio revelado. Isto nos aproxima não apenas da verdade, como também de um relacionamento genuíno com Deus, construindo confiança e confiabilidade.
Na verdade, só manejaremos bem "a palavra da verdade", se esta mesma palavra tiver transformado as nossas vidas. Quando ministramos uma palavra que nos provou e transformou, diante da qual fomos aprovados, esta palavra, com certeza, vai transformar outros!
Esta é a palavra de poder e sabedoria que assume uma conotação profética, fazendo com que a revelação divina penetre como uma espada no coração das pessoas. Esta palavra é mais que a mensagem de um pregador: é a "espada do Espírito" que nos transforma e transforma a outros pela renovação da mente. É a verdade dita com verdade que desencadeia o princípio da unção e da revelação.
Não importa quantos cursos e seminários você já fez, quantos títulos você coleciona, qual é o tamanho da sua igreja ..., apenas pessoas aprovadas estão espiritualmente aptas a "manejar bem a palavra da verdade".
Muitas pessoas têm algum tipo de poder. Poder vem de uma posição ou de um título, porém, autoridade vem do caráter. A legítima autoridade é conferida por Deus a pessoas aprovadas. Isto muitas vezes vem de um processo longo e profundo de tratamento. Por isto, Deus prova o quanto for necessário uma pessoa:
"... pois tu, ó justo Deus, provas os corações e os rins. " (Sl 7:9)
Enquanto o coração é a sede das nossas motivações, os rins significam a sede do nosso discernimento.
Enquanto o coração bombeia o sangue, que é a vida, os rins filtram o sangue, garantindo a saúde do corpo.
Provar tem uma forte conotação de purificar. É de onde vem a palavra castigo, que apesar de ser uma palavra amedrontadora, no latim significa "purificar pelo sofrimento", embutindo um sentido de correção.
Deus não negocia seu padrão de santidade. O caminho para o conhecimento de Deus se baseia numa vida sem barreiras. Nossas motivações e o nosso discernimento precisam ser cada vez mais provados e refinados:"... conhece o Deus de teu pai e serve-o com um coração perfeito e com alma voluntária." ( I Cr 28:9)













































CAPÍTULO 4

Diagnosticando o estado de reprovação

Uma pessoa reprovada não é uma pessoa que Deus vai desprezar e jogar fora, mas antes de tudo é uma pessoa que ele quer aprovar. Obviamente, Deus é a pessoa que mais nos ama e ele está disposto a investir de todas as formas necessárias em nossas vidas. A palavra reprovação, por mais dolorosa que seja, também embute a perspectiva de uma nova chance.
Porém, o primeiro passo para sermos aprovados é reconhecer que estamos ou temos sido reprovados. É indispensável sermos sinceros conosco mesmos. Sem humildade e quebrantamento seremos quebrados, o que além de piorar a situação, pode literalmente nos destruir.
Paulo deixou um importante conselho que se encaixa nesta realidade:

"Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus está em vós? Se não é que já estais reprovados. " (II Co 13:5)

Obedecendo este conselho vamos tentar traçar a radiografia espiritual de uma pessoa reprovada, evidenciando os sintomas mais comuns que qualificam uma pessoa nesta situação.

SINTOMAS DE UMA PESSOA REPROVADA

1. Desconfiança crônica e generalizada

Invariavelmente, uma pessoa reprovada deixou-se atingir tanto pelas decepções da vida que não consegue mais confiar nas outras pessoas. Uma desconfiança generalizada passa a reger os relacionamentos.
Aquele velho ditado: "gato escaldado tem medo até de água fria". Todos que representam aquela classe de pessoas com quem ela se decepcionou, passam a ser discriminadamente uma ameaça.
Na época do apóstolo Paulo haviam muitos impostores, tanto no judaísmo como no cristianismo que acabara de nascer. Sob esta mesma perspectiva é que ele precisou confrontar e alertar a igreja em Corinto em relação a ele mesmo:

"Posto que buscais prova de que em mim Cristo fala, o qual não é fraco para convosco, antes é poderoso em vós. " ( lI Co 13:3)

Ainda que Deus estava usando Paulo com poder, muitas pessoas não conseguiam confiar nele. Simplesmente desconfiavam temerariamente. Foram facilmente envenenados pelos perseguidores de Paulo. Eles, então, queriam mais provas de que Paulo era legitimamente um homem de Deus. Havia tanta desconfiança infundada, que Paulo apresenta este fato, como um sintoma de um possível estado de reprovação daquelas pessoas que o estavam julgando.
Quando temos uma atitude contínua de reprovar e desconfiar levianamente das pessoas, isto é um forte indício de que o problema está em nós. Muitas coisas na nossa personalidade encontram-se distorcidas.
A própria infidelidade é a principal raiz da desconfiança! Quando não somos fiéis em alguma coisa, a tendência é transferir isto para os outros. Vemos os outros como somos.
Cada vez que julgamos alguém ou uma situação sem conhecimento de causa, o único padrão que na verdade usamos para tal julgamento é o nosso próprio coração. Neste caso, tudo que conseguimos é revelar quem somos. Nosso julgamento frívolo e precipitado apenas provê um retrato do nosso homem interior. Com certeza, existem abusos e injustiças ainda não resolvidos.
Naquilo que fomos feridos passamos a ferir e a desconfiar generalizadamente, o que só reforça e revela a situação de reprovação em que nos encontramos.

2. Estagnação e Desânimo

Isto vem como resultado de um stress espiritual.
Obviamente uma pessoa reprovada, como já definimos, é alguém que não foi aprovado e por isto vai ser submetida a uma nova prova.
Dependendo de como nos posicionamos, isto pode se repetir tanto que vai provocar em nós um profundo estado de desgaste, que pode ser traduzido nestas palavras: desistência, estagnação e desânimo. Invariavelmente, o processo, de vez após vez, fazer a prova e ser desaprovado, impõe uma situação interna de stress espiritual que adoece a esperança e esmaga a auto-estima.
A partir disto, qualquer esforço espiritual é demasiadamente pesado, difícil, cansativo e até mesmo insuportável. Um grãozinho de areia passa a pesar uma tonelada. Não aguentamos mais cinco minutos com a Bíblia aberta ou dois minutos de oração já nos fatiga.
Perdemos totalmente o interesse pelos perdidos. Esta esmagante carga de desincentivo espiritual sempre coexiste com situações sérias de reprovação.
Devido à falta de maleabilidade, inferioridade e acima de tudo orgulho, nos esquivamos do tratamento de Deus. Isto nos tira do curso da vontade divina e em consequência a vida espiritual torna-se um terrível fardo. Nada vai fluir. A unção esgota! Várias situações começam a travar.
Podemos até aguentar isto por um tempo, porém a desistência e a apatia acabam se instalando. Todo estado de reprovação crônica adoece a consciência e abala a fé. O resultado final é a estagnação.
A apostasia muitas vezes acontece de uma maneira passiva e sutil. Apesar de muitos frequentarem uma igreja, já desistiram a muito tempo de uma vida comprometida com a vontade e a verdade de Deus.
Este mecanismo sutil de apatia e desânimo é também o estágio preliminar das mais terríveis apostasias que pessoas praticam. A palavra profética nos alerta que estes últimos dias seriam marcados principalmente pela apostasia.
Não devemos menosprezar esta possibilidade que começa despercebidamente através de um estado de reprovação que vai ganhando força através deste processo crescente de estagnação e morte espiritual.

3. Ressentimento e Prevenção

Estas duas coisas normalmente andam juntas e contribuem decisivamente para nos obstinarmos na nossa vontade própria. Todo ressentimento cria barreiras. Estas prevenções e barreiras, por sua vez, acabam construindo sérios conflitos com o discernimento da vontade de Deus. Uma confusão interna e muitas dúvidas existenciais se estabelecem.
A pessoa não consegue ter uma genuína convicção da vontade e da direção divina. De repente, a pessoa percebe que só sabe o que ela não quer para si, pois está dominada pelo ressentimento e prevenção.
Comumente ouvimos uma confissão típica que retrata a prevenção: "Eu não sei bem o que Deus tem para mim, só sei que ir para determinado lugar, ou fazer determinada coisa, ou falar com tal pessoa, jamais!" A pessoa escolhe a vontade de Deus para ela.
Acaba fazendo da própria vontade a voz de Deus. É induzida pelas prevenções que construiu no coração a escolhas erradas na vida que podem acabar custando um preço muito alto. Na verdade, ela está sendo guiada pelas suas feridas, as quais idolatra e insistentemente defende com unhas e dentes e mil razões!
Para cada razão que justifica nossa mágoa, Satanás nos acrescenta outras tantas, e com isto muitos conseguem a façanha de espiritualizar suas feridas e barreiras. De alguma forma, estas pessoas vêm falhando em resolver muitos conflitos.
Na caminhada espiritual acontecem muitos "Guetsêmanis" e "Calvários" onde somos traídos e abandonados, quando precisamos enfrentar muitas decepções. Um peso de angústia e morte começa a nos esmagar. Aconteceram muitas coisas que não esperávamos e que ninguém gostaria que tivesse acontecido. Mas, simplesmente, não existe como voltar o tempo e precisamos agora tomar uma decisão.
É aqui que muitos fazem a pior escolha de não superar os acidentes de percurso e prosseguir sem barreiras para o prêmio da soberana vocação em Cristo.
Cada vez que sonegamos o perdão, que falhamos em renunciar para Deus o sentimento de injustiça e perda, de alguma forma, nossas vidas tornam-se terrivelmente aprisionadas, o que denuncia um forte estado de reprovação.

4. Atitude de Fuga
Pessoas feridas tendem a fugir. Fugir é uma das mais fortes tentações para alguém que se encontra num estado de reprovação.
Qualquer situação de dor seja ela de cunho físico, emocional ou moral, invariavelmente impõe uma dinâmica de fuga. A tendência é buscar alívio e conforto. Apesar disto ser um mecanismo natural de defesa, pode se tornar algo perigoso, principalmente, quando evitamos que a ferida seja tratada, passando a viver irresponsavelmente de subterfúgios e paliativos.
Por mais que a dor é temporariamente amenizada nestas escapadas, o foco da ferida só piora, apontando apenas para doses cada vez maiores dos narcóticos emocionais. Desta forma muitos se tornam viciados e condicionados à fuga.
Aparentemente é muito mais fácil sair pela tangente, evitando qualquer tipo de aproximação que ameace confrontar o trauma. O caminho largo é também o caminho que pode ser eternamente longo e penoso.
Vamos evitando o processo de cura e isto só prolonga o estado de enfermidade e exploração demoníaca.
Medo e fuga se unem, estabelecendo uma dinâmica que nos enclausura no estado de derrota. A fuga é o lado oposto da solução. É o princípio da antiresolução de conflitos. Quanto mais fugimos mais nos distanciamos da solução. Fugir é afastar-se da resolução da nossa própria vida e situação espiritual.
Frequentemente atendemos pessoas que vêm de uma peregrinação numa série de igrejas. Cada vez que um problema as aflige, ao invés de agirem com humildade e maturidade, elas fogem deixando um rastro de feridas, relacionamentos destruídos e portas fechadas. Quando Deus começa a levá-las ao ponto onde elas precisam ser tratadas, a grande tentação é desistir e fugir. Abortam as oportunidades de crescimento.
Assim sendo, nunca perseveram em nada e estão sempre evitando os desafios que poderiam tornar a vida vitoriosa e saborosa. Muitas delas mudam o "chamado" de acordo com as suas próprias conveniências, o que não passa de uma forma sutil de espiritualizar o processo de reprovação e fuga.
Para elas é mais fácil e cômodo mudar de igreja do que encarar e resolver de uma vez por todas o foco daquilo que as aflige. Obviamente que em cada uma destas mudanças, elas carregam consigo uma bagagem espiritual contaminada que é a profecia de novas e maiores dificuldades. É impossível sair mal de um lugar sem entrar mal em outro. O problema não está nos lugares por onde têm passado, mas nelas mesmas.
Certamente, mais cedo ou mais tarde, para se realinharem com os benefícios de uma vida livre, estas pessoas precisarão voltar em cada uma destas situações e resolver o que não foi resolvido.

Um exemplo clássico de um fugitivo foi Moisés. No seu zelo irracional de proteger seu povo, abriu uma terrível ferida em sua vida ao assassinar um homem egípcio. Escondeu o negócio e começou a andar em trevas. Não durou muito e foi atacado novamente no mesmo ponto, agora por um compatriota. Aquilo o traumatizou de tal forma que o fez desistir de tudo, transformando-o num fugitivo.

"Mas o que fazia injustiça ao seu próximo o repetiu, dizendo: Quem te constituiu senhor e juiz sobre nós? Acaso queres tu matar-me como ontem mataste o egípcio? A esta palavra fugiu Moisés, e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. " (At 7:27-29)

Antes de libertar o povo de Israel, Moisés precisava ser livre. Quando Deus, depois de quarenta anos pede que ele volte ao Egito, não era apenas por causa de Israel, mas por causa dele mesmo.
A volta de Moisés para libertar o povo de Israel do cativeiro do Egito determinou sua cura. Mesmo já tendo passado quarenta anos sendo profundamente tratado por Deus no "Seminário do Pastor Jetro", precisou voltar neste ponto e deixar de ser um fugitivo.

Outro fugitivo na Bíblia foi Caim. Temos aqui uma triste cena que demonstra a atitude de um fugitivo.
São aqueles que não querem de forma alguma negociar a possibilidade de se abrirem, quebrantar, admitir o erro e corrigir o que precisa ser corrigido.

"Eis que hoje me lanças da face da terra; também da tua presença ficarei escondido; serei fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que me encontrar matar-me-á. O Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a Caim, sete vezes sobre ele cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse. " (Gn 4:14,15) Caim, depois de ter sua oferta rejeitada, sendo reprovado por Deus, incendiou-se de inveja em relação ao irmão que fora aceito. Advertido sobre as motivações sombrias que assolavam seu coração acabou assassinando o próprio irmão por não suportar o seu sucesso. Porém, friamente, negou o feito, amou as trevas. Por mais que Deus tentou trazê-lo para a luz, ele preferiu a vida de mentiras!
O perfil de Caim reflete um alto percentual de pessoas dentro da igreja que vivem no ocultismo, fugindo da verdade. Ao ser provado e reprovado por Deus, Caim tornou-se um fugitivo, se colocando agora como vítima. Ao invés de temer ao Senhor, se acovardou diante das responsabilidades que deveria assumir.
Por desconhecer o coração de Deus, achando que Ele seria muito duro, decidiu fugir. É desta forma que muitos abandonam o plano divino para suas vidas e começam a vagabundear pela terra! A partir disto não conseguem mais perseverar em nada. Caem facilmente na autocondenação: não se perdoam e perdem a capacidade de confiar no caráter perdoador de Deus. Tornam-se desnorteados na vida.

Da mesma forma, podemos mencionar o profeta Jonas, o homem que fugiu mais rápido na Bíblia. No capítulo um, versículos um e dois temos o chamado de Deus para Jonas levar uma mensagem ao povo de Nínive. Já no terceiro versículo, ele foge:

"Fugiu Jonas da face de Deus. " (Jn 1:3)

"Coincidentemente", uma tempestade açoitou o navio em que fugia. Daquele lugar cômodo onde dormia no porão do navio, foi lançado ao mar, engolido por um grande peixe e levado para o coração dos mares.
Só então, ele resolve orar! Se flexibiliza diante da tarefa recebida e muda de ideia retomando seu destino original. Depois de três dias, o peixe o vomita em Nínive, onde, finalmente, ele cumpre sua missão.
Imagine como ele chegou na terra do seu chamado, vomitado por um peixe, com um cheiro insuportável!
Este é o tipo de submarino que ninguém quer viajar!
Espero que você não tenha que ir para o seu chamado de "peixe".
Fugir de Deus nunca é uma boa ideia. Por mais que nos distanciamos do que nos fere ou envergonha, teremos que cedo ou tarde, voltar naquele ponto, onde ficamos algemados pela reprovação.

5. Ingratidão e Crítica

A gratidão é o termômetro que mede nossa saúde espiritual. Quando não existe gratidão é porque existem áreas infeccionadas que precisam ser tratadas.
A gratidão é a linha que precisamente distingue a pobreza da miséria. A Bíblia fala que o pobre, Deus o fez, porém, quem faz o miserável é a ingratidão! Neste mesmo sentido é que a miséria do rico pode ser terrivelmente pior que a pobreza do pobre.
A gratidão é um dos maiores segredos da prosperidade. Toda pessoa murmuradora e ingrata está no caminho oposto ao caminho da prosperidade. Muitas pessoas são lançadas na miséria e ruína porque pagam o bem com o mal, a bênção com maldição e cospem no prato que comeram. Agem com descarada ingratidão. Este é um dos piores sintomas que determina um quadro de reprovação.
Existem algumas pessoas, que quase sempre, estamos carregando-as nas costas. São fracas e dependentes e usam estas plataformas para manipular. Sempre estão precisando de algumas coisas e nos desdobramos para atendê-las de boa vontade. Porém, numa única situação, onde nos vemos impossibilitados de ajudá-las, elas se revelam vomitando a ingratidão: "você nunca me ajuda! Você está falhando comigo!" ...
Pessoas, até mesmo, materialmente, são lançadas na miséria por causa de ingratidão e traição. Lembro-me de um evangelismo numa praça no centro de Belo Horizonte, no início da minha vida cristã.
Fizemos uma roda e começamos um tempo de louvor e adoração quando uma mendiga de rua se aproximou pedindo uma ajuda. Tudo que eu tinha era algumas moedas no bolso, que prontamente coloquei em sua mão. Fiquei chocado quando ela olhou para as moedas, em seguida olhou para mim e vomitou sua insatisfação: só isso?!
Uma indignação me sobreveio, e, num lance de instinto, arranquei o dinheiro da mão dela, dizendo: se isto não serve para você, para mim com certeza servirá! Passei a entender como a ingratidão sustenta o espírito de miséria.
Muitas pessoas estão tendo suas vidas destruídas pela ingratidão e depois querem destruir a vida dos outros pela crítica. Toda pessoa ingrata torna-se crítica e toda pessoa crítica é também ingrata. Na verdade, sempre que uma pessoa não é aprovada numa circunstância, mais cedo ou mais tarde vai extravasar isto através de murmuração e crítica. A crítica irresponsável é o vômito da ingratidão.
Uma pessoa ingrata é alguém que está cega para o bem que tem recebido. Não consegue perceber o esforço que outros tem feito para abençoá-la. Na verdade, a ingratidão transforma a pessoa num "saco sem fundo".
Nada é suficiente e por isto está sempre insatisfeita.
Quando a ênfase à crítica é maior que a ênfase ao incentivo temos o sintoma da ferida e reprovação. A pessoa não enxerga soluções, apenas defeitos. Os olhos estão entravados. Quando uma pessoa começa a ver só problemas e defeitos num lugar ou nas pessoas com quem ela convive, a leitura que se faz e o diagnóstico espiritual a que se chega é que ela mesma é quem está reprovada.

6. Vanglória ou Isolamento

Temos aqui dois pecados sérios que têm um alto potencial para afastar as pessoas e destruir a comunhão. Estas pessoas, literalmente, estão ceando sem discernir o corpo de Cristo e por isto muitas delas, como Paulo disse, vivem doentes e outras até morrem prematuramente.
Vanglória e isolamento são reações em extremos opostos que consolidam o fracasso espiritual. Estas atitudes, invariavelmente, são tentativas estratégicas com intuito de "disfarçar" ou "encobrir" o quadro interno de reprovação.
Desta forma, os relacionamentos tornam-se insuportáveis devido à asquerosidade da vanglória, ou serão literalmente decepados pela solidão do isolamento.
O principal motivo que sustenta estes comportamentos mentirosos é a vergonha moral e o orgulho.
Algumas pessoas escolhem o caminho da obscuridade tornando-se irreconciliáveis. Pior que qualquer pecado, é a situação de ocultá-lo ou disfarçá-lo.
Lembro-me de uma excelente pessoa que trabalhou conosco. Apesar de todo potencial e carisma, infelizmente, ela havia desenvolvido também uma vida de lesbianismo. Apesar de todas as chances que ela teve para se expor e ser ajudada, ela contraiu uma capacidade demoníaca de encobrir a situação, conciliando uma dose certa de isolamento e ativismo espiritual.
Obviamente, chegou o tempo em que as coisas começaram a vir a luz. Mesmo assim esta pessoa se recusava a admitir os fatos, o que acabava acontecendo apenas depois de uma contundente acareação com testemunhas.
O pior da situação, a meu ver, não era o pecado do homossexualismo, mas a atitude descarada de mentir, o que tornou a situação intratável. Não havia como estabelecer um relacionamento de confiança, visto que a verdade estava totalmente ausente.
Esta é uma das coisas que tenho aprendido em aconselhamento. Não me importo em ajudar pessoas com "pecados cabeludos", desde que elas sejam sinceras e não mintam. Quando alguém começa a mentir no aconselhamento, então, prefiro não perder mais o meu tempo com esta pessoa.
Algumas pessoas falsas são verdadeiras devoradoras do nosso tempo. Estão sempre ali tentando transferir para nós suas responsabilidades, faltando com a verdade. Desperdiçam o tempo delas e o nosso, trabalhando intensamente no campo da libertação da igreja. Tenho constatado que um dos principais motivos pelo qual muitos crentes não são libertos é por que eles também não são verdadeiros. Sonegam ou mentem acerca de informações que determinariam a eficácia e a profundidade do processo. Assim, muitos deles apesar de passarem por inúmeras libertações, nunca são livres, e nem poderiam ser mesmo.
A maneira de disfarçar a reprovação é através da vanglória onde a pessoa passa a se auto afirmar em busca de reconhecimento. A pessoa se esconde atrás do ativismo, ou de uma posição de liderança ou até mesmo usa sua performance ministerial para compensar fracassos morais e emocionais.
Alguns se colocam, por exemplo, como profetas. Falam em nome do Senhor, mas no fundo, tudo não passa de uma tentativa perigosa de se auto firmarem através da espiritualidade. Estão tentando manipular respeito espiritual. O que temos é um show de carnalidade. Querem recompensar o seu estado de reprovação, tentando provar uma condição que não possuem. São pessoas que não suportam a possibilidade da reputação ser arranhada. Paulo rechaça esta atitude:

"Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas sim aquele a quem o Senhor louva. " ( II Co 10:18) Disfarçar redunda numa prática aberta da hipocrisia e orgulho, o que cauteriza a consciência. A pessoa aciona para si mesma uma queda repentina de um lugar tanto mais alto quanto ela quis se posicionar pelo orgulho. Escândalos são concebidos por este tipo de comportamento.
A maneira de encobrir a reprovação é através do isolamento. Isto pode acontecer de formas bem sinistras.
A pessoa simplesmente evita a comunhão para que os outros não tenham conhecimento da situação da qual ela se envergonha e tanto teme que seja descoberta.
Este é um caminho sutil para a apostasia. Toda a pessoa que abandona a comunhão está evidenciando seu estado de reprovação.
De vez em quando encontramos aqueles que espiritualizam sua posição com Deus dizendo: Não sou de igreja nenhuma! Não me submeto a homens, apenas a Deus! Estas pessoas, na verdade, estão profundamente doentes e carregam um legado de reprovação! Ninguém pode ser de Jesus e não ser do Corpo de Jesus!
Outros, de forma ainda mais sinistra se afastam da comunhão dizendo: Hoje não vou ao culto para ver se o pastor sente a minha falta! Só que, ao invés de sentir a falta, o pastor sente um suave alívio e nem percebe a ausência da pessoa! A cena pode ir se repetindo, e em pouco tempo a pessoa está totalmente isolada, apagada, e finalmente apostatada.

"Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado. " ( I Jo 1:7)

Uma comunhão abençoada com as pessoas é consequência de andarmos na luz, com sinceridade e transparência, e também este é o requisito básico para que nossos pecados sejam resolvidos e purificados pelo sangue de Jesus. Vanglória e isolamento sentenciam um estado de reprovação.


































CAPÍTULO 5

Respondendo as provas de Deus

Para concluir, gostaria de fazer uma síntese em relação a tudo que tratamos até aqui. A maneira como respondemos às provas divinas determina o índice de desenvolvimento da personalidade, como também a índole emocional e o caráter agregado.
Mediante as provas, existem basicamente três opções que podemos fazer, ou seja, três princípios que podemos acionar de acordo com as nossas próprias escolhas: O princípio da desaprovação, o princípio da reprovação ou o princípio da aprovação.

I. A DESAPROVAÇÃO

O princípio de colher o que semeia

"Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. " (Gl 6:7, 8)

Este primeiro princípio sintetiza a história da vida de Jacó: o enganador que foi enganado. Desde o seu nascimento, quando Jacó segurou no calcanhar do seu irmão, ele já demonstrava uma índole difícil. Era um competidor. Estava pronto a conseguir o que queria, ser abençoado, sem importar os meios usados para isto.
Usava meios totalmente carnais e pecaminosos para alcançar até mesmo as bênçãos espirituais que almejava. Jacó é aquele tipo de gente "muito esperta", que sempre tem que levar vantagem em tudo e alcançar seus objetivos não se importando em pisar nos que estão no seu caminho. É quando colocamos nossos interesses acima do propósito e do processo divino.
Primeiramente ele seduziu o irmão, levando-o, verbalmente, a vender sua primogenitura em troca do sustento circunstancial que tanto precisava. Depois o enganou com a ajuda da mãe, roubando a bênção que lhe cabia como filho primogênito. Para isto também enganou o pai, que já estava cego, incorrendo numa séria transgressão:

"Maldito aquele que fizer que o cego erre do caminho. " (Dt 27:18).

Uma jogada após a outra, e, pelo menos, aparentemente, conseguiu concretizar seu objetivo. Conseguindo tudo que queria através de uma conduta desonesta e manipuladora, ele criou sérios problemas.
Jurado de morte pelo irmão ofendido, ele resolveu isto de uma maneira simples: fugindo. No seu caminho de fuga, Deus o avisa: Jacó, você não pode ser abençoado do seu jeito! Você pode fugir de todos, menos de mim:

"Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado. " (Gn 28:15)

Seu procedimento exibia uma grave distorção de caráter. Deus deixou claro que estaria no seu encalço, e que ele teria que voltar, mais cedo ou mais tarde, para resolver a situação.
Totalmente desaprovado, Deus o envia para a famosa "escola do quebrantamento", nada menos que vinte anos no "Seminário do Pastor Labão". Uma situação duradoura projetada especialmente para aqueles que se acham espertos demais e acima dos princípios que regem o mundo espiritual. A ignorância moral de Jacó exigia um tratamento severo. Este seminário é o tempo e o local onde Deus confronta nosso jeito oportunista, golpista, sagaz e manipulador de ser e agir.
Labão é um dos piores modelos de liderança que a Bíblia exibe. Um pai realmente perverso. Praticou a fria crueldade de trair a própria filha na noite de núpcias. Raquel esperou sete anos para poder casar-se com seu amado noivo e na noite de núpcias sua irmã ocupa seu lugar!
Sem nenhum escrúpulo, Labão explorou Jacó, usou e abusou de suas filhas, lançando-as na mortal arena de um casamento polígamo, sempre em busca de interesses financeiros. Labão incorpora a expressão máxima de alguém que quer conseguir seus objetivos a qualquer preço. Portanto, diante de Labão, a astúcia de Jacó nem contava. Se Jacó julgava-se um grande enganador, Labão era PHD na arte de enganar!
Jacó enganou o seu irmão e achou que simplesmente poderia fugir que tudo já estaria resolvido. Deus desaprovou a sua atitude, e por praticamente vinte anos, Jacó colheu os frutos daquilo que ele havia semeado. Um processo lento e duradouro de desaprovação. Por todo este tempo ele pôde ver a si mesmo através de Labão, para, então, finalmente, santificar suas motivações e resgatar sua identidade.
A grande e fatal verdade é que Deus tem um Labão para cada Jacó! Esta é a lei do espelho, Ele sabe como fazer com que nos enxerguemos. Nosso maior problema não é o Labão que está fora de nós, mas o que está dentro! Tudo que precisamos é de um "espelho"!
Deus foi cavando no coração de Jacó até ele entender que precisava voltar ao ponto de partida e resolver o conflito criado com seu irmão. Não importa quanto tempo tenha passado, teremos que voltar no ponto onde fomos desaprovados por Deus e refazer a prova.
Jacó, depois de enganar seu irmão, deu uma volta de vinte longos anos no deserto de Padã-Arã, e então, precisou aceitar a correção divina, voltar lá trás, encarar o irmão, humilhar-se diante dele, e pelo menos, da sua parte, restaurar o relacionamento. Só então, Jacó foi aprovado. Sua identidade foi restaurada. Seu nome passou a ser o nome da nação gerada por Deus: Israel, Ele perpetuou a promessa da vinda do Messias, e assim, permitiu que a palavra de Deus se cumprisse em sua vida.
Tudo que plantamos vamos colher. Ninguém escapa de colher o que semeia! Se semearmos na carne, vamos ceifar a corrupção como um atestado de desaprovação. Se semearmos no espírito, vamos ceifar vida e paz como um atestado de aprovação.
É necessário enfrentar e resolver toda pendência. Não podemos escapar das precisas leis que governam o mundo espiritual. Não importa quão bem conseguimos disfarçar nossos erros, ou para quão longe conseguimos fugir, estamos algemados à desaprovação. E a melhor opção é retornar no ponto da derrota, onde "perdemos o machado", por mais doloroso que isto seja.

Cavando nos vales

Há muito tempo atrás ouvi o Pr. José Rego do N. Júnior (Zezinho), que considero espiritualmente como um pai, falando sobre "cavar nos vales". Isto se encaixa muito bem aqui. Deus vai nos levar ao profundo do nosso coração onde está o ponto da cura. Aqui aprendemos que também se cresce para baixo, restaurando e edificando os alicerces. Isto pode parecer um pouco desanimador, porém é extremamente necessário e benéfico.

"E a mão do Senhor estava sobre mim ali, e ele me disse: Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei contigo, " (Ez 3:22)

Nos lugares baixos da vida é onde vamos entender a voz de Deus. A voz de Deus confronta a altivez, a passividade, a impureza, a sequidão espiritual, a esterilidade, desnudando tudo que ficou em oculto:




"A voz do Senhor quebra os cedros; ... Ele faz o Líbano saltar como um bezerro ... A voz do Senhor lança labaredas de fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades. A voz do Senhor faz as corças dar à luz, e desnuda as florestas," (Sl 29:5-9)

O vale é onde nossas trevas começam a ser confrontadas. Muitas vezes estamos nos lugares altos da vida, sentindo-nos por cima, mas de repente, Deus nos leva ao vale, Ali seremos tratados e tudo que está em trevas será confrontado. No vale não existem subterfúgios. A única outra opção panorâmica, além do vale, é olhar para cima (Fig. 03).

O vale significa aquelas situações onde a derrota tão bem maquiada começa a deprimir a vida. É quando o nosso pecado nos acha e todo sucesso que conseguimos através da sagacidade começa a despencar sobre a nossa cabeça. Pedaço a pedaço começa a cair sobre nós mesmos. Tudo que não estava sobre a rocha da Palavra de Deus começa a desmoronar. As provas de Deus começam a queimar tudo que é palha!  No fundo do vale, começamos a nos enxergar. Só que, quando pensamos que já acabou, então Deus nos fala: "agora comece a cavar neste vale"... O processo é mais longo que imaginávamos (Fig. 04).
Reclamamos: Senhor! Aqui já está muito baixo, não quero descer mais que isto! Então cavamos, e Deus começa a mostrar o que estava enterrado no nosso coração. Fortes provas e situações contrárias vão desvendando ainda mais as raízes das nossas feridas. A revelação de Deus começa a vir sobre nossas vidas. Obviamente, somos incapazes de ver o que está enterrado. Porém quanto mais Deus cava em nossas vidas, mais enxergamos!
Cavamos mais e chegamos à tampa do bueiro da nossa alma. Numa figura de linguagem, começam a aparecer toda sorte de coisas repugnantes: "baratas", "lagartixas", "crocodilos", etc. Tudo "evangélico", é claro! Começamos a nos ver com os olhos de Deus. Entendemos a necessidade de enfrentar estas coisas que estavam a tanto tempo em nós mesmos e para as quais estávamos cegos.














Novamente Deus ordena: Cave ainda mais! Então tentamos resistir: Senhor! Isto é muita humilhação! Então cavamos e mais coisas vão surgindo. Provas e situações ainda mais intensas abalam nossas profundezas.
Deus continua: cave mais! Ainda não foi o suficiente.
Quando pensamos que não havia mais jeito das coisas piorarem, então surpreendentemente tudo piora. Parece até coincidência. Lembra-se das perdas de Jó? Nos sentimos indo em direção ao fundo do fundo.
Uma forte convicção de pecado nos atinge. Então finalmente, nos abrimos totalmente para a humilhação e consentimos: Senhor, cavarei e descerei o quanto o Senhor quiser! Tudo que ficou mal resolvido e destruído torna-se claramente evidente. Entendemos onde ele está querendo nos levar. Nos dispomos a voltar com o Espírito Santo em cada uma destas situações, enfrentando cada trauma, fazendo as restituições necessárias, revertendo toda condição em que envergonhamos a Deus ou que fomos envergonhados.
Neste momento percebemos que lidamos com a raiz da dor, que exposta à luz do Dia se dissipa! Uma sensação sólida de paz e descanso começa inundar a alma.
Experimentamos uma transformação sobrenatural no profundo do coração!
De repente, contemplando o fundo daquele buraco no vale, percebemos algo se movendo. São as águas de Deus, um poderoso fluir do Espírito Santo que começa a brotar. A intensidade da fonte vai aumentando, e as águas passam a encher e preencher o que havia sido cavado, nível a nível vai subindo até que, não só o buraco, mas todo o vale torna-se num grande manancial.
Aquele imenso buraco na alma, finalmente, após atingir o objetivo de expor a mais íntima raiz da ferida, converte-se numa divina fonte de suprimento. Umas infinidades de pessoas passam a se alimentar destas águas que jorram de uma personalidade sarada. O vale é aplainado. As águas de Deus nivelam os caminhos tortuosos da alma. Cumpre-se a palavra profética:



"... Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro; o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplanarão; e toda a carne verá a salvação de Deus. " (Lc 3:4-6)

"O Senhor te guiará continuamente, e te faltará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca falham. E os que de ti procederem edificarão as ruínas antigas; e tu levantarás os fundamentos de muitas gerações; e serás chamado reparador da brecha, e restaurador de veredas para morar " (Is 58:11,12)



É quando a alma esburacada pela dor da derrota se transforma numa fonte divina, um manancial de onde brota o rio de Deus para saciar os sedentos. Um dos grandes segredos acerca das águas do avivamento é que elas vêm de baixo!
Este foi o legado de Jacó. Desaprovado por Deus, ele desce ao vale da vida. Sem saber, ao fugir, Jacó desce ao vale. Primeiramente, cavou sete anos trabalhando por Raquel, mas não pode tê-la. Cava mais sete anos pela mulher que ainda amava. Depois de quatorze anos, continua cavando, agora, pelo salário, que por mais de dez vezes foi mudado por Labão. Indo em direção ao fundo, Deus o leva finalmente ao Jaboque.
Ali ele está disposto a dar a vida pelo irmão que enganara. Se vulnerabiliza diante de Deus. Estava disposto a retratar a situação com o Esaú, ainda que isto custasse à própria vida. Se dispõe a enfrentar o grande trauma da sua vida, onde tudo começara. Após cavar tanto, atinge o ponto da transformação! Na raiz da ferida reside também o ponto da cura absoluta.

II. A REPROVAÇÃO

O princípio de andar em círculos

O grande problema de andar em círculos é que apesar de todo esforço empreendido, você não sai do lugar em que se encontra. Se você está num deserto, isto significa uma situação ainda mais desconfortável.
Como vimos no exemplo de Jacó, a desaprovação além de nos levar a colher o que semeamos, ela pode nos conduzir a uma situação ainda pior e mortal: a reprovação crônica!

O caminho do deserto

Um dos principais objetivos do deserto é quebrar o condicionamento imposto por mentalidades de escravidão. O deserto é um caminho espiritual, que invariavelmente, está na rota da terra da promessa.
Depois de 430 anos de escravidão no Egito sendo soberbamente tratados por Faraó, Israel torna-se, finalmente, um povo livre. Este tempo de deserto é a tipologia do processo pós-libertação. Muitos ignoram que é depois de uma grande libertação que vem a parte mais difícil. Depois do Egito sempre vêm o deserto.
Por mais que a pessoa está livre, a personalidade continua deformada. É indispensável submeter-se a um processo de educação e reeducação da mente rompendo o condicionamento imposto durante todo o período do cativeiro, mantendo o território conquistado. É neste ponto que a maioria fracassa!
Na verdade, tirar o povo do Egito não foi o mais difícil. O desafio de Deus era construir no coração de Israel um caráter de obediência voluntária a ele. A voluntariedade é a alma da liberdade. O serviço, a renúncia, a submissão quando não estão condicionados a uma recompensa determinam a liberdade do coração.
Assim sendo, o deserto é o lugar espiritual de deixarmos Deus mudar nossa mentalidade, quebrar os paradigmas impostos por Satanás, pelo pecado, pelas rejeições, pelos espíritos territoriais, etc. Quanto maior o tempo em que a pessoa ficou condicionada a mentalidades e comportamentos contrários à verdade e à vontade de Deus, mais rigoroso é o definhamento espiritual.

O princípio da fisioterapia: uma simples analogia

Imagine alguém que ficou com sua perna engessada por três meses devido a uma fratura. Naturalmente, cada momento deste tempo de engessamento vai inibindo toda perspectiva de liberdade e mobilização. Vai-se acostumando e tomando a forma da situação até que conformamos totalmente com aquele condicionamento imposto pelo gesso.
Quando a pessoa tira o gesso, a sensação é muito agradável. Isto reflete o poder de uma libertação. Porém, apesar da perna já estar concertada, a estrutura óssea está enfraquecida, a musculatura definhada e o poder de movimentação ainda consideravelmente inibido.
Será necessária uma fisioterapia, um processo gradativo de exercícios para recuperar os movimentos e o controle motor. Este processo além de ser demorado, exige disciplina. Aqui aprendemos a paciência de ser um paciente. A disciplina é um dos mais importantes princípios da cruz, o qual, infelizmente, a maioria dos crentes recusam.
É interessante, que mesmo depois que a recuperação física já aconteceu, alguns ainda continuam mancando. Estão com o gesso na mente ou ainda com a dura lembrança do trauma sofrido na fratura. Este cacoete da alma é sinal de uma severa sequela que ainda deve ser eliminada.
É necessário superar a situação estando novamente disposto a correr riscos e se expor diante dos novos desafios da vida. A tendência de um osso quebrado é se tornar ainda mais forte devido à calcificação.

A restauração da alma

Quando pensamos em termos de uma personalidade que ficou engessada em traumas, abusos, injustiças e comportamentos ou mentalidades pecaminosas, o processo pode ser ainda mais estreito de superar. É aqui que muitos que sofreram libertações tremendas na vida começam a fracassar, e fracassar, e fracassar... até perecerem no deserto.
Em contrapartida, entender este tempo de deserto com um coração responsivo pode nos levar brevemente à nossa herança em Canaã, onde vamos pisar nossos inimigos e desfrutar do melhor de Deus.
Quando entendemos a necessidade desta "fisioterapia na alma", e começamos a exercitar diligentemente nossas escolhas na direção de construir um caráter de obediência em áreas que tivemos um histórico de derrota, revertemos este quadro mais rápida e facilmente que imaginávamos.
Ponha-se no lugar de um daqueles israelitas que passou sua vida inteira sendo tratado como escravo.
Cada parte da alma estava engessada por todos os aspectos impostos pela injusta vida de escravidão. Eram humilhados, sobrecarregados, abusados, forçados, e tudo isto sem nenhum tipo de incentivo ou recompensa.
Não faziam mais que a obrigação! O grito de rebelião era sempre sufocado pelo chicote dos exatores e por impiedosas e rígidas punições!
Nesta plataforma de rejeição está a raiz da rebelião, que manifesta-se através de uma insatisfação calada e falada. A perspectiva do líder como um exator, que impunha o cumprimento perfeccionista do trabalho na ponta do chicote, deforma o conceito de lei e autoridade. Liderança passa a ser sinônimo de ameaça e injustiça.
Este foi o grande drama que Moisés teve que enfrentar ao liderar todo aquele povo. Amargura e murmuração jorram da visão deformada do princípio de autoridade.
É importante mencionar que os mesmos 40 anos que Deus precisou para transformar Moisés no deserto, no "Seminário do Pr. Jetro", ele também demorou para transformar o povo de Israel. A transformação do povo está diretamente vinculada à transformação do líder!
O maior desafio não foi tirar o povo da escravidão do Egito, mas tirar o Egito e a escravidão do povo. Deus precisou de dez milagres para tirar o povo de Israel do Egito e de vinte milagres no deserto, o dobro, para tirar o Egito do povo de Israel.
Continuavam servindo a Deus com a mentalidade que serviam a Faraó. A mente havia sido fortemente tatuada com um referencial de liderança escravagista imposto por Faraó. Substituir este conceito de liderança egípcio pelo conceito da paternidade divina custou quarenta anos de deserto. Na verdade, apenas a outra geração começou a assimilar isto.

Andando em círculo no deserto: A mortal reprovação crônica

Quando Deus tirou o povo do cativeiro do Egito e da rotina da escravidão, o caminho a ser tomado foi o deserto. Muitas provas e milagres aconteceram. Ao mesmo tempo em que Deus mostrava sua disciplina através de provas, ele também revelava sua graça através de milagres jamais vistos. Porém, apesar de todo cuidado de Deus com o povo, por diversas vezes eles foram desaprovados e reprovados. Você pode conferir isto estudando o livro de Números. Mesmo assim prosseguiam em direção à terra prometida.
Vem, então, um teste final, quando precisaram sondar a terra de Canaã. Foram escolhidos doze homens, que eram príncipes e líderes de cada uma das tribos de Israel. Diante das cidades fortificadas e da belicosidade dos cananeus, dez daqueles espias voltam com o coração totalmente desfalecido e vencido pela incredulidade. Foram conquistados interiormente pelo medo dos moradores da terra a ser conquistada.
Ao enfrentar a prova mais importante de suas vidas, eles fracassaram. Contaminaram o povo com a reportagem que deram, derretendo o coração de todos. Imediatamente, a ordem divina foi retornar ao deserto, onde o insucesso espiritual começara.

"Quanto a vós, porém, virar-vos, e parti para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho. " (Dt 1:40)

Não tinham ainda aprendido o suficiente. O caráter ainda não estava suficientemente firme para suportar esta nova etapa da vida que envolveria conquistas bem maiores na terra de Canaã.
Se não podiam vencer seus próprios medos e desejos, como iriam derrotar cidades fortificadas e exércitos ferozes? Se ainda estavam lutando com a própria carne, como poderiam derrubar as hostes espirituais da maldade e os poderes deste mundo tenebroso? Precisaram voltar lá atrás, naqueles pontos, onde vinham sendo derrotados, vez após vez. Deus, então, os levou para onde o problema começou: o deserto, que eles tanto não queriam.
Toda aquela geração, exceto Josué e Calebe, tiveram um "fim trágico". Eles andaram em círculo, de reprovação em reprovação, até morrerem. Esta é a contundente lei do deserto: Ou você sai aprovado, ou você não sai!
O deserto é o cemitério dos que não entram na terra prometida. Se consultarmos um mapa sobre a jornada do povo de Israel no deserto, veremos que eles fizeram exatamente um círculo que tangenciou o Mar Vermelho e a Terra Prometida. Ficaram no deserto até que toda aquela geração foi destruída!
Esta tem sido a rotina na vida de muitos crentes.
Ora avistam a terra prometida, e se animam. Ora estão beirando o Egito! Nunca passam nas provas do deserto. Acabam fracassando neste conflito que Paulo assim descreve:

"Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse prático ... Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?"
(Rm 7:19,24)

Espero que Deus possa contar com você nesta geração e não tenha que esperar a próxima!

III. A APROVAÇÃO

O princípio da submissão ao tratamento de Deus

Aprovação é mais que vencer as provações, é vencer as desaprovações e reprovações, o que normalmente é mais difícil. Precisamos terminar bem, cumprir o tempo de Deus, deixando com que a correção divina cumpra em nós todos os seus desígnios.
A dinâmica da vontade de Deus requer a motivação certa, o lugar certo, o tempo certo, através dos princípios certos e debaixo da liderança certa. Resumindo, sob muitos detalhes e circunstâncias, é necessário tomar uma decisão afinada com o coração de Deus.

A aprovação de Jacó: Princípios de tomada de decisão

1. Impelido pela palavra de Deus: Aprovado no seminário de Labão.

Quando nos encontramos num tempo e local de tratamento divino, nunca devemos forçar uma saída rápida e fácil buscando com isto atender a nossa comodidade. Na verdade, isto seria uma forma de fuga, que apenas nos enquadra no rol dos reprovados. Diante das provas, o imediatismo é sempre uma forte tentação.
Para lidar com situações de reprovação temos que aprender a conviver com alguns incômodos temporários. É necessário descartar todo tipo de subterfúgio onde espiritualizamos nossas barreiras, usando até mesmo, a palavra e o nome de Deus em vão, o que certamente só acarreta piores consequências sobre as nossas vidas. É vital que a palavra de Deus venha genuinamente, confirmando e assinalando claramente a mudança a ser feita:

"Disse o Senhor então, a Jacó: Volta para a terra de teus pais e para a tua parentela; e eu serei contigo. " (Gn 31:3)

Jacó saiu de Padã-Arã impelido pela Palavra de Deus.
Ele esperou vinte anos sendo oprimido pelo seu sogro. Apesar dos quatorze anos sem salário e depois, por mais seis anos, sofrer vários golpes que traziam desvantagens financeiras, Jacó tornou-se mais rico que Labão. Estava acima de Labão, acima do dinheiro, acima das rejeições e injustiças! Era, agora, um homem livre, que aprendeu a respeitar e perdoar as pessoas. Um homem amadurecido e aprovado na escola do quebrantamento! Com um coração certo, tendo o selo da gratidão em sua vida, mesmo tendo passado por tudo aquilo, estava pronto a continuar com Labão!
Jacó não estava chateado ou ressentido com Labão, muito pelo contrário, na verdade, era Labão e seus filhos que estavam contrariados com Jacó:

"Jacó, entretanto, ouviu as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem levado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai adquiriu ele todas estas riquezas. " (Gn 31:1)

Quando Labão não te incomoda mais, significa que a hora de Deus para a mudança se aproxima! Esta é a evidência que o Labão que existia dentro de nós foi arrancado e vencemos a etapa do deserto.

2. Autorizado pelas autoridades em questão

A bênção de Maanaim: A prova de sujeitar-se à liderança de um líder injusto.
Apesar de Deus falar claramente para Jacó retornar para a terra de seus pais, ele não teve coragem de comunicar sua partida. Não acreditou que a palavra de Deus seria poderosa para quebrar qualquer relutância da parte de Labão.
Realmente, Labão já se sentia o dono de Jacó. Era um líder dominador e injusto. Manipulou Jacó todo aquele tempo usando as próprias filhas e depois o fez oferecendo salário, o que não deixou de ser uma forma de comprá-lo.
Aparentemente, tudo indicava que Labão iria impedir de alguma forma que Jacó "saísse do seu ministério", onde fazia o trabalho mais pesado. Acredito que todo homem de Deus precisa passar pelo crivo desta prova: a prova de submeter-se à liderança de um líder injusto.
Davi passou pela mesma situação, sendo duramente perseguido por Saul, durante aproximadamente doze anos, um rei enciumado que tentou matá-lo por várias vezes e de diversas formas.
Você já teve um líder assim? Que te persegue, que não gosta quando o seu ministério desponta, que tenta impedir seu crescimento, que abertamente usa sua vida para obter vantagens pessoais, que quer controlar tudo, que se sente no direito de viver a sua vida e age como se fosse o seu dono, usando irresponsavelmente de ameaças e até mesmo palavras de maldição, que está obcecado no que você pode contribuir para os seus interesses pessoais e não interessado na vontade de Deus se cumprir na sua vida?
Se você já passou ou está passando por uma situação como esta, provavelmente, está no caminho certo! Digo provavelmente, porque você está enfrentando uma das provas mais importantes da sua vida. Isto pode fazer a diferença entre você ser um Davi ou um Saul na sua liderança, um Jacó ou um Labão com seus liderados.
Jacó acaba fazendo uma decisão incorreta, e apesar de ter a palavra de Deus, mais uma vez, ele foge. Sorrateiramente, ele ajuntou suas esposas, filhos, rebanhos, bens e foi-se embora sem que ninguém pudesse perceber.
Depois de três dias, Labão sente sua ausência e se enfurece ao descobrir que Jacó o abandonara. Decidiu, então, persegui-lo como alguém que vai à cata de algo que lhe pertence. Havia uma terrível decisão no coração de Labão de matar Jacó. Se Jacó não ficasse com ele, também não ficaria com ninguém!
Porém, no caminho da sua impiedosa perseguição a Jacó, que viajava lentamente devido ao grande rebanho que conduzia, Deus se manifesta a Labão e o repreende duramente:

"... Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal. " (Gn 31:29)

Labão alcança Jacó e depois de resolverem a situação, eles fazem um pacto de sal:

"Respondeu-lhe Labão: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é meu rebanho, e tudo o que vês é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou aos filhos que elas tiveram? Agora pois vem, e façamos um pacto, eu e tu; e sirva ele de testemunha entre mim e ti. Então tomou Jacó uma pedra, e a erigiu como coluna ... Disse, pois, Labão: Este montão é hoje testemunha entre mim e ti. Por isso foi chamado Galeede. " (Gn 31:43 -45, 48)

Jacó estava aprendendo de uma vez por todas uma coisa fundamental para ser aprovado: "nunca fugir".
Na verdade, o próprio Labão reconhecia que o Senhor o abençoara por causa de Jacó:
"... pois tenho percebido que o Senhor me abençoou por amor de ti. " (Gn 30:27)

Depois disto, legitimamente liberado por Labão, continuando sua jornada, Jacó chega num lugar chamado Maanaim, onde tem uma experiência tremenda com Deus. Percebeu que estava amparado pelo acampamento de anjos. Deus estava confirmando, que agora, as coisas estavam novamente em segurança:

"Jacó também seguiu o seu caminho; e encontraram-no os anjos de Deus. " (Gn 32:1)

A Bíblia nos confronta dizendo que devemos submeter e prestar contas não apenas diante dos líderes bons e justos, como também dos maus e injustos. Sempre quando passamos nesta estreita prova, vamos estar amparados sobrenaturalmente pelos anjos de Deus.
Porém, quando precipitamos e agimos sem o temor do Senhor, acabamos perdendo o rumo. Nos sentimos ofendidos e ofendemos. Ao invés de encontrar os anjos de Deus, somos achados por legiões de demônios. Desta forma podemos abortar tudo que Deus já vinha fazendo até aquele ponto.
É interessante notar como Deus não permitiu que Jacó cometesse o mesmo erro que havia cometido com Esaú. Jacó saiu fugido de Labão, mas não conseguiu ir muito longe. Só depois de ter feito um pacto com seu sogro, é que ele realmente estava liberado por Deus.

3. Coragem para obedecer: voltando no ponto do trauma

"Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá ? Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. " (Jo 11:8-9)

Muitas vezes será necessário voltar em lugares onde alguém, literalmente, tentou nos destruir. Lógico, que é necessário fazer isto, sempre, em virtude de um discernimento, que só a palavra revelada de Deus pode nos dar.
Jesus nunca fugia de nada. Ele sabia enfrentar todas estas situações ameaçadoras, confrontando toda intimidação demoníaca. Podia discernir quando o mundo espiritual estava aberto ou fechado, movendo-se na vontade do Pai.

"Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e senão, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. " (Ap 2:5)

Depois de tanto tempo, Deus estava lembrando Jacó do seu problema com o irmão, quando havia sido jurado de morte. Este terrível impasse, que o levara a abandonar a casa dos pais ainda era um espinho na sua consciência. Precisava voltar naquele ponto.
Vinte anos sem falar com o irmão não é uma coisa simples de se resolver. A Bíblia, sabiamente, explica que: "O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte. " (Pv 18:19)
A inimizade tem sido um dos maiores ataques de Satanás contra a igreja e principalmente contra os pastores. Existe um alto percentual de pastores que não se falam, mesmo morando na mesma cidade.
Devido a desavenças e defraudações não resolvidas, líderes passam a sustentar uma inimizade no coração que é encoberta sutilmente, mas por baixo desta casca a ferida está viva.
Este tipo de situação muitas vezes perdura por anos e até por gerações, construindo as mais terríveis barreiras denominacionais, sustentando um clima maligno de divisão e críticas que subtrai a autoridade territorial e corporativa da igreja. Mais cedo ou mais tarde, terá que acontecer uma reconciliação, ou estas pessoas serão vítimas da lei do deserto.

Aprovado no Vale de Jaboque

Jacó se posicionou diante do terrível medo e constrangimento que barrou seu relacionamento com Esaú. Entendeu que aquela terrível prevenção espiritual era o maior inimigo. Mesmo correndo risco de vida, pois recebeu a notícia que seu irmão vinha contra ele acompanhado de quatrocentos homens, ele decidiu voltar no ponto da derrota!
Decidiu que nunca mais seria um fugitivo. Estava pronto a retratar aquela situação que tanto ofendera seu irmão. Depois de enviar alguns presentes para Esaú, através dos familiares, que foram na frente, divididos em dois grupos, ele desceu sozinho ao Vale de Jaboque. Estes são aqueles momentos que não adianta pedir oração para ninguém, é apenas você e Deus:

"Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia. " (Gn 32:24)

Neste vale, depois de tanto cavar, é que ele encontraria o ponto das águas, o fluir transformador de Deus.
Não só Jacó seria transformado, mas ali também estava a chave da transformação do coração de Esaú.
Jacó começou a lutar com o anjo do Senhor. Mas, na realidade, o inimigo a ser vencido estava dentro dele mesmo. Precisava morrer de uma vez por todas para a sua identidade de enganador.
Ali, na verdade, foi o calvário de Jacó, onde foi fatalmente ferido na sua carnalidade. A espada de Deus aleijou de uma vez por todas suas tendências carnais e as motivações corrompidas. As feridas de Deus sempre são cirúrgicas. De fato, ali, a alma de Jacó sofreu uma profunda cirurgia, um transplante de identidade.
Foi desta forma que ele viu Deus face a face. Você ainda quer um encontro face a face com Deus?
Mesmo Jacó estando ferido e sem forças, aquele anjo com quem lutara estranhamente explica que ele lutou e foi o vencedor da luta. Mas, como ele poderia ter vencido, se estava visivelmente atingido pela espada do anjo e profundamente ferido pelo bisturi divino? Aqui entendemos que só vencemos quando somos totalmente vencidos pelo Espírito Santo. É neste paradoxo que reside o ponto da transformação! Foi neste instante, que finalmente, ele deixou de ser Jacó, e passou a ser Israel:

"Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido. " (Gn 32:28)

Sinceramente, espero que você possa terminar esta leitura, totalmente derrotado pela cruz e vencido pelo Espírito Santo. Enquanto formos "inimigos da cruz" nossa índole continuará nos privando da nossa genuína identidade em Deus.
Não é difícil concluir que a raiz dos problemas que mais atormentaram Jacó não estava em Esaú e muito menos em Labão, porém, nele mesmo. Invariavelmente, enfrentamos muitas resistências que são meramente um efeito colateral de um estado pessoal de reprovação.
O problema não são as pessoas ou as circunstâncias que insistem em serem desfavoráveis. Começamos a orar para que estas pessoas possam mudar o seu posicionamento. Oramos por milagres que alterem a ordem natural das circunstâncias que nos afligem.
Muitos estão lutando em oração dizendo: Senhor, Não aguento mais o meu marido ..., não suporto mais as cobranças da minha esposa ..., nem a rebelião do meu filho ..., aquele jeito do meu pastor me incomoda ..., não aturo mais a avareza do meu patrão ..., a imaturidade do meu líder de célula ... Muda eles Senhor!
Porém, o que primeiramente precisa ser mudado, é a nossa oração: "Deus, que eu seja o milagre e não as pessoas! Que eu seja o milagre e não as circunstâncias! Muda a mim!"
De repente, isto começa a surtir um poderoso efeito.
Deste quebrantamento interior, um forte mover do Espírito Santo começa a jorrar. Nossa religiosidade é rompida. Um ambiente de paz e revelação nos envolve.
Quando a nossa índole é transformada, as pessoas mudam e as circunstâncias se transformam ao nosso redor.
Deus transformou a Jacó quando ele resolveu não mais fugir de Esaú, nem de Labão, nem da morte. Simplesmente abraçou a cruz, e, finalmente, foi aprovado por Deus. Ele alcançou um lugar de paz e vitória em todos os seus relacionamentos. Jacó, de enganador, passou a ser chamado de Israel, Príncipe de Deus.
Quando a índole de Jacó foi transformada, a atitude de Esaú mudou:

"Então Esaú correu-lhe ao encontro, abraçou-o, lançou sê-lhe ao pescoço, e o beijou; e eles choraram. " (Gn 33:4) Antes de Esaú ser transformado, Jacó precisou ser transformado. Nós precisamos ser o milagre, e não os outros, ou as circunstâncias. Quando somos transformados pela aprovação divina, esta vitória permeia com um poder transformador e sobrenatural as pessoas e circunstâncias ao nosso redor.
Esta é a matemática de Deus, uma equação simples, porém poderosa:

PROVADOS + APROVADOS = TRANSFORMADOS!








PRÉ-REQUISITOS PARA SER UM OBREIRO

01º- Ter aceitado Jesus, sido batizado nas águas correntes e tomando santa ceia.
02º- Ter um chamado vindo diretamente de Deus.
03º- Ter um bom testemunho dentro de casa, fora e na igreja.
04º- Ter lindo a bíblia toda pelo menos uma vez.
05º- Não abandonar a igreja local, avisando faltas, doenças, viagens e dificuldades que poderá enfrentar.
06º- Participar do grupo de estudo local. (I.G. P).
07º- Ser de oração, jejum e monte.
08º-Ter disponibilidade para vir aos cultos, visitas, evangelismo e eventos em geral de nossa igreja.
09º- Ser fiel ao ministério e a seus líderes.
10º- Submeter às regras, doutrinas e costumes de nosso ministério.
11º- Se ainda não é batizado com o Espirito Santo, ter e nutrir um desejo ardente e continuo de ser batizado.
12º- Chegar no mínimo 15 minutos antes de começar o culto.
13º- Não deixar ser contaminado por rebeldes, fofoqueiros e outros mais que militam contra a obra de Deus.
14º-Irrepreensível: que não se pode repreender ou não merece repreensão. Pessoa correta.
15º-Casado, Fiel, marido de uma só mulher. (Pastores, presbíteros e diáconos)
16º-Moderado: Não se exceder. Pessoa regular, normal. Conter, reprimir.
17º-Sensato: Que tem bom senso, equilibrado.
18º-Respeitável: Pessoa digna de respeito.
19º-Hospitaleiro: Aquele que dá hospedagem por caridade ou que acolhe com satisfação.
20º-Apto a ensinar: Capaz de ensinar. Que tem habilidade no ensino da palavra de Deus. Idôneo.
21º-Não deve ser apegado ao vinho: não ser beberrão.
22º-Não ser violento: ser amável e pacífico.
23º-Não ser soberbo ou ganancioso.
24º-Tem que governar bem sua própria família.
25ºTem que ter respeito dos filhos.
26º-Não ser novo na fé para que não se ensoberbeça: arrogante, altivo, orgulhoso.
27º- Estar com a documentação em dia.
28º- Ter o uniforme completo.
29º- Obreiros vindos de outros lugares. Submeter a análise da diretoria local.
30º- Não ser efeminados/ Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?
Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.1 Coríntios 6:9,10
31º- Ser Dizimista
32º-Ter feito o curso de obreiro aqui na igreja e ter sido aprovado. (Curso abaixo)













C.F. O


Lucas. 24.45



 “Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.”

Para começamos o nosso estudo é necessário saber que iremos compreender as escrituras se o Senhor Jesus e seu Santo Espírito nos abrir o entendimento.

Peçamos então para ELE está graça. Oremos...



Para prosseguirmos o estudo faz-se necessário saber diferenciar, Doutrina (Princípios fundamentais de uma crença, sistema ou ciência.) e Costumes. (Prática habitual, modo de proceder. = hábito, Procedimento, modo de viver. Usanças, práticas.)

Isto quer dizer que o descumprimento de uma doutrina leva-nos a perdição e o descumprimento de um costume não.

Exemplos de doutrina (Salvação, pecado, perdão, batismo, santa ceia, céu, inferno, anjos, Deus, Jesus, Espírito Santo etc.)

Exemplos de costumes (tamanho do cabelo, unhas, brincos, roupas, comidas, bebidas, etc.)

Um exemplo claro em nossos pais é o de tomar café “O que é a cafeína’’”?

A cafeína é conhecida cientificamente como trimetilxantina e sua fórmula química é C8H10N4O2 Quando isolada na forma pura, a cafeína é um pó cristalino branco com sabor muito amargo. A principal forma de se obtê-la é pelo processo de descafeinização de café e chá.

Na Medicina, a cafeína é usada como estimulante cardíaco e também como diurético leve. Recreativamente, ela é utilizada para fornecer uma "dose extra de energia" ou para se ter um sentimento de agitação. Também é frequentemente usada para manter as pessoas acordadas por mais tempo. Estudantes e motoristas costumam utilizá-la para ficarem acordados até tarde. Muitas pessoas se sentem como se não pudessem fazer nada pela manhã antes de tomar uma xícara de café. A bebida lhes fornece cafeína e dá ânimo para começar o dia.

A cafeína é uma droga que causa dependência. Entre suas muitas ações, ela age usando os mesmos mecanismos das anfetaminas, cocaína e heroína para estimular o cérebro. Os efeitos da cafeína são mais leves que o das drogas mencionadas, mas manipulam os mesmos canais do cérebro. Esse é um dos motivos pelos quais ela pode viciar. Se você se sente como se não pudesse fazer nada sem ela e tem que consumi-la todos os dias, então você é dependente da cafeína.

EM PRIMEIRO LUGAR

Tiago 1:22-25 E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.

Hoje em dia temos muitos pregadores, que não são praticantes da palavra, pois quando vem as primeiras lutas eles abandonam a obra com mil desculpas.

Ex: irmão você tem que superar, veja o exemplo de Paulo.

Resp- Eu não sou Paulo, Paulo foi Paulo, eu sou eu.

Jeremias aguentou mais eu não aguento.

Romanos 15:4 Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.

Observação.

As perguntas terão que ser feitas aos professores, não saia do curso com dúvidas.

Se caso não tivermos as respostas para a sua pergunta no dia, iremos dalas na aula seguinte.

Evite conversas paralelas, elas podem atrapalhar a aula e também trazer duvidas para os alunos.

Boa aula.



Pr. Celso S Neto.











O OBREIRO E O SEU PREPARO PARA A OBRA DO SENHOR

Texto Base: 2Tm 2.15. 


UMA PALAVRA 

Tendo em vista a necessidade de um maior e melhor preparo para desenvolvermos a contento nossas atividades na gloriosa OBRA de nosso Senhor e Salvador Jesus, gostaria de lembrar a quem possa interessar alguns detalhes que achamos bem oportunos. Ei-los: * O texto áureo do obreiro: 2Tm 2.15. Será que todos, temos esse preparo? * Um texto oportuno: João 9.4. Será que estamos trabalhando enquanto é dia? * Dois textos difíceis, porém, práticos: Salmo 15 e Filipenses 2.15. Quem os poderá cumprir? * Três hinos difíceis, porém, práticos: 115, 147 e 515 da H.C. Quem os poderá cantar? * Uma oração difícil, porém prática: o PAI NOSSO – Mt 6.9-13. Quem a poderá orar? * Uma orientação oportuna: Mt 9.37,38. Será que estamos orando pela SEARA? * Um pedido difícil, porém, prático: Is 6.8b. Quem poderá pedi-lo?                                                                               


Introdução. Em todo o tempo pode-se ver, por um lado os crentes fiéis - aqueles que realmente são convertidos em Cristo e estão sempre em todos os tempos preocupados em servir mais e melhor ao Senhor Jesus - e por outro, infelizmente se pode ver o despreparo de muitos; inclusive Obreiros, Ministros outros e até Pastores. Entretanto, necessitamos todos procurarmos nos preparar mais e melhor para a Seara do Senhor! Outrossim, num humilde esforço apresento esta apreciação conscientizadora tendo como único objetivo aumentar o respeito ao próprio Obreiro com relação ao seu modo de vida na convivência perante a igreja e a sociedade

PRIMEIRA PARTE

O   BÊ-Á-BÁ   PARA   O   ASPIRANTE   AO   MINISTÉRIO  

1. ACENOS.
a) Não acene com as mãos para cumprimentar, apontar ou chamar alguém, pois quem assim proceder estará atraindo toda a atenção para si e não para Deus. Quem deve ser o centro de todo o culto? 

2. AUSÊNCIA/PÚLPITO.
a) O obreiro não deve deixar o púlpito durante uma reunião (salvo ao contrário por força maior), despertando curiosidade à Igreja, dando muita importância a si mesmo e causando expectativa. Ao subir ao púlpito só deve descer no final da cerimônia, a não ser em caso ou circunstância que possa justificar. 

3. ALTERAÇÃO DA VOZ.
a) Não grite e tão pouco mude tua voz. Toda e qualquer alteração deve ser conduzida pelo Espírito, isto é, dEle para você e nunca de você para Ele. O Espírito Santo age por Si só e nos usa como vasos Seus. Você conhece alguém tentando mudar essa ordem? Deus nos guarde! 

4. BOAS MANEIRAS.
a) O obreiro deve crescer na observação de pequenos detalhes para, depois, ser fiel no muito. Se falharmos nas pequenas coisas, cairemos na realidade do ditado popular que diz: por onde passa um boi, passa uma boiada. A observância das regras, que norteiam o modo de vida cristão, fatalmente trará mais respeito para com a obra divina na face da terra.
b) Quanto mais zeloso - sem ser fanático - mais abençoado por Deus o obreiro será recebendo condições pela graça do Senhor, de passar à frente suas experiências que resultam em bênçãos em função de seu temor expresso em seu modo de vida. Coisa da alma! 

5. COCHICHO.
a) É comum vermos (em algumas igrejas) pessoas cochicharem com obreiros no púlpito e, em seguida caminha- rem no templo levando consigo os olhares curiosos da plateia, desviando a atenção de todos que ficam na expectativa de algum fato extra culto. 

* O OBREIRO deve se manter de maneira digna, pois todos da nave do templo se voltam ao púlpito onde deve residir o exemplo de temor e respeito. 

6. COOPERADORES.
a) Estes não devem (quando não estiverem no púlpito), formar rodinhas durante a realização de uma cerimônia. O ideal é que somente uma pessoa fique em cada porta do templo, e, mesmo assim, quando for útil. Devem se portar de forma digna; serem atenciosos, sempre olhando para o pastor, entendendo-o; orando e vigiando; com atenção voltada tanto ao desenrolar do culto como à chegada de visitas.
 b) As visitas devem ser apresentadas ao dirigente, após o cooperador tomar seus nomes e todas as informações, anotando-as em letras legíveis, discretamente. A propósito: qual o significado da palavra “cooperador”? 

7. CUIDADOS BÁSICOS AO FALAR EM PÚBLICO.
a) Não falar sem paletó ou gravata (salvo que esteja autorizado para assim proceder). É falta de respeito ao público ou à igreja tirar o paletó (salvo que esteja autorizado para assim proceder). Usá-lo é um costume que expressa ética e respeito.  * Não se deve vestir o paletó no púlpito. Entre já devidamente trajado, demonstrando todo respeito pela presença do Senhor. Não espere para colocá-lo no púlpito. Lembre-se: a Igreja não é nossa casa, mas a casa de Deus. *Abotoar o paletó (...usá-lo aberto, salvo em circunstâncias ao contrário). 
b) Não colocar a(s) mão(s) no(s) bolso(s).
c) Não levantar ou arrumar as calças ou camisa.
d) Não gesticular com exagero. O exagero de expressões e gesticulações causa nervosismo à plateia.
e) Distribuir o olhar. Não olhe somente numa direção, como por exemplo: para a Bíblia, ou para cima, ou para baixo, ou só para frente ou ao pior de tudo, só para o lado das mulheres... O pregador deve ter uma visão ampla de tudo. Quando falar pessoalmente com outra pessoa, olhe em direção ao seu rosto, isto é, em seus olhos. Seja objetivo e demonstre sinceridade e segurança.
f) Não debruçar no púlpito, quando estiver pregando. O pregador deve manter a postura. 

8. DIÁCONOS.
a) Estes não devem se mover de um lado para outro chamando a atenção para si. É impossível prestar adoração ao Senhor, com pessoas se movendo na nave do templo ou lugar onde se adora. Em regra geral, nota-se a falta de temor quando um obreiro toma justamente caminhos dentro do culto, que lhe dão notoriedade entre os fiéis. Lembre-se- se disto: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Um dos casos notados é a entrega de correspondência ou envelopes, em pleno culto. * Obreiros (Diáconos e Cooperadores) usam da reunião, que deve ser feita exclusivamente a Deus, para satisfazer seus objetivos ou descarregar seus afazeres. Todo o sistema de composição da igreja deve ser levado a sério e com todo o temor! Observe isto: “... como prudente construtor... cada um veja como edifica” (1Co 3.10). 

9. DICIONÁRIO
a) Procure não esquecer quando estudar a Bíblia, em ter ao lado um dicionário da língua portuguesa, pois muitas palavras obscuras poderão ser esclarecidas através de um bom dicionário. Deus fala pela Palavra e importa que tenhamos conhecimento para melhor entendê-la, sem confundir letra (Lei de Moisés, que mata...) com letra (conhecimento). A própria Palavra nos exorta para não sermos ignorantes (sem conhecimento). Vejamos: * A ignorância é uma fraqueza - Hb 5.1,2. * A ignorância é vista como irracionalidade (falta de raciocínio ou de razão) - Sl 73.22. * O ignorante critica por não conhecer - 2Pe 2.12; 3.16.
b) O OBREIRO deve se livrar da ignorância.  A Palavra também exorta o obreiro a estar preparado para defender a nossa esperança (apresentar a razão da fé) - 1Pe 3.15; Hb 10.23. 

10. HIGIENE.
a) O OBREIRO deve sempre fazer a barba, cortar o cabelo e estar de unhas e sapatos limpos (salvo ao contrário em circunstâncias de força maior). 

11. LOUVOR AO HOMEM. COMO PODE SER ISTO? VEJAMOS:
a) Quanto aos hinos. Eles devem ser entoados a Deus e não aos homens. Não se oferece ou se dedica hinos. É uma inovação oferecer louvores (hinos) a homens. Fica patente o desconhecimento bíblico, quando se oferece às pessoas que nem mesmo conhecem ao Senhor. 
b) Quanto à política. É uma ótima maneira de se fazer política ou média humana. Deus abomina tal ação. Toda a glória pertence a Deus. Ele não divide a Sua glória com ninguém - Is 42.8; 48.11. Observe: como estamos cultuando? Deixe os respeitos humanos para outra ocasião! 

12. MODÉSTIA.
a) Jesus sempre foi modesto! Ele deu-nos exemplo de humildade, mesmo sendo Deus, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Poderia ter nascido em berço de ouro, uma vez ser Ele o dono do ouro e da prata, no entanto, nasceu numa manjedoura.
b) Seja também discreto, humilde e modesto. Mas o que é modéstia? Moderação; ausência de vaidade; simplicidade; sobriedade; compostura. Devemos nos guardar de tudo que denigre a imagem de um cristão. 

13. MODOS/POSTURA
a) Não cruze as pernas no púlpito; procure sentar com postura. Lembre-se que Deus nos observa em tudo - Is 37.28. 

14. O PERIGO DAS INOVAÇÕES.
 a) A preocupação do apóstolo Paulo com os irmãos de Corinto se encaixa perfeitamente dentro de nossa época, quando alguns estão confundindo a necessidade de renovação espiritual com “inovação humana”. Observe isto: “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co 11.2,3). Atenção! Todo o cuidado e zelo devem ser priorizados, para não sermos tragados pelo engano do mundo. 

15. PORTEIROS.
a) Os porteiros não devem chegar em horário avançado, pois ficam sem tempo para orar a Deus, antes de iniciar suas atividades.
b) A porta do templo deve contar com uma pessoa consagrada, pois ali começa a benção do Senhor sobre os que visitam a casa de oração. Se o porteiro não for espiritual, o inimigo poderá colocar tropeços à sua frente e atrapalhar a operação de Deus a um visitante... Nunca este obreiro deve ir ao seu posto, como em todos os outros, sem a devida oração.
c) Observe isto: a porta não é lugar de bate-papo. Tão somente cumprimente, com toda educação e bom trato, sem, contudo, desviar a atenção do alvo principal: O CULTO A DEUS. Cá entre nós: você sabe de alguém que não entrou no templo, por causa do porteiro? 

16. PREPARO/ARRUMAÇÃO DO TEMPLO.
a) Bancos e cadeiras devem ser arrumados antes ou após o culto e nunca durante sua realização (salvo alguma circunstância que justifique). Todo e qualquer movimento e conversa quando alguém estiver orando ou cultuando a Deus servem tão somente para atrapalhar. 

17. PÚLPITO.
a) O púlpito deve ser temido e respeitado como um lugar sagrado, onde somente santificados (separados) ao Senhor devem tomar parte. O local não deve ser vulgarizado com a presença de outros que não sejam OBREIROS do Senhor.
b) Do púlpito, não devem participar políticos, sejam eles evangélicos ou não (salvo se alguém for obreiro...). 

18. RESPEITO AO PASTOR.
 a) Trate teu pastor com o devido respeito. Não o tenha como uma pessoa comum, a ponto de faltar com o respeito e consideração ao cargo e representatividade que ocupa.
b) Quando se dirigir a ele diretamente, ou falando de sua pessoa para outrem, não esqueça de tê-lo como PAS- TOR, sempre colocando sua função à frente de seu nome. Nunca diga: “fulano de tal”. Diga: “pastor fulano de tal”. Cá entre nós: o devido tratamento acima, deve ser só para os senhores pastores ou também para com os demais obreiros? O que você acha? ... 

19. RESPEITO AO TEMPLO.
a) Ao saudar alguém e/ou receber um obreiro ou visitante, nunca diga: fique à vontade, ou, sinta-se como estives- se em sua casa. Grande engano! Eis o porquê: * Primeiro: o templo do Senhor não é lugar para ninguém ficar à vontade. * Segundo: a igreja não é casa de homens; mas sim, casa de Deus - o lugar apropriado para se cultuar a Deus - portanto, deve ser respeitado como tal, desde a entrada até a saída. 

20. SAGRADO/PÚLPITO.
a) Não troque conversa no púlpito, principalmente sobre coisas particulares (salvo em alguma circunstância que possa justificar...). Espere o final do culto, desça do púlpito e vá tratar daquilo

21. SAÚDO.
a) Na saudação, lembre-se que a palavra SAÚDO/SAÚDA, tem acento agudo, como a palavra SAÚDE. Portanto, diga: SA-Ú-DO os irmãos! E não SAUDO (saldo), que pode significar resto ou sobra, como “saldo de retalhos”. 


22. TÍTULOS NA BÍBLIA.
a) Atenção: os títulos de passagens bíblicas não são inspirados, ou seja, não fazem parte do cânon bíblico (inspiração), pois, originalmente a Bíblia foi escrita em sequência sem nenhuma divisão; capítulos e versículos, vieram depois, para facilitar o estudo e manuseio de seus respectivos livros. Um exemplo: em Lucas 16.19-31, versão “ARC”, lê-se “a parábola do rico e Lázaro”; na versão “ARA”, não; mas, sim, “o rico e Lázaro”. 

23. VIGILÂNCIA.
a) Quando adentrar ao templo deve-se “guardar o pé” para não chamar a atenção para si. O barulho de sapatos é um sério problema.
b) Ao tomar assento ao púlpito, saúde a todos de uma só vês com um aceno: ou de mão, ou com a cabeça. O ideal é deixar os cumprimentos para depois do culto (salvo alguma circunstância em que se faça necessário...). Obs.: aperta-se a mão de todos, igualmente, ou dá-se um aceno geral.
c) Após a leitura da Bíblia, deve-se fechá-la, e se voltar em atenção ao pregador. É deselegante continuar lendo enquanto alguém fala, a não ser que esteja acompanhando a leitura.
d) Não converse no recinto da Igreja e muito menos no púlpito (salvo em circunstância em que realmente seja necessário...).
e) Não ande e não aponte durante o culto (salvo nalguma circunstância em necessário...). Seja sempre discreto quando estiver no púlpito. Não chame a atenção para si. Observe bem isto: “Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento” (Pv 3.13).
f) Não conversar, rir ou andar no púlpito (salvo alguma circunstância que se faça necessário).
g) Não pentear cabelos, limpar as unhas ou as orelhas no púlpito (salvo alguma circunstância, se realmente necessário...). 

24. VISITA EM HOSPITAL.
a) Atenção! Algumas portas têm sido fechadas por pressão humana; outras, em função da falta de preparo de OBREIROS quando realizam visitas. No caso de hospital, é uma constante. Como lugar onde deve reinar silêncio, devemos ter o máximo de cuidado.
b) O obreiro deve submeter-se às regras de determinados órgãos e entidades, dando testemunho. No caso de uma visita a um doente, respeite a lei do silêncio e ore em voz baixa. Deus nos ouve mesmo quando falamos baixinho. A altura da voz ou sua entonação não vai fazer com que o Senhor ouça nem mais, nem menos.
c) Não dificulte a entrada, perante outras pessoas que sabem como se deve proceder. No caso de impedimento, convença a diretoria do hospital com temor e respeito a superiores do local, sobre os direitos constitucionais que permitem a assistência religiosa a um doente, principalmente quando este pede.


SEGUNDA PARTE

MANDAMENTOS   PARA   SE   COMUNICAR  

1. CHAMAR AS PESSOAS PELO NOME QUANDO ENCONTRÁ-LAS.
a) A música mais suave para muitos ainda é ouvir seu próprio nome. É antiético usar alguém como exemplo para algo errado, utilizando-se do seu nome ou dando a impressão de que esta pessoa estará a ouvi-lo nessa hora. Alguém já falou que “púlpito não é fortaleza para esconderijo de covardes”. 

2. FALAR COM AS PESSOAS.
 a) Nada há tão agradável e animado quanto uma palavra de saudação sincera e alegre. Muitos repetem saudações anteriores, vazias e que não demonstram sinceridade. 

3. GESTOS ADEQUADOS.
 a) O pregador inteligente sabe locomover-se no tablado e como acompanhar suas palavras com gestos adequados. Sua mímica é uma decorrência do seu maior entusiasmo e da sua capacidade de transmitir. A inspiração do Espírito Santo sobre a sua mensagem não produz rebuliço no auditório, antes o predispõe a ouvi-lo com boa vontade e a acatar a sua pregação como necessária e produtiva. 
 
4. GESTOS NECESSÁRIOS.
a) Não vamos ao excesso de dizer que os gestos não são necessários ao pregador. Realmente, eles fazem parte da Homilética. A gesticulação adequada auxilia na transmissão da mensagem e na sua compreensão pelo auditório: * Quando o pregador faz uso da retórica, falando no céu, nas planícies verdejantes do Salmo 23, no ambiente espiritual descrito por Isaias 6, nas terras escolhidas por Ló - na sua dissidência com Abraão - e nos lírios do campo descritos por Jesus no sermão da Montanha, então ele pode empregar a mímica descritiva, acompanhando suas palavras com gestos alusivos. Pode até mesmo movimentar-se no tablado, se o microfone for móvel ou movível, o que não prejudicará a audição dos assistentes. * Se ele tem que citar números, ele poderá fazê-lo contando nos dedos como forma descritiva e empregar outros usos que a Homilética admite. b) Não esperamos que o pregador porte-se diante do auditório com gestos afetados e falando quase audivelmente para não ferir os ouvintes. Por exemplo: * Não saem do lugar, não se movimentam, não sabem o que fazer com as mãos.  * Não movem a cabeça de um lado para outro, mas reviram os olhos para saber se lhes prestam atenção. Parecem perfeitos (?). São do tipo pregador “clube do chá”, que a igreja ouve entre um cochilo e outro. 

5. PREOCUPAR-SE EM SER CLARO NAS MENSAGENS.
 a) Uma boa sugestão para avaliar se estamos sendo bem entendidos durante uma mensagem é fazermos algumas perguntas ao público, tais como: * Como vocês estão me entendendo? * Estão acompanhando o raciocínio? * O assunto está claro? 

6. PREOCUPAR-SE COM A OPINIÃO DOS OUTROS.
 a) São características de um bom líder: * Ouvir. * Saber elogiar. * Aprender com os outros. 

7. SER AMIGO PRESTATIVO.
a) Se você quiser ter amigos, seja amigo também. Lembre-se que Jesus possuía grandes amigos que o seguiam sempre. 

8. SER CORDIAL.
a) Fale e aja com toda sinceridade. Tudo o que você fizer faça com todo o prazer. 

9. SER GENEROSO AO ELOGIAR E DEMASIADAMENTE CAUTELOSO AO CRITICAR.
a) Os obreiros aprovados elogiam! Sabem: encorajar; dar confiança; elevar os outros. 

10. SORRIR PARA AS PESSOAS.
a) Lembre-se que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir. Um obreiro simpático é mais agradável para ser ouvido que um obreiro “carrancudo” e “antipático”. 
11. SER SINCERAMENTE INTERESSADO PELOS OUTROS.
a) Um OBREIRO APROVADO deve ter compaixão com todos. Cristo chorou ao ver o túmulo de seu amigo Lázaro.
b) Não toque trombeta diante dos outros quando alguém for ajudado por você. A compaixão sincera pode realizar grandes milagres na obra do Senhor!


TERCEIRA PARTE

ERROS   COMUNS   A   SEREM   EVITADOS  


1. CACOETES.
a) Movimento ou contrações repetidas e involuntárias de músculos; tiques...  
 
2. COPIAR O MODELO DE OUTROS PREGADORES; POIS NUNCA DÁ CERTO.
a) Seja você mesmo. O problema começa quando você quer ser o que não é.... 

3. ERROS DE ORTOGRAFIA. AO FALAR, PRONUNCIE AS PALAVRAS COM EXATIDÃO.
a) É importante também observar o nível cultural do público.
b) A mensagem não pode ser “muito sábia”, a ponto de ninguém entendê-la; nem “muito pobre”, a ponto de desprezarem-na. 

4. EXCESSO DE ANSIEDADE.
 a) Não saber onde colocar as mãos; não saber em que direção olhar; gaguejar; etc. 

5. GESTOS DESNECESSÁRIOS.
a) O avivamento na igreja não é provocado pela gesticulação, nem pela altura da voz que o orador emprega em plenário. O avivamento é realizado pelo Espírito Santo, de acordo com as verdades exegéticas que a mensagem contém. Há pregadores que acham que a manifestação da igreja diante da pregação se deve à sua eloquência e à sua gesticulação. Às vezes, uma palavra dita em voz natural e desacompanhada de gestos faz a igreja alegrar-se. 

6. GÍRIAS. a) Linguagem corrompida. Linguagem de malfeitores, malandros, etc. 

7. INICIAR A FALA COM JUSTIFICATIVAS: NÃO SEI FALAR, NÃO SOU PREGADOR, ETC.
a) Cá entre nós: você sente-se bem ouvindo um pregador com essas justificativas? Alguém um dia disse que “dá vontade de pedir para tal pregador descer do púlpito...”. 

8. ORAÇÕES LONGAS NO PÚLPITO, ANTES DE ENTREGAR A MENSAGEM.
a) Orar demasiadamente indica que você orou pouco antes de esboçá-la em casa. 

9. RESMUNGOS.
a) Má pronuncia, e, ao pior, com mau humor










QUARTA PARTE

REGRAS   BÁSICAS   PARA   A   BOA   PREGAÇÃO  

1. QUANTO AO ASSUNTO.
a) Basear-se em fatos bíblicos.
b) Dominar o assunto.
c) Separar os fatos interessantes, mas sem exageros.
d) Durante a fala (sermão), corresponder ao seguinte: * Que (?). * Por que (?). * Como (?). * Quando (?). * Onde (?). 

2. QUANTO AO AUDITÓRIO.
a) Qual o público (?).
b) Qual o seu interesse (?).
c) Qual sua cultura (?). 

3. QUANTO ÀS MÃOS E BRAÇOS, NÃO SE RECOMENDA:
a) Mãos no bolso.
b) Braços cruzados.
c) Corpo apoiado sobre a mesa ou cadeira.
d) Dar socos na mesa ou tribuna.
e) Gesticulação exagerada. 
f) Alguns recursos permitidos, desde que sem exageros: * Estalar os dedos. * Acenar com a mão. * Levantar ambas as mãos. * Bater palmas. 

4. QUANTO AO OLHAR, NÃO SE RECOMENDA:
a) Fixar-se em um só ponto ou objeto.
b) Fixar-se numa determinada pessoa.
c) Vacilar o olhar, como quem procura algo... * O ideal é olhar paulatinamente para o auditório, procurar olhar as pessoas nos olhos, mas sem fixá-las muito tempo. 

5. QUANTO ÀS PALAVRAS.
a) Acessíveis ao público.
b) Evitar termos técnicos, abreviaturas e termos estrangeiros.
c) Correção linguística. 

6. QUANTO À POSTURA, NÃO É RECOMENDADO:
 a) Rígida e morta.
b) Negligente (encostado e torto).
c) Movimentando-se com exageros. * O ideal é estar em pé, com naturalidade... 

7. QUANTO À SEQUÊNCIA.
a) Captar a atenção desde o início.
b) Manter a expectativa e a curiosidade.
c) Somente citar casos relacionados com o assunto. * O que é um alvo? ... 

8. QUANTO AO TIMBRE DE VOZ, DEVE-SE EVITAR:
a) Eloquência exagerada.
b) Monotonia.
c) Repetir a mesma ênfase.
d) Pausas acentuadas.
e) Falar o tempo todo no mesmo timbre: Lento. Rápido. Gritando com energia. Etc. * O ideal é: falar com clareza, ou seja, boa pronúncia. Efetuar variação na cadência (regularidade de movimentos ou de sons; compasso, ritmo), entonação e energia, ou seja: de repente, baixo e lento; de repente, alto e com energia.


QUINTA PARTE

A   INFLUÊNCIA   DO   ENSINO   TEOLÓGICO   NA   FORMAÇÃO   DO   OBREIRO  

1. QUANTO À NECESSIDADE DO ENSINO TELÓGICO.
a) De 30/35 anos para cá, a igreja tem tido um crescimento numérico espantoso, o que tem feito com que a nossa liderança venha a pensar seriamente sobre a educação cristã em todos os níveis. É claro que para isto terá que despertar professores de todas as áreas para o estabelecimento curricular ajustável à igreja, e à sua formação eclesiástica genuinamente bíblica. A igreja passa por momentos de seleção de pregadores e ensinadores que manejem bem a espada, e conduzam os crentes dentro da realidade bíblica cultural.
b) Conta-se de certo pastor, em certo Estado brasileiro, que depois de ter sido empossado numa igreja, foi convidado pelo prefeito da cidade para uma entrevista de interesse principalmente da igreja. Ao ser entrevistado, aquele prefeito solicitou do pastor três datilógrafos que possuíssem o 2º grau para exercerem cargos de confiança. Desconhecendo o nível intelectual de seus membros, o pastor recém empossado voltou radiante para casa e esperou pelo culto à noite. Reuniu aproximadamente trezentas pessoas, e apresentou- lhes as vagas oferecidas pelo prefeito. Des- cobriu então, que não havia um só capaz de assumi-las; diante disso, tomou a iniciativa de montar uma escola para a igreja. 
Queremos com isto, alertar que sem curso teológico o indivíduo não poderá acompanhar o nível intelectual do mundo; e, se obreiro não tiver conhecimento bíblico sistemático encontrará, certamente, sérias dificuldades para ministrar à igreja. Se a nossa liderança tomar posição frente às exigências de uma formação teológica para o exercício ministerial, estará coibindo abusos, desastres e escândalos, que muitas vezes ocorrem com pessoas desprepara- das. Creio no propósito de Deus para o crescimento de escolas e seminários, responsáveis pela formação de homens capazes de exercer as suas funções ministeriais. Observe-se o seguinte: * Para aquele que Deus chamou para o ensino, que haja dedicação ao ensino. * Para aquele que Deus chamou para o evangelismo, que divulgue a semente do evangelho. * Para aquele que Deus chamou para pastorear, faça- o com cuidado, levando o rebanho às águas tranquilas e de refrigério.
c) A realidade é que os líderes e pregadores do século XXI estão se preparando para enfrentar os últimos momentos da Igreja aqui na terra. Hoje contamos com escolas de preparação para missionários, as quais oferecem treina- mento transcultural periódico ao obreiro que vai trabalhar como missionário em outros países. 

2. QUANTO À CULTURA RELIGIOSA.
a) O ensino teológico tem por objetivo facilitar o desenvolvimento de pessoas, grupos, líderes e professores. É um processo que dura toda vida. A cada momento surgem novidades que exigem boa dose de conhecimento, descoberta e aptidão. Que todo saber seja adquirido com humildade, sinceridade e de coração para o serviço especial de Deus aqui na terra! Observando adequadamente o que o apóstolo Paulo diz em Efésios 4.11-13, temos aqui o conteúdo programático dos obreiros, cujos graus são destacados ministério por ministério. A atuação e formação de cará- ter se modificam quando somos treinados nas escolas teológicas, seminários e cursos especiais. 

3. QUANTO A FORMAÇÃO DO OBREIRO.
a) O advogado, por exemplo, após estudar quatro anos, tem mais um ano de estágio para exercitar-se nas leis e no exercício de sua profissão. O médico, o engenheiro e outros profissionais liberais também passam por este processo. Por que não com aqueles que exercem o ministério da Palavra, considerada a ciência de Deus para os homens? Por que não aperfeiçoar os conhecimentos teológicos em função do exercício ministerial? b) O conhecimento teológico é considerado o conhecimento de Deus, através do qual as escolas teológicas ensinam a hermenêutica, a Homilética, a cultura religiosa, entre outras. Observe isto: * A hermenêutica é a arte de interpretar textos e divisões de versículos em assuntos e conteúdos. * A Homilética é a arte de falar, pregar e ensinar. A cultura religiosa é o conhecimento da história da igreja e de seitas e heresias. c) Em suma, como poderá chegar ao conhecimento de tais assuntos, sem a teologia? É aí que entra o valor e a contribuição da teologia na formação do obreiro. 

4. ATÉ QUE PONTO É IMPORTANTE PARA O OBREIRO CURSAR TEOLOGIA?
a) Já se ouviu, no púlpito - o que é de se lamentar - alguns pregadores afirmarem que os estudos teológicos são desnecessários. Eles consideram que Deus dará a palavra; que é só abrir a boca. Tais colocações são equivocadas. Temos que acabar com as desculpas de preguiçosos, que além de não se reciclarem, passam essa mensagem errada para os seus discípulos/ouvintes. Não quero dizer que a chamada especial para o ministério é só para teólogos, pois Deus chama qualquer um. Entretanto, quem é escolhido precisa crescer no conhecimento através do estudo, da pesquisa, da leitura de bons livros e de cursos em escolas bíblicas. O pregador não deve se limitar apenas em preparar belos sermões, mas deve adotar um método que contribua para o crescimento intelectual e espiritual da igreja. Observe isto: * Quanto mais o obreiro se dedicar ao estudo, mais ele ampliará as dimensões do seu ministério. * Quanto maior conhecimento ele tiver, maior variedade terá. Quanto mais habilidade, mais sucesso no trabalho administrativo na pregação da Palavra. Quando Pedro disse “crescei na graça e no conhecimento” (2Pe 3.18), ele deixou claro que o pregador só terra êxito se as duas coisas crescerem juntas.
b) É preciso equilíbrio! O conhecimento não pode ofuscar a espiritualidade do obreiro, mas servir de benefício na Obra do Senhor. O crente e mui especialmente o pregador deve buscar as duas coisas - espiritualidade e intelectualidade - e saber conciliá-las. Muitos condenam o estudo teológico, alegando falta de tempo, dizendo que ficar em uma sala se aula iria prejudicar a obra que precisa ser feita. Mas para quem quer algo, tudo é possível. É imprescindível organizar o tempo dedicado ao estudo, de tal forma que, na balança, o peso da intelectualidade e o da espiritualidade esteja bem equilibrado. 
c) Importante: você conhece as:
 10 BEM AVENTURANÇAS DO OBREIRO? Ei-las:
1) Bem-aventurado O OBREIRO que sempre estuda e aprende mais. Sempre terá alimento novo e fresco para seus ouvintes sem ter que sempre repetir as mesmas coisas.
 2) Bem-aventurado O OBREIRO que dosa seus gestos e emoções. Não se cansará tão facilmente e atrairá mais atenção para a mensagem da Palavra de Deus, do que para si mesmo.
3) Bem-aventurado O OBREIRO que no preparo e entrega de seus sermões, sempre depende da inspiração e do poder do Espírito Santo. Verá a benção do senhor na frutificação do seu ministério, em forma de salvação de almas e edificação da Igreja.
4) Bem-aventurado O OBREIRO que sempre cuida do seu descanso físico e mental. Fazendo assim cuidará da sua saúde e prolongará a sua vida pregando a Palavra de Deus. Mas preste atenção: isso não significa que ele se entregue à preguiça, dormindo de dia e descansando de noite.
5) Bem-aventurado O OBREIRO que para pregar a Palavra de Deus se prepara tanto diante dos homens como diante de Deus. Assim fazendo, cumprirá seu ministério de modo confiante, esperançoso e frutífero.
6) Bem-aventurado O OBREIRO que chega cedo à Casa de Deus. Fazendo assim estará dando um bom exemplo.
7) Bem-aventurado O OBREIRO que controla sua voz diante de um microfone. Assim fazendo conseguirá terminar seu sermão sem perdê-la, e o povo não virá a sofrer de surdez.
8) Bem-aventurado O OBREIRO que não se entrega à vaidade e ao orgulho, mas sim, humildemente se mantém ao pez do Senhor, recebendo dele graça e unção para exercer seu ministério. Auditório algum suportará por muito tempo um pregador arrogante e presunçoso.
9) Bem-aventurado O OBREIRO que fala pouco, controlando sua língua e sua mente. Será sempre convidado a voltar aonde quer que pregue.
10) Bem-aventurado O OBREIRO cuja família o ajuda, obedecendo, orando, portando-se convenientemente e cooperando em todos os sentidos, diante da igreja e diante do Senhor. Assim sendo, por certo obterá tranquilidade, sossego e confiança para cuidar do seu ministério.

SEXTA PARTE

O   OBREIRO   E   O   CIVISMO  

1. UMA COLOCAÇÃO NECESSÁRIA. A tendência natural do obreiro cristão de espiritualizar demasiadamente a sua vida e as suas atividades, muitas vezes o tem alienado de realidades perfeitamente harmônicas com a vida de obreiro e ministro de Cristo. Esta tendência lhe tem feito acreditar que não há porque dar provas dum autêntico patriota quando já está ocupado com a sublime tarefa de salvar e conservar almas. Desculpem- nos os que assim pensam, mas o que estão fazendo é dando prova de que lhe tem faltado a capacidade de estabelecer prioridades. Como OBREIROS de Cristo a nossa responsabilidade prioritária insiste em vivermos para Ele e servi-lo fielmente enquanto vivermos; esta, porém, não é a única responsabilidade que temos. Temos outras responsabilidades, que não obstante menores, são importantíssimas, como por exemplo, os nossos deveres para com a Pátria. Evidentemente, somos cidadãos dos céus, mas também somos cidadãos do Brasil. Assim sendo temos o dever de conhecer e obedecer às leis da nossa Pátria. Do obreiro cristão -neste caso o pastor- espera-se a iniciativa no sentido de que a sua respectiva igreja possua uma Bandeira Nacional, para uso nas suas festividades, tais como: inaugurações, convenções, congressos, etc., ou para tê-la hasteada nos principais feriados nacionais, como sejam:
07 de Setembro, dia da Proclamação da Independência;
21 de Abril, dia de Tiradentes; 15 de Novembro, dia da Proclamação da República;
19 de novembro, dia da Bandeira. Se o obreiro tem dificuldade para encontrar alguém que a confeccione no tamanho estabelecido por Lei, pode encontrá-la à venda em livrarias, ou mesmo em lojas de materiais esportivos.
a) Quanto ao Hino Nacional, o ideal seria que todo obreiro cristão o conhecesse e soubesse cantá-lo, afinal de contas, é o hino da sua Pátria. O Hino Nacional ao ser cantado por civis deve ser cantado respeitosa e reverentemente sempre na posição de sentido e com a mão direita sobre o coração.
 b) Quanto ao uso dos símbolos formados pelas Armas Nacionais e Selo Nacional, são de uso restrito às Forças Armadas e aos órgãos federais.
 c) Quanto à Constituição Federal, dentre os livros que compões a biblioteca do obreiro cristão, não deveria faltar um exemplar da Constituição federal. Possuindo-a e lendo-a, o obreiro terá a necessária facilidade de consultá-la e nela destacar os seus direitos e responsabilidade. Isto é importante principalmente para os obreiros que trabalham em pequenas cidades do interior, onde muitas das vezes, alguém desautorizado faz-se de autoridade para tentar impedir a marcha do evangelho.
d) Quanto ao acato às Autoridades, o obreiro cristão tem o dever mínimo de conhecer os nomes do Presidente da República, do Governador do seu Estado, e do Prefeito da sua cidade


SÉTIMA PARTE

O   CUIDADO   COM   A   LINGUAGEM  

1. UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE. Quanto melhor afinado estiver o instrumento, mais suave será a música que ele produzirá. Assim também acontece com o obreiro cristão: quanto melhor puder expressar a sua mensagem, mais valerá a pena ouvir o que ele diz. O obreiro deve saber que, para se desincumbir do ministério que Deus lhe deu, é necessário que ele tenha não apenas boas intenções e zelo pela obra do Senhor; ele precisa, sobretudo, realizar esta obra, dando para isso o melhor de si, o melhor de seus interesses, o melhor de seus talentos e o melhor da sua inteligência. E, para canalizar tudo isto em benefício do reino de Deus, o obreiro precisa estar atento ao convite que a sabedoria faz – Pv 8.17 (ARC). Se o obreiro deseja se mostrar aprovado diante de Deus e dos homens, de nada tendo do que se envergonhar é imprescindível que ele adquira toda a instrução possível e absorva o máximo do que os mestres e os livros possam lhe ensinar; extraindo deles todo o conhecimento possível, e com eles se ocupando todo o tempo disponível. O obreiro deve se esforçar para aprender tudo o que puder, porque a falta de instrução pode ser um tropeço no exercício do ministério até mesmo dos mais santos homens de Deus. Vejamos:
a) O uso correto da gramática. O fato do obreiro não possuir um bom nível de escolaridade, não deve se constituir motivo para que ele se dê ao descuido e até ao abandono da sua cultura. Isto é grave no ministério. O obreiro pode achar que já é tarde demais para aprender determinados princípios de linguajem? Pelo contrário, ele deve pro- curar de alguma forma compensar o tempo perdido lendo bons livros, jornais e revistas, pois em geral o hábito da leitura constante gera maior habilidade e segurança no falar. Além da necessidade de cultivar o hábito da leitura, não deve faltar na biblioteca do obreiro um bom compêndio (resumo... síntese/composição) de gramática, que podem ser encontrados por preços módicos nas livrarias que vendem material didático do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Lembre-se que o conhecimento de gramática não faz mal a ninguém! Por não observar determinados princípios quanto à linguagem, muitos dos nossos obreiros estão sujeitos àquela horrível troca de “L” por “R” e outros erros de pronúncia, acarretando danos ao seu próprio ministério, além de muitas outras impropriedades linguísticas, que podem ser cometidas no púlpito e fora dele, as quais correm por conta do obreiro. Ele é quem tem que cuidar disso. Conta-se de certa jovem que poderia se converter porque parecia estar impressionada com o discurso do obreiro. Desagradou-lhe, porém, o seu modo de pronunciar certas palavras, suas constantes omissões de letras e trocas de outras, bem como outros erros de construção gramatical como fazem os indoutos. Enquanto isto, a sua atenção foi desviada da verdade para os erros de linguagem do pregador. Lamentável!
b) Uma desculpa descabida. Talvez você diga que tenha conhecido algum obreiro que falava sem nenhum cuidado com a gramática e que, entretanto, teve sucesso no seu ministério... Pois bem, esta desculpa torna-se injustificável quando você atinar para o fato de que o povo do tempo daquele obreiro também ignorava a gramática, de modo que isso não tinha muita importância. Agora, porém, quando todos frequentam a escola, se vêm nos ouvir, será lastimável se a mente deles for desviada das verdades solenes em que gostaríamos de fazê-lo pensar, só por estarmos usando uma linguagem descuidada e inculta. Sabemos que mesmo uma pessoa com pouca instrução pode receber a benção de Deus; mas a sabedoria nos diz que não devemos permitir que a nossa falta de instrução viesse impedir o evangelho de abençoar os homens. O OBREIRO APROVADO é um homem livre de inibições, podendo, portanto, manejar bem a palavra da verdade - 2Tm 2.15; Ef 6.17



OITAVA PARTE

O   QUE   O   OBREIRO   DEVE   EVITAR?  

Observação: reconhecemos que muitas coisas devem ser evitadas. No entanto, por exiguidade de espaço, achamos por bem destacar apenas aquelas principais coisas que o obreiro deve evitar, se é que não quer ser taxado de “medíocre (que não é bom nem mau; sem relevo; vulgar)” quanto à cultura, por aqueles que lhe ouvem principal- mente enquanto está de posse do púlpito. Ei-las: 

1. CACOETES E GESTOS EXTRAVAGANTES.
a) Evitar demasiada afetação da voz.
b) Evitar o demasiado uso do lenço para enxugar o suor do rosto, ou a saliva presa aos lábios.
c) Evitar enterrar as mãos nos bolsos da calça ou paletó.
d) Evitar o posicionamento indiscreto das mãos.
e) Evitar fazer da mensagem que prega uma armadilha para os seus ouvintes.
f) Evitar truques em forma de gracejos ante a sua congregação. Exemplo: se Jesus vier hoje, os irmãos ficarão a- legres? (...só para ver se a congregação responderá “ficaremos”), então o pregador dirá: “pois eu subirei alegre”.
g) Evitar apoiar os cotovelos no púlpito.
h) Evitar bater no púlpito com as mãos ou com a Bíblia.
i) Evitar dar as costas para a multidão, constante e demoradamente como quem está conversando com os demais obreiros que estão sentados no púlpito.
j) Evitar apontar para o céu quando estiver falando sobre o inferno que é para baixo. l) Evitar apontar para baixo quando tiver de falar a respeito do céu que é para cima. m) Evitar apontar o dedo em direção de pessoas da congregação, principalmente daqueles que estão sentados ao púlpito, fazendo-os personagens das ilustrações que porventura venha a usar. Isto às vezes tem deixado à pessoa a quem se dirige, em terrível situação. Conta-se de certo obreiro que enquanto pregava sobre a conversa que o Senhor teve com Satanás a respeito da pessoa de Jó (Jó 1,2), todas as vezes que queria enfatizar as palavras do Senhor a Satanás, apontava o dedo bem no nariz de outro obreiro sentado ao púlpito ao seu lado, e falava como se fosse o Senhor, enquanto que aquele outro obreiro era colocado no papel de Satanás. Quando a congregação descobriu o que estava acontecendo, começou a sorrir, deixando o obreiro em difícil situação. 

2. NOMINAÇÕES TROCADAS (ERRADAS) SOBRE “LIVROS” E “EPÍSTOLAS”.
a) Tem se tornado muito comum se ouvir pregadores se referindo a livros do Antigo Testamento, como por exemplo: 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, e 1 e 2 Crônicas, usando o ordinal “primeira” ou “segunda”, quando o correto é “primeiro” e “segundo”, já que se refere a livros mesmos e não a epístolas como as do Novo Testamento. (Ex.: primeiro Samuel, Segundo Crônicas, etc., etc.).
b) O mesmo acontece com relação às epístolas, como sejam 1 e 2 Coríntios, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, 1 e 2 Pedro, e 1, 2 e 3 João. O correto não é “Primeiro” Coríntios, “Segundo” Tessalonicenses, ou “Terceiro” João; mas “Primeira aos Coríntios”, “Segunda aos Tessalonicenses”, e “Terceira de João”; já que se refere a epístolas ou cartas, especificamente, e não a livros. 

3. O PROBLEMA DAS DÍVIDAS.
a) Muitos que aparentavam serem bons obreiros naufragaram devido à incapacidade de administrar suas finanças. Uns tornaram-se avarentos, fazendo da aquisição do dinheiro a razão maior da sua vida, enquanto que outros se aproveitando do crédito fácil que o comércio lhes oferecia, contraíram dívidas além das suas possibilidades. O crédito do homem é como um pântano em que ele pode submergir e perecer facilmente. Por ignorar isso há pessoas que parecem intoxicadas ou anestesiadas quando começam a comprar a crédito, que de tão cheios de dívidas só acordam quando informados que seus títulos foram protestados ou já têm os seus nomes na lista negra do serviço de proteção ao crédito. Todos nós estamos sujeitos a isto, quer queiramos ou não; somos parte dessa sociedade de consumo. Porém, para o bem do obreiro e também da igreja à qual serve, o ideal seria que o obreiro evitasse comprar a crédito, ou que, nunca comprasse além das suas reais possibilidades de pagar. 

4. VÍCIO DE LINGUAGEM. 
a) Evitar proferir as expressões “glória a Jesus” e “aleluia”, a cada minuto da sua mensagem; se isto lhe parece prova de espiritualidade, para seus ouvintes vai parecer que não tem outra coisa para dizer. Estas duas expressões, marcas da mensagem genuinamente pentecostal, são belas, mas quando ditas no momento apropriado, como expressão de adoração a Deus, saídas do nosso espírito e não por uma questão de costume. Cá entre nós: você já viu alguma coisa deste tipo? Pois eu, já! Lembro-me de um preletor que em 50 minutos de sua mensagem, disse mais de 120 (cento e vinte) aleluia; glória...; louvado...; etc.
b) Evitar no final da oração dizer: “... em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”; pois em nenhum lugar da Escrituras somos ensinados a orar em nome da Trindade, mas sim, em nome de Jesus. Se alguém pede algo em nome da Trindade, a quem está pedindo? Pense nisso!

NONA PARTE

O   OBREIRO   E   A   SUA   CULTURA  
Observação: vivemos num mundo de constantes mutações. Aquilo que até há pouco tempo era moda do dia, hoje se tornou simplesmente obsoleto (que caiu em desuso; antiquado). Evidentemente isto envolve fatos que o obreiro em Cristo precisa encarar realisticamente. Observe o seguinte:  

1. CHOQUE CULTURAL.
a) Em decorrência da constante mudança de valores culturais, grande parcela do ministério da nossa Igreja no Brasil, tem sofrido grande impacto diante das constantes exigências de mudanças na sua forma de pensar e de agir, quanto aos valores culturais. Este estado de coisas tem se mostrado mais conflitantes porque nos tem sido difícil admitir que ainda que a igreja continue a mesma, os tempos mudaram. Até a poucos anos, quando a capacidade de pesquisa nos era limitado pela natural falta de recursos, quando só pessoas reconhecidamente ricas podiam prover recurso universitário a seus filhos, era fácil dizer simplesmente que Jesus Cristo salva, cura e batiza com o Espírito Santo, e ter certeza de que a congregação aceitava pacificamente o que lhe dizíamos; hoje, porém, devido às próprias exigências do tempo em que vivemos – inclusive com o arrojado desenvolvimento dos meios de comunicação, muitos dos membros de nossas igrejas ouvem o que pregamos, contudo inevitavelmente perguntam: “COMO?”; “ON- DE?”;  “QUANDO?”; “POR QUE?”. Devido o despreparo para responder a tais perguntas, muitos dos nossos obreiros tem sofrido sérios problemas de complexo que os têm indisposto para o cumprimento do ministério na sua plenitude. 

2. TEMOS DE MUDAR (?!).
a) Em geral a palavra “mudança” infunde certo temor em nossos obreiros, principalmente nos mais idosos, por- que associada a esta palavra sempre vem à necessidade de indagar: mudar para que? Para melhor, ou para pior? Como a maioria das mudanças que conhecemos hoje, em diferentes áreas da vida, nem sempre são para melhor, os nossos obreiros mais antigos em demonstração de zelo, tem razão para vacilar diante de qualquer alegada necessidade de mudança!
b) Mas, em que mudar? Reconhecemos a necessidade de mudança na nossa maneira de agir quanto à cultura boa e sadia. Não estamos propondo uma mudança indiscriminada como forma de condenação do passado. Não é isto o que desejamos; estamos certos que cada obreiro do passado, com ou sem cultura foi usado por Deus para a promoção do reino dos céus. Também não estamos propondo mudança nas bases e estrutura da igreja. Por estar fundamentada em Jesus Cristo, a Igreja é imutável. Esta mudança proposta consiste em saber que jamais alcançaremos esta geração sem que estejamos aparelhados espiritual e culturalmente. Aumentar os nossos conhecimentos de sorte que estejamos mais bem qualificados para o cumprimento do ministério que Deus nos deu, não é a mesma coisa que mudar a Igreja. Se não soubermos submeter os nossos conhecimentos a Cristo, podemos estar certos que dificilmente saberemos submeter-lhe o nosso temperamento, o nosso dinheiro e até mesmo as nossas fraquezas. Se formos porta- vozes da maior mensagem que o homem jamais ouviu, é necessário que tenhamos a melhor maneira de comunicá-la aos homens. Se os ensinos e filosofias que se nos opõem tem em homens da mais refinada cultura os seus principais apóstolos, por que temos nós de fazer a obra de Deus com apenas uma pequena parcela da nossa inteligência, e ainda assim admitir que quanto menos cultos formos mais usados seremos por Deus?  * O obreiro cristão, particularmente O PASTOR duma igreja, não deve interromper sua carreira ministerial para fazer um curso universitário achando que só assim poderá ser mais útil ao trabalho de Deus. Nesse caso seria preferível que em vez de ser um elemento formado, o obreiro fosse simplesmente melhor informado. Para tanto se requer que O OBREIRO CRISTÃO, além de habitual estudante da sua Bíblia, seja amante da boa literatura evangélica, e sempre que possível leia outro tipo de literatura que saiba venha ser útil no desempenho do seu ministério.
c) Em suma. O que se quer é que O OBREIRO desperte em si a consciência da necessidade de melhorar os seus conhecimentos; pois, não obstante a utilidade da cultura, o obreiro cristão deve adquiri-la com modéstia. E, neste particular, aconselha-nos o apóstolo Paulo ao seguinte: “... digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3. – ARC). 

3. A BIBLIOTECA DO OBREIRO.
a) Um dos maiores benefícios da biblioteca na igreja é ajudar o obreiro. Se ela não fosse útil para mais ninguém, seria justificada pelo fato de ser utilizada pelo pastor, pois é ele quem instrui a igreja, que a orienta e ajuda no planejamento de suas atividades. Sem o preparo com as novas ideias que os livros suscitam (fazem nascer; aparecer) o obreiro não pode desempenhar a sua tarefa eficazmente. Há obreiros que se sentem frustrados porque não têm condições de adquirir livros indispensáveis ao seu preparo. Sem dúvida. A igreja é beneficiada quando o obreiro estuda e tem condições de adquirir conhecimento através da leitura. Há igrejas que exigem o tempo integral do seu pastor, mas não lhe dão condições para que o empregue da melhor maneira. Muitos obreiros têm necessidade de comprar livros, mas não estão em condições financeiras e, às vezes, não se sentem à vontade para solicitar que a igreja os compre. Este problema pode ser solucionado com a organização de uma biblioteca. O pastor precisa desta fonte de pesquisa. Além do mais, a biblioteca é um patrimônio da igreja.
b) O surgimento da biblioteca do Obreiro. Durante muitas décadas, fomos ensinados a desprezar qualquer tipo de literatura que não fosse propriamente a Bíblia mesma, não importando quão bíblica se dissesse que essa literatura era. Nesse zelo, muitos obreiros aprenderam que era falta de fé e espiritualidade ler qualquer outra literatura que não fosse a Bíblia. Somente nas últimas décadas é que as igrejas e seus líderes começaram a se interessar pela literatura evangélica de um modo geral, inclusive recomendando que os crentes se dediquem à leitura da literatura comprovadamente edificante. Antes, o obreiro que possuísse mesmo que fosse uma pequena biblioteca, corria o risco de ser admirado ou mesmo tachado de “crente modernista”; isto ocorria por ser raro um obreiro possuir uma biblioteca. Hoje, porém, raro é o obreiro que não tenha pelo menos meia dúzia de bons livros, uma assinatura de uma revista ou de um jornal evangélico.
c) Incentivo bíblico à biblioteca. O apóstolo Paulo, o mais culto dos escritores do Novo Testamento, estava encarcerado em Roma aguardando o momento do seu martírio, quando escreveu a seu fiel companheiro no ministério Timóteo: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos” (2Tm 4.13). A opinião mais comum entre os mais abalizados comentadores da Bíblia, é que os “pergaminhos” aos quais Paulo se refere, eram manuscritos de livros do Antigo Testamento.  * Todo OBREIRO deve ter uma boa biblioteca. Não há dúvida de que os nossos obreiros sempre estão ocupados com as lides do ministério, de sorte que nem sempre podem fazer aquilo que gostariam; porém, se formarem o hábito da leitura descobrirão que mesmo quando não se tem um horário especial para os livros, mesmo assim ainda é possível ler seja sentado à mesa enquanto aguarda a refeição e até mesmo viajando de ônibus ou de avião. Há sempre tempo para fazer aquilo que se quer; portanto, o obreiro pode e deve possuir uma boa biblioteca.

DÉCIMA PARTE

ÉTICA   CRISTà 

1. QUANTO À ÉTICA MINISTERIAL.
a) Ética é a ciência dos deveres do homem; uma ciência que ensina como proceder na sociedade. A ética vem a ser, pois, um código de regras ou princípios morais que regem a conduta, considerando as ações dos homens com referências à sua justiça ou injustiça, tendência ao bem ou ao mal. Tomada como disciplina de ordem puramente humana, a ética é um ramo da Filosofia, porque examina e investiga uma parte da experiência humana, a que concerne à vontade responsável e à conduta moral. Atualmente, quase todas as profissões seculares dispõem de um código de ética profissional, com vistas a orientar o comportamento de seus associados. Que diremos do Ministério Evangélico? Que diremos das santas normas reveladas nas Escrituras e fundamentadas no caráter santo do Senhor? O ministro de Deus tem de “orientar” sua vida de tal modo que “não se torne causa de tropeço nem para judeus, nem para a Igreja de Deus” (1Co 10.32). Portanto, o ministro do Evangelho não pode fugir à ética, sob pena de cometer falhas irreparáveis que, acumuladas ao longo dos anos, podem comprometer seriamente seu ministério. Não temos a pretensão de estabelecer princípios ou normas próprias ou meramente humanas, antes, nosso alvo é mostrar o que diz a Bíblia, com o objetivo de ajudar nossos futuros ministros. 

2. QUANTO À APARÊNCIA PESSOAL.
a) Na Velha Aliança os sacerdotes vestiam-se com pompa, inclusive com roupas especiais, de acordo com o dia de festa (Lv 8.7-13). Era uma exigência divina. Embora no Novo Testamento não haja qualquer referência ao traje do ministro, temos certeza de que o zelo de Deus concernente a seus servos determina que os ministros se trajem com decência, elegância e discrição.  * O ministro tem o dever de apresentar-se bem vestido em todas as ocasiões, a fim de evitar expor-se ao ridículo. O uso de cores extravagantes e roupas completamente fora de época não é adequado ao ministro. Cá entre nós: você já viu algo assim? Eu, já, infelizmente! Um dos obreiros estava trajando cores berrantes (de cor muito viva, intensa) e díspares (desigual, diferente, dessemelhante). Outro estava usando calça preta, paletó preto, camisa preta e gravata preta. Afinal, então por que usar gravata, se ela nem aparece? Será que o tal obreiro é da parte preta? ...  * Faz parte da indumentária e deve requerer certo cuidado ao ministro o uso de sapatos limpos e engraxados (sapatos sujos dão ideia de relaxamento). Por outro lado, o ministro deve apresentar-se sempre com barba feita, cabelos cortados, unhas limpas, etc. Não pode descuidar-se com a higiene pessoal.
b) É comum o ministro participar de longas reuniões durante o dia, inclusive em lugares quentes. Nesse caso deve tomar tantos banhos quantos forem necessários e trocar de roupa para evitar mau odor; deve escovar os dentes após as refeições para evitar o mau hálito.
c) O ministro é uma autoridade na comunidade onde vive e representa a igreja à qual serve; sua aparência pessoal, de algum modo, reflete a aparência de seu povo. Não é bom esquecer que o traje está relacionado com o meio ambiente e o ministro não deve exagerar em usar roupas caras e de grande luxo em lugares humildes. Pode humilhar, ou, pelo menos, constranger as pessoas (...que não têm melhores recursos...). Isto é uma questão de bom-senso.    

3. QUANTO À LINGUAGEM SÃ.
a) É determinação do velho e mestre apóstolo Paulo, para que seu discípulo Timóteo se tornasse um padrão na maneira de conversar. Aliás, é bom que fique claro o que envolve este aspecto do comportamento humano, conforme vemos: * Totalidade da voz. O ministro deve moderar sua voz para que não fale gritando, nem fale tão baixo que seja difícil ouvi-lo. Falar alto demais pode parecer exaltação, falta de convicção do que se fala, ou até mesmo falta de educação. * Vocabulário. O vocabulário do pastor não deve ser recheado de gírias e palavras obscenas (Ef 5.3; Sl 34.13; Pv 13.3; 21.23). Durante a pregação, devemos ter cuidado para não usar palavras “pesadas”, ou então palavras incompreensíveis aos ouvintes. O vocabulário deve ser de acordo com o auditório, porém, é sempre preferível usar um vocabulário simples para ser compreendido. 

4. QUANTO AOS COMPROMISSOS.
a) O pastor tem um compromisso inalienável com a verdade. A Bíblia recomenda que o servo de Deus seja de “uma só palavra” e de “um só falar” - 1Tm 3.8; Mt 5.37. A mentira não tem grau. Alguns querem desculpar-se que disseram uma “mentirinha” ou então que foi uma “mentira inofensiva (santa?)”. Toda mentira desvaloriza a pessoa humana, logo, o PASTOR que usa de mentiras estará se depreciando diante de seu povo.  * O pastor deve ter cuidado com seus compromissos. Ao empenhar sua palavra, ele deve fazer todo o possível pa- ra cumprir o prometido, mesmo com prejuízo. Muitas pessoas se escandalizam ou rejeitam o Evangelho porque fizeram tratos com “Obreiros” e depois estes negaram a cumpri-los (Pv 6.12,17; 19.5; Zc 8.16; 2 Co 13.8). * Dívidas são compromissos. O texto de Romanos 13.8, segundo a melhor interpretação, não proíbe tomar em- prestado, mas sim faltar com o pagamento ou contrato. Isso demonstra falta de amor para com aquele que está so- frendo o prejuízo, e o cristão tem o dever de amar seus semelhantes (Rm 12.10; 13.8-10). 

5. QUANTO AO AMOR E RESPEITO, DEVIDO AO COLEGA.
a) Em virtude do conhecimento da Palavra de Deus que possuem os ministros, e da necessidade de entrosamento nas convenções ou ministérios, na dependência mútua, devem ter mais cuidado no relacionamento interpessoal, para que se evite o desgaste da imagem do pastor diante do rebanho. O amor e o respeito entre os pastores e obreiros deve ser o primeiro exemplo a ser recebido pelo rebanho do Senhor. Infelizmente, nem sempre isso acontece. O amor entre os ministros deve expressar-se na ajuda mútua e no desejo espontâneo e sincero de ver o progresso do seu colega de ministério


DÉCIMA PRIMEIRA PARTE


O   OBREIRO   E   OS   SEUS   COMPANHEIROS  
Observação: todo OBREIRO deve compreender que ele é um entre outros OBREIROS do Senhor e que são iguais aos olhos de Deus, e que todos os obreiros são cooperadores juntos com Deus. Veja o que Paulo explicou em 1Co 3.8,9! A igreja e seus membros veem os obreiros como um; todos iguais perante Deus. Portanto, é importante que se analise o seguinte: 

1. A UNIDADE ENTRE OS COMPANHEIROS.
a) Todos os obreiros são chamados pelo mesmo Senhor, para o mesmo ofício, para o mesmo trabalho, para servir ao Deus de Igreja. Por isso, deve haver a unidade entre os obreiros. O trabalho daquele que planta não pode ser feito sem o trabalho daquele que rega. Os obreiros não podem ser rivais, trabalhando um contra o outro. São plantadores e regadores, plantando e regando vidas para Deus. É Deus quem chama e coloca o obreiro no ministério e o usa conforme a sua vontade. Se a igreja e seus crentes incitam ou jogam você contra os companheiros eles estão indos de encontro com o propósito tanto do evangelho quanto da Igreja. 

2. EVITAR CIÚME ENTRE OS COMPANHEIROS.
a) O obreiro é responsável pessoalmente perante Deus e será recompensado pelo que faz, e não pelo que outro companheiro faz. Use os seus próprios dons; não tente usar os dons de outros ou mesmo desejar ser como outro companheiro. Deus lhe deu dons especiais para propósitos específicos, para realizar tarefas específicas enquanto você está no mundo. Portanto, procure diligentemente usar seus dons como Deus deseja. Na verdade, você será re compensado por quão bem usa seus dons. Tua tarefa não é tentar ser como outro obreiro ou fazer o que os outros fazem. Tua tarefa é ser o que Deus chamou para “ser e fazer” com os dons que Ele te deu.
* A chave é que você será julgado pelo teu trabalho e não pelo que os homens consideram sucesso - Mt 25.22,23; 1 Pe 4.11. 

3. TRABALHAR JUNTOS.
a) Os obreiros são cooperadores de Deus e por isso devem trabalhar juntos. Portanto, a preocupação do Obreiro não deve ser o que os homens pensam e querem. Sua missão é servir ao lado de Deus - 2Co 6.1. Trabalhe com Deus, cumprindo a vontade Dele e fazendo o que Ele deseja que seja feito. Agora, saiba que todos os obreiros são enviados para trabalhar numa única seara, a do Senhor - Mt 9.37,38. 

4. EVITAR JULGAR OS COMPANHEIROS.
a) Deixe que Deus faça o julgamento dos demais companheiros. Você, como um obreiro, tem a tarefa de lidar com as pessoas e seus erros... Na verdade, você está envolvido com as pessoas, lidando com suas fraquezas e firmezas, seus pecados e virtudes. Por causa disso, você muitas vezes é tentado fazer julgamento das pessoas; você é tentado a considerar alguns, como pessoas fracas e evasivas e outras como fortes e decididas. Isto também é particular- mente verdadeiro se você vê e ouve sobre as fraquezas dos seus companheiros. Mas o julgamento deve ser deixado para Deus, porque somente Ele conhece toda a verdade sobre uma pessoa. Só Deus pode julgar. Por isso, você precisa estar absolutamente certo que as acusações contra um companheiro são verdadeiras antes de corrigi-lo. Em segui- da, adote as instruções da Bíblia quanto ao tratamento de acusações contra obreiros, de acordo com dois sábios e oportunos conselhos: * Primeiro. Precisa-se de duas preferencialmente três- testemunhas válidas. Estas testemunhas têm que comparecer perante você e colocar as acusações por escrito ou mesmo estarem prontos a ficar diante do acusado - 1Tm 5.19,20 * Segundo. Como ministro de Cristo, você tem que ir até o acusado e contar-lhe a acusação. Se ele ouve e se arrepende, então é restaurado. Se ele nega as acusações ou não ouve, então você leva um ou dois outros companheiros com você e interroga-o com firmeza. Se ele ainda assim negar ser culpado ou não se arrepender, um terceiro passo deve ser tomado.  * Deve ser dito à igreja. Isto significa comparecer perante todos e ser enfrentado com firmeza. As palavras “perante todos” não significa que deve se jogar mais lenha na fogueira para inflamar crentes imaturos e carnais dentro da igreja. Deve haver um equilíbrio entre a necessidade de disciplina e não deixar que os erros permaneçam na igreja - Mt 18.15-17. Observe que o ponto da disciplina é a correção do obreiro em pecado e a prevenção para que outros não cometam o mesmo: que temam a exposição e o embaraço. Atenção! Certo sábio conselheiro disse o seguinte: “É possível até mesmo para um ministro consagrado, separado, ungido por Deus cometer pecado. É possível mesmo para aqueles que vivem muito próximo do coração de Deus descuidar e cometer Pecado que traga vergonha e desgraça para a igreja. Mas, não acusamos um ministro a menos que existam duas ou mais testemunhas para testificar que a acusação é um fato verdadeiro. Jamais podemos divulgar o que ouvimos sobre um ministro, presbítero, diácono, um professor de Escola Dominical ou qualquer outro líder. Se ouvirmos relatórios maldosos, devemos investigar de maneira correta, através das pessoas certas e sem dúvidas; não podemos discutir a situação com incrédulos”.


DÉCIMA SEGUNDA PARTE

AS   DIFERENÇAS   DE   ÍNDOLE   ENTRE   OS   OBREIROS  

1. COM BOI E JUMENTO JUNTAMENTE, NÃO SE DEVE LAVRAR - Dt 22.10. a) A passagem acima citada alude a animais domésticos destinados ao trabalho em geral, na família judaica comum. Da natureza e dos hábitos desses animais podemos inferir as razões da proibição divina de o boi e o jumento trabalharem juntos no amanho (cultivo, arranjo) da terra. Se, no trabalho do divino Mestre, duas pessoas estão sempre a se desentender e reclamar uma da outra, o melhor é que se curem de vez disso, ou que se separem em paz, e trabalhe noutra modalidade de serviço, ou em outro local. Vejamos as lições gerais, inclusive para obreiros, deriva- das dos princípios latentes em Deuteronômio 22.10: * O passo do boi e do jumento é diferente. O boi tem unhas fendidas, o que lhe dá mais estabilidade em terrenos em declive e nos lamaçais; o jumento tem unhas inteiriças, contribuindo para deslizes naquelas situações.
=> Há obreiros que, nas dificuldades com que se deparam no trabalho do Senhor, demonstram mais solidez, estabilidade e firmeza do que outros nas mesmas situações abstrusas (ocultas; escondidas; difícil de entender). * A tração do boi e do jumento é diferente. O boi tem mais tração; o jumento é mais cargueiro. 
=> Há obreiros que tem mais arrancada, mas se afadigam facilmente com o peso da carga das responsabilidades que a obra do mestre ocasiona.
* A natureza do boi e do jumento é diferente. O jumento é pacífico e tímido, e costuma fugir de estranhos; o boi costuma ser hostil e investir contra estranhos. Por outro lado, o boi é mais ligado ao seu dono; o jumento é mais li- gado à sua manjedoura (Is 1.3b). Tudo isso fornece lições práticas quanto a princípios de trabalho na seara do senhor. 
=> Há obreiros portadores de uma natureza indomável e inflexível. Caso eles não mudem para melhor, isso afeta- rá perigosamente o seu ministério em muitos aspectos. O obreiro, seja qual for a sua categoria ministerial, não deve ser duro demais, nem mole demais, mas equilibrado, temperado e sóbrio (2Tm 4.5). * A altura do boi e do jumento é diferente. Portanto, para trabalharem juntos (como está implícito em Dt 22.10) seria impraticável. 
=> Também a estatura espiritual dos obreiros varia como uma atenta observação (cuidadosa; atenciosa; que presta atenção) revelará. São muitas as causas individuais, espirituais, culturais e comportamentais que levam a essa gradação de estatura do obreiro. Há coisas no ministério entre os obreiros que na teoria tudo se acerta e funciona, mas na hora da prática nada surge de positivo, proveitoso e permanente para a obra do Senhor. * A comida do boi e do jumento é diferente. O boi, sua comida é seletiva, o que é fácil de se observar. Por sua vez o jumento come de quase tudo que se lhe depara.
=> Há obreiros que se tornam produto, eco ou reflexo daquilo que presenciam ou participam, sem antes considerar tudo diante de Deus, em oração e reflexão. * A comunicação do boi e do jumento é diferente. O boi berra e muge. O jumento zurra e orneia. 
=> O trabalho do obreiro do Senhor é executado, na sua maior parte, através da comunicação sob suas diferentes expressões. Todo obreiro, principalmente enquanto jovem precisa aprimorar a sua comunicação, a partir da expressão verbal, visto que a emprega continuamente. Uma comunicação imprecisa, falha, descuidada e simplesmente loquaz (falador, eloquente), em que se fala muito e se diz pouco, reflete negativamente no ministério de qualquer obreiro. * O resgate do boi e do jumento era diferente, segundo a Lei. O boi primogênito não tinha resgate; era oferecido em sacrifício ao Senhor, conforme os preceitos levíticos. O jumento primogênito tinha resgate por troca. Essa troca tinha de ser um cordeiro. Caso ele não fosse resgatado assim, seria desnucado. O jumento primogênito não podia ser resgatado por dinheiro - Nm 18.15; Ex 13.13; 34.20. 
=> Há obreiros que desfrutam de mais ou menos mérito entre seus pares, sabendo-se que mérito não se exige: se adquire laboriosamente. * A utilidade em geral do boi e do jumento é diferente. Do boi se aproveita: carne, leite, pele, chifres, ossos, sangue, estrume. Do jumento somente se aproveita o trabalho. 
=> Como obreiros do Senhor devemos ser quais “sacrifícios vivos”, em que todas as áreas da nossa vida devem ser de alguma utilidade para o reino de Deus, para a Igreja e para o próximo. Somos de um mínimo de utilidade? Ou estamos até prestando um desserviço à obra do Senhor? * O metabolismo (... transformações físico-químicas por que passam os alimentos no organismo dos seres vivos) do boi e do jumento é diferente. 
= O boi é ruminante. Seu estômago é duplo, tendo quatro cavidades ou compartimentos. Disso colhemos para o obreiro o princípio da reflexão, paciência e meditação. 
= O jumento não é ruminante. Sua digestão é direta. Disso extraímos a seguinte lição: há pessoas que captam com extrema rapidez o que ouvem, leem, veem, mas não retém os bons ensinamentos práticos e aplicativos. Outras pessoas são relativamente lentas na sua digestão espiritual, mas extraem grande proveito de todo o seu aprendizado. * O habitat, ou meio ambiente, do boi e do jumento é diferente. O boi vive em qualquer lugar do planeta, desde os campos frígidos dos países do hemisfério norte, às regiões tropicais da zona equatorial. Não é o caso do jumento quanto aos diferentes climas. 
=> Há obreiros com menor capacidade de suportar alterações no clima espiritual que vez por outra ocorre no exercício do ministério, nas suas diferentes acepções.  



DÉCIMA TERCEIRA PARTE

ALGUNS   SÁBIOS   CONSELHOS  

1. Desejamos advertir antes de qualquer coisa, que o pregador nunca deve pedir desculpas nem fazer qualquer referência a si mesmo em qualquer ponto da mensagem. Observe o que o Senhor Jesus declarou em João 7.18. O pregador estará diminuindo grandemente a eficácia de tudo quanto disser ou fizer no púlpito se falar ao povo, logo de início, de sua própria incapacidade ou falta de preparação. Se assim for, os ouvintes descobrirão o fato no decurso da apresentação e, em caso contrário, o pastor ou pregador apenas terá erguido para si mesmo uma barreira desnecessária. Cuidado, igualmente, com o hábito de preencher as lacunas com um “amém” por demais frequentes, ou com Uma “aleluia” proferida a cada momento, ou com qualquer outra frase ou palavra sempre repetida. Essas repetições são feias, primárias e de efeito negativo. É natural que usemos o melhor português de que sejamos capazes, sem jamais permitir gírias ou expressões bombásticas em nossa mensagem. O púlpito não é lugar para superficialidade e chocarrices. As histórias devem ser narradas para ilustrar, e jamais para chamar a atenção para si ou para entreter os ouvintes. Observe o seguinte:
a) Quando a haste da flecha é mais pesada do que a ponta, isso diminui a sua velocidade em direção ao alvo. * Se o auditório relembrar mais a história do que a mensagem, então esta (mensagem) não foi usada apropriada- mente.
b) No tocante ao controle da própria voz, primeiramente desejamos comentar com respeito à sabedoria de iniciar- se a mensagem em tom de conversa: que as palavras saiam em voz alta e suficiente clara para serem entendidas por todos, mas ao mesmo tempo natural e em tom de conversa, na medida do possível. Igualmente, os ouvintes devem ser conquistados logo de início, por uma aproximação com palavras oportunas que muito contribui para ganhar a confiança e prender a atenção geral. * Chegando o momento enfático e feito o gesto espontâneo, isso será naturalmente sincronizado com a elevação da voz e o aumento do seu volume. Isso tomará conta de si mesmo, sem que o pregador precise ter consciência do fato. E ao dar-nos o Senhor perfeito desembaraço na presença do povo, capacitando-nos a perder todo o temor e tensão, falaremos tão naturalmente como o faríamos em qualquer conversação normal. Esse é o alvo que devemos almejar fervorosamente. 

2. A Bíblia é a Palavra de Deus enviada aos homens. Nela, encontramos a didática divina desde o Antigo até o Novo Testamento. Com Jesus Cristo, encontramos a perfeição do ensino, em seus discursos, nas parábolas, nas interrogações, nos diálogos e na prática de sua doutrina. Que possamos todos, ter o devido preparo bíblico-espiritual - 2Tm 2.15; Cl 3.23. a) Seja um leitor persistente e estudioso da Bíblia - 1Tm 4.13. b) Seja dedicado ao ensino - Rm 12.7b. c) Seja um leitor de bons livros de estudo bíblico - 2Tm 4.13. d) Procure conhecer versões variadas da bíblia, principalmente as de estudo bíblico. e) Utilize dicionários, concordâncias e enciclopédias bíblicas. f) Seja um leitor de revistas, jornais, e periódicos (evangélicos e seculares


DÉCIMA QUARTA PARTE

QUAL   É   O   TEU   MINISTÉRIO   DOMINANTE?  
Observação: a coisa mais importante que você precisa conhecer para alcançar alguém para Cristo é você mesmo. Compreendendo o seu dom espiritual é, possivelmente, a maneira mais fácil para compreender a si mesmo bem como a chamada de Deus em sua vida. Os dons espirituais são as ferramentas para conduzir a grande comissão. Lembre-se que o processo de evangelismo não somente exige conseguir a decisão de uma pessoa; também exige tirar o crente de uma situação onde, muitas vezes ele tem somente um despertamento superficial de Deus, e conduzi-lo até um ponto mais elevado, onde esse cristão receberá um amadurecimento espiritual maior. Este processo de maturidade exige uma variedade em equipe. Os dons espirituais são as ferramentas para se realizar a obra do ministério. Se Deus der a você um martelo, o que Ele quer que você faça? Cavar buracos, pintar ou assentar tijolos? Não. Obvia- mente, se Deus der a você um serrote, Ele não está com a ideia de que você vá pintar uma casa. Reconheça qual ferramenta que Deus entregou a você. Qual é o teu dom espiritual? Então você pode determinar seu lugar no corpo de Cristo. Você então saberá onde Deus quer que você o sirva e, qual a melhor maneira para fazê-lo. Quando você usar o dom que Deus tem dado, fará o máximo da obra de Deus sem a mínima frustração. Veja a seguir os diversos dons: 

1. O EVANGELISTA.
a) O evangelista é, sobretudo, um agressivo ganhador de almas que busca os perdidos de todas as maneiras possíveis, esse é o seu prazer, seu principal objetivo da vida. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ao conduzir pessoas além da natural esfera de influência delas, para o conhecimento da salvação em Jesus Cristo. 

2. O PROFETA.
 a) O profeta é o pregador do “Inferno-Fogo-Enxofre” que esclarece as consequências do pecado. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ao proclamar a verdade.

3. O MESTRE.
 a) O mestre torna clara toda e qualquer doutrina da Bíblia. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ao tornar clara a verdade da Palavra divina com exatidão e simplicidade. 

4. O EXORTADOR/INCENTIVADOR.
 a) É o mestre do “como fazer”, ministrando a aplicação da Palavra de Deus. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir motivando outros a agirem através da urgência de seguir um padrão de conduta. 

5. O PASTOR. a) É o crente que alimenta e lidera outros crentes. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ao supervisionar, treinar e preocupar-se com as necessidades dos crentes. 

6. O MISERICORDIOSO.
a) É a pessoa que é um instrumento para consolar, compreender e confortar aos outros. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ao se identificar e confortar aqueles que estão em aflição. 

7. O DIÁCONO.
a) É a pessoa que atende às necessidades sociais básicas de cada crente e da igreja. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ao oferecer ajuda prática tanto em assuntos espirituais como, principalmente, materiais. 

8. O CONTRIBUINTE.
a) É a pessoa que atende às necessidades financeiras dos seus companheiros crentes e dos ministros da igreja. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo de servir a Deus ofertando recursos materiais, muito mais do que o dinheiro, para promover o trabalho de Deus. 

9. O ADMINISTRADOR.
a) É a pessoa que dirige a igreja e seus ministérios. Tem a capacidade dada pelo Espírito e o desejo servir a Deus ao organizar, administrar, promover e dirigir os vários negócios da igreja



























EVANGELISMO PESSOAL


DEFINIÇÃO - É a obra de falar de Cristo aos perdidos individualmente. Um apelo pessoal, sábio e jeitoso, proveniente de uma vida santa, quase sempre será bem sucedido no exercício da suprema tarefa da Igreja, que, é a evangelização do mundo.

I.         A BÍBLIA E A EVANGELIZAÇÃO PESSOAL.

A. COMO USAR A PALAVRA DE DEUS.
Aquele que deseja ganhar almas para Cristo deve conhecer bem a Bíblia, isto é, deve ter dela um razoável conhecimento prático. Não basta, entretanto, ter esse conhecimento. É preciso, também saber usá-lo. Algumas sugestões de caráter geral sobre o uso da Bíblia, e de igual utilidade em todos os casos:

1 - Marcar Passagens da Bíblia
O ganhador de almas deve munir-se de uma boa tradução da Bíblia e dedicá-la especialmente ao seu trabalho. Convém sublinhar cuidadosamente, com tinta vermelha, as passagens escolhidas para serem usadas. Este método tem um valor psicológico. A tinta vermelha grava-se na mente da pessoa, e enquanto essa impressão perdurar, ela não esquecerá as palavras.

2 Levar as pessoas a ler as passagens.
Convém levar a pessoa com quem se fala a ler ela mesma, a passagem na Bíblia, de preferência em voz alta. Se o evangelizando não souber ler, então a pessoa que procura ganhá-lo pode ler. Em certos casos, a pessoa que procura ganhar outra para Cristo, não poder, por qualquer circunstância, apresentar o verso na Bíblia, cite-o apenas. Em tal caso é bom proceder a citação do verso com indicação do lugar na Bíblia onde ela se encontra.

3. Usar poucas passagens
É muito recomendável selecionar duas ou três passagens sobre os pontos vitais. Tais como o pecado, a fé e a confissão, que certamente serão considerados ao falar-se com alma perdida. Aquele que aspira ganhar almas deve familiarizar-se com esses versos de modo a poder usá-lo a qualquer momento e com toda a habilidade.

4. Levar a pessoa a meditar
Não cabe ao ganhador de almas apenas levar a pessoa a ler as passagens Bíblicas, mas é necessário levá-la a meditar no que leu e a aplicar o ensino bíblico a si mesmo. Depois de lida ou citada a passagem, o ganhador de almas deve perguntar à pessoa. “O que Deus nos fala através deste verso “. Se não houver resposta, ou se a resposta não for satisfatória, deve insistir até que a pessoa responda satisfatoriamente assim se condene a si mesma. Depois virá a pergunta de aplicação, aquela que vai levar a pessoa a aplicar a verdade afirmada no texto a sua própria alma.

5 Manter-se em espírito de oração
O poder da Bíblia advém do fato de que ela é um instrumento usado pelo Espírito Santo. Assim sendo, o ganhador de almas não deve limitar-se a oferecer a pessoa com quem fala o texto que deve ler; tampouco deve satisfazer-se em levá-la a meditar profundamente no assunto. Até aqui, ainda estará apenas na superfície do problema vital de sua salvação. Sempre que possível, é bom orar com a pessoa. Mas, mesmo que tal coisa seja impraticável, o ganhador de almas, enquanto fala com ela, deve manter-se em espírito de oração.

B. PASSAGENS FUNDAMENTAIS
Em outras partes desta apostila, várias passagens são citadas para certos casos particulares. Aqui, porém, estão relacionadas algumas passagens que seriam de grande utilidade na generalidade dos casos:

1. Para produzir a convicção do pecado;
• Is 53.6; Rn. 3.10.23; Mt. 22.37-38; Jo 3.16
Jo 3.19: “A condenação é esta, que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más.”
Peça à pessoa que leia a passagem ou cite-a e em seguida pergunte-lhe sucessivamente:
•          O que os homens amaram?
•          O que rejeitaram por amor as trevas?
•          O que é melhor: a luz ou as trevas?
•          Por que escolheram as trevas?
•          Se o homem escolher um caminho, pode Deus obrigá-lo a seguir outro?
•          Que é condenação?
•          Foi Deus que escolheu as trevas para o homem ou foi o próprio homem quem a escolheu?
•          Quem é então culpado? Deus ou o homem?

Depois que a pessoa condenar o homem por seu procedimento, pode-se levar a inquirição a um terreno mais íntimo e pessoal:
•          E o senhor?
•          Que está escolhendo agora?
•          As trevas ou a luz?
•          Sua consciência testifica que está fazendo o melhor que pode?
•          O senhor está procurando saber a vontade de Deus?
•          Está cumprindo essa vontade?
•          Dedica seu tempo aos cultos?
•          Ou ao mundo?
•          Portanto, se sua alma se perder, é Deus o responsável ou é o senhor mesmo?
•          Se um homem nesta vida prefere as trevas, estará preparado para a luz, no além?
•          Não lhe parece razoável que continuemos no além a vida que aqui vivemos?

2. Para Produzir Fé e Trazer Salvação
Is. 53.6; II Tm. 1.15; I Pe. 2.24; I Tm. 2.5•
Atos 4.12 “E em nenhum outro há salvação porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens pelo qual devemos ser salvos.”
Este verso pode ser usado com as pessoas que julgam que todas as religiões são boas. Depois de fazer-se a pessoa ler o verso, convém perguntar:
•          “Há salvação em todos os nomes” ou “em qualquer nome?
•          Qual o único nome capaz de salvar?
•          Este nome salvará mesmo os que não queiram recebê-lo Ou salvará só os que o procuraram?
•          O senhor está procurando este nome?
•          Ou acha que será salvo mesmo sem aceitar a Jesus?
•          Quer aceitá-lo agora?

3. Para levar à confissão decisiva
Mt. 10:32,33; Rm. 10.9.10 Mostrar-se a pessoa que uma forma de dizer a mentira é não dizer verdade conhecida. Assim também uma forma de negar a Cristo é não confessá-lo diante dos homens. Precisamos, pois, por palavras, obras e vida confessar a Cristo diariamente, a cada momento diante do mundo.











































DIREÇÃO DE CULTOS

1º) CULTO DE ORAÇÃO
O Culto de oração é essencialmente para crentes. Às vezes a presença de pessoas não crentes nele se admite.
O Cuidado na direção dos cultos de oração deve ser de primeira ordem, pois nestes cultos o povo de Deus vem buscar soluções para os seus problemas. Nele se fazem pedidos muitas vezes angustiosos, mas a ordem deve ser observada.
É costume dos Filhos de Deus que todos unânimes orem a Deus nas reuniões. Isto é agradável e salutar, pois oferece a cada um a liberdade de apresentar a Deus os seus pedidos. Pode ainda agradecer e louvar a Deus por todas as benções recebidas. Mas também é bíblico que essa liberdade não deve levar os crentes a uma gritaria carnal, que dá má impressão. Conforme relata no livro de Atos os crentes em Jerusalém todos “unânimes levantaram a voz a Deus”, mas também devemos meditar no fato de que, apesar de terem levantado a sua voz a Deus, todos ouviram o que se dizia (At. 4.24,31) e a oração foi tão poderosa, que moveu o lugar em que estavam reunidos, e todos foram cheios do Espírito Santo.

2º) CELEBRAÇÃO DA SANTA CEIA DO SENHOR:

A Ceia do Senhor é um memorial que representa a mais sublime festa da igreja aqui na terra. É um ato por demais solene, e quem o oficia deve Ter o pleno conhecimento bíblico acerca dele.
0 Textos bíblicos que falam do ato: (Mt.26.26; Mc. 14.22-26; I Cor. 11.23-32).
           
1 Qual o intervalo estipulado na bíblia para se realizar a Santa Ceia? Jesus disse: “Todas às vezes”
•          Em nosso caso especifico uma vez por mês (1º domingo dia do mês).
           
2 O que fazer com o pão e o vinho que sobrou? ... Diluir em águas correntes.
           
3 Quem deve participar da Santa Ceia? – Todos os crentes batizados nas águas e em comunhão com a igreja.

4 Pessoas de outras denominações também podem ceiar conosco? Lembre-se a Santa Ceia é do Senhor.


CELEBRAÇÃO DE NOIVADO

Ficar noivo é o costume adotado na nossa sociedade por quem pretende assumir o casamento. Sugere uma atitude séria e uma decisão definida dos que resolveram ficarem noivos.
Não é prudente realizar um culto no templo para realização de um noivado, por se tratar de um ato estritamente familiar, e entre amigos mais chegados, e nunca no templo, em ato público, como se fosse um casamento.
Textos bíblicos: Gn. 24.58-61 – Salmo 1.1-3 Pv.16.1 Mt. 18.19 Lc. 6.47-48
Após a leitura, o oficiante fará uma explanação embasada no texto lido e aproveitará para dizer ao casal que a responsabilidade agora é muito maior, tanto diante da família como da sociedade e principalmente diante de Deus. Dirá ainda que o noivado não abre caminho para a prática de atos amorosos que só são cabíveis dentro do matrimônio.
Liturgia encontra-se na Bíblia do Ministro.

CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO

Leitura bíblica: Gn. 2.18-24 Hb. 13.1a. Ef. 5.22-33 Jo. 21.11, etc..
Liturgia encontra-se na Bíblia do Ministro.

FUNERAL
Este cerimonial do ponto de vista humano é sem dúvida o que menos agrada ao ministro oficiante, porém não se deve fugir ao dever do oficio. Cabe, portanto, ao oficiante da cerimônia fúnebre observar as seguintes recomendações:
a) Conhecer a condição espiritual e o testemunho da pessoa falecida, a fim de evitar pronunciamentos inverídicos que possa criar constrangimentos.
b) Conhecer os membros da família antes de iniciar a cerimônia.
c) Conhecer o local e horário do sepultamento com segurança.
d) Iniciar a cerimônia sempre com uma oração.
e) O tom de voz deve ser moderado – Nunca como se estivesse pregando numa cruzada evangelística ou no púlpito
f) Leitura da palavra: I Ts.4.13-18 II Co. 1.5-7; 5.1-10 I Co.14.39-55 Apoc.14.13; 21.3-4 etc.
g) Estabelecer limite de tempo para a palavra.
h) Os cânticos só deverão ser entoados com autorização da família. Nunca por iniciativa do oficiante ou de pessoas alheias a família, para evitar que alguém se sinta ferido.
i) Os cânticos devem ser entoados em tom baixo e evitar retete.
Liturgia encontra-se na Bíblia do Ministro.

UNÇÃO COM ÓLEO

A unção com óleo tem sido matéria duramente discutida por alguns ministérios, e muitas polêmicas têm se levantado em torno do assunto. Não será necessário fazer qualquer comentário em torno do assunto, visto que a bíblia define com clareza este tema não deixando qualquer brecha.
Ao abrirmos o livro de Tiago 5.14-15 – e analisarmos o texto, temos de explicar o seguinte:
a) A unção é praticada pelos presbíteros (os pastores são também chamados de presbíteros obreiros autorizados).
b) Não se deve sair oferecendo unção. A bíblia diz “Chame os presbíteros.”.
c) Observar se o lugar onde se encontra o enfermo não oferece impedimento para efetivação do ato (Às vezes o estado do enfermo exige cuidados rigorosos do médico, e nestes casos é prudente comunicar ao médico.
d) O local da unção (aplicação do óleo), não é o da enfermidade. Estamos autorizados a ungir o enfermo e não a enfermidade (a enfermidade pode ser contagiosa).
e) Fazer o enfermo beber óleo e um procedimento totalmente extra bíblico. Deus não se acha na obrigação de responder pelas ações que se praticam fora do contexto bíblico. (verificar prescrição medica)
f) É necessário que se diga ao enfermo que o óleo é usado tão-somente como um símbolo do Espírito Santo e quem tem a virtude de curar é a oração da fé.

CULTO NOS LARES

O culto nos lares é sem dúvida uma das melhores oportunidades que a igreja dispõe para evangelização. Faz-se necessário que o responsável pela sua realização esteja preparado para tal fim. Neste culto comparecem os vizinhos não crentes, irmãos de outras denominações e neste culto vocês deveram seguir as seguintes recomendações:
a) Iniciar sempre no horário marcado
b) Não fazer acepção de pessoas, ao cumprimentá-los, exemplo, cumprimentar os irmãos em Cristo com a paz do Senhor e outros com boa noite, ou, A paz do Senhor para os irmãos e os ouvintes um boa noite de salvação. A saudação deve ser igual para todos.
c) Ao iniciar a oração na residência, somente a pessoa incumbida da oração deve orar. Os demais devem ficar em espírito, ouvindo, ou confirmando com a expressão Amém.
d) Não falar sobre fotografia, ou imagens de adoração sobre a parede, muito menos, solicitar para que retire. (Exceto em casos de uma revelação, no mais ensine que decisão é da pessoa)
e) Não se envolver em assuntos doutrinários, que cabe ao pastor da igreja.
f) Não falar sobre usos e costumes.

LITURGIA DA IGREJA LOCAL.

Cultos de segunda, quarta, sexta e sábados.
Início as 19:25hs termino as 21:30hs, sendo assim:
19:25hs ás 19:35hs Oração e palavra introdutória.
19:35hs ás 20:00hs Louvores de adoração.
20:00hs ás 20:15hs Corinhos de avivamento.
20:15hs ás 20:20hs Oração pelo Brasil, Israel e pregador.
20:20hs ás 20:45hs Ministração da palavra.
20:45hs ás 21:05hs Oração forte
21:05hs ás 21:30hs Apelo, dízimos e oferta, recados e oração final.

Culto de domingo.
Início as 18:55hs termino as 21:30hs, sendo assim:
18:55hs ás 19:05hs Oração e palavra introdutória.
19:05hs ás 19:30hs Louvores de adoração.
19:30hs ás 19:45hs Corinhos de avivamento.
19:45hs ás 19:50hs Apresentações
19:50hs ás 20:00hs Oração pelo Brasil, Israel e pregador.
20:00hs ás 20:45hs Ministração da palavra.
20:45hs ás 21:05hs Oração forte
21:05hs ás 21:30hs Apelo, dízimos e oferta, recados e oração final.


CELULA.  GRUPO DE ESTUDO MODELO IGREJA PRIMITIVA.

1º- Para montar uma Célula em um lar é necessário à autorização do pastor local e ele te apresentar na casa.
2º- Para ministrar uma Célula é necessário participar da Célula da igreja local ministrada pelo Pastor Celso Soares Neto para que os ensinamentos sejam uniformes.
3º- Todos os estudos serão fornecidos pela igreja local, que seguira o modelo original de nossa sede.
4º-A liturgia será assim: Uma oração no início, um louvor se quiserem, estudo da apostila, oração final.
5º- Se os membros da Célula precisarem de libertação, encaminha-los para a igreja local.
6º- Dízimos, ofertas, votos deveram ser entregues na igreja local.
7º- Nutrir nos membros da Célula, um desejo de serem membros da igreja local.
8º- Cadastrar os membros da Célula.


Uniforme de nossa igreja

Homens, terno preto liso, sapato e meias pretas, blusa branca, gravata conforme a função.
Pastor: Amarelo ouro
Presbítero: Cinza
Missionário: Lilás
Diáconos: Verde
Obreiros: Preto

Mulheres, Gravatas segundo o cargo e uniforme ver modelo na secretaria.


















F O T O

                                             FICHA DE CADASTRO DOS MEMBROS
CONGREGAÇÃO: JOÃO GOMES CARDOSO
 DIREÇÃO: PASTOR CELSO SOARES NETO
NOME:__________________________________________________________________________________
ENDEREÇO:______________________________________________________________________________
CIDADE:___________________________________                         CEP:________________________________
( RESIDENCIAL:___________________________                       )CELULAR:___________________________
DATA DE NASCIMENTO: _____/_____/_____   NATURALIDADE:_____________________________/______
PAI:____________________________________________________________________________________
MÃE:___________________________________________________________________________________
IDENTIDADE:_________________________________     CPF:_______________________________________
ESTADO CIVIL: ______________ ESPOSO(A): ___________________________________________________
UNIU NA I.P.V.G: ____/____/____   BATISMO:  ____/____/___    (   )TANQUE      (   )ÁGUAS CORRENTES
ONDE FREQUENTAVA ANTES DE UNIR NESTA IGREJA: ____________________________________________
POSSUI ALGUM CARGO NA IGREJA? _____________________ DATA DA CONSAGRAÇÃO_____/_____/____
OBSERVAÇÕES:__________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

TRAZER JUNTAMENTE COM A FICHA PREENCHIDA:
- XEROX: IDENTIDADE – CPF – COMPROVANTE DE ENDEREÇO
02 (DUAS) FOTOS 2,5 x 2,0

               ORAÇÃO    DA    VARREDURA
                                                                                                                                                           


R E C O M E N D A Ç Õ E S
#  Seja pontual no horário de chegar e sair da casa.
#  Ao chegar na casa, reúna com toda a família, se for necessário, separe a família dos vizinhos e amigos que estiverem presentes na casa, e peça a eles que permaneçam orando na sala.
#  Peça ao dono da casa para fechar todas as janelas e a porta dos fundos da casa, deixando apenas a porta da sala aberta.


P R O C E D I M E N T O S
1º  “QUEBRA DA UNÇÃO VELHA” :Peça ao dono da casa para acompanhá-lo em cada cômodo, onde você estará fazendo a oração de “quebra da unção velha”. Exemplo: água benta, incenso aceso dentro da casa, velas que foram acesas para as almas, sal grosso, demandas, mandingas, unção feita de maneira errada por pastores, simpatias, pêndulos, figas, ferraduras nas portas etc. Pedir ao SENHOR na autoridade do nome de JESUS, que venha quebrar todas as unções velhas, e que todos os espíritos saiam em nome de JESUS.

2º “ORAÇÃO EXPULSANDO (VARREDURA)”: Logo após, pergunte a família o que eles têm sentido ou notado de diferente dentro da casa. Peça à família para acompanhá-lo novamente de cômodo em cômodo, onde você estará fazendo a oração, partindo dos cômodos do fundo para a frente, expulsando e ordenando que todos os demônios saiam em nome de JESUS.
Obs.: O responsável pela casa deve ir na frente orando e desafiando, e o líder também estará desafiando e dando cobertura à família durante a oração da varredura

3º DESFAZER OS PONTOS DA CASA: Após a oração da varredura, peça aos responsáveis pela casa para  andarem  em todos os cômodos, de canto a canto, sem correr.
Obs.: Pergunte a ele, em qual desses locais se sente arrepios, bambeza nas pernas, pontada na cabeça, dor na coluna, crise de desespero, peso no corpo, tonteira, medo, etc. Peça para que a pessoa que fique no local onde se sente mal e expulse ordenando que satanás tire os pontos e saia em nome de JESUS. Peça a pessoa para dar uns passos para trás e pingue do alto uma gota de azeite no lugar falando: “O Reino de Deus chegou nesta casa”. Proceda dessa maneira em todos os cômodos.

4º UNÇÃO RASTEIRA – ATO PROFÉTICO: Com o responsável pela casa te acompanhando, ministre a unção em cima dos rodapés em todos os cantos da casa.
Obs.: O líder da visita não dever pôr a mão para arrastar nenhum móvel, peça a alguém da casa para fazê-lo.

5º COLOQUE A UNÇÃO EM VALIDADE: 1-Reúna a família na sala e faça uma oração colocando a unção do ato profético em validade e ministre toda a sorte de vitória sobre a família e faça a unção nos familiares presentes.
2-Peça a família para darem as mãos e façam uma oração individual, com suas palavras, dependendo do problema, o que ele quer que o SENHOR faça a partir daquele momento. O líder da visita estará concordando com esta oração e ligando-a no céu.
3-Profetize sobre a família dizendo que a partir daquele dia eles verão muitas bênçãos na vida deles. E que este, é o primeiro passo que vocês estão dando, e que é preciso que eles façam mais 6 (seis) passos na igreja, através de uma campanha.
4-Logo após, fale sobre os cultos da igreja direcionando a família ao culto apropriado, mostre para eles que eles estão sem proteção espiritual, que no decorrer da campanha eles terão cobertura espiritual e DEUS vai concretizar a libertação. Deixe claro que, para a libertação total, eles terão que ir aos cultos na igreja.


D E C L A R A Ç Ã O


Após um estudo minucioso de toda a apostila de obreiro aprovado e respondido o questionário eu declaro estar de acordo com as normas, ensinos, observações e pré-requisitos estabelecidos, prometo perante DEUS e os obreiros e membros desta igreja a ser um obreiro fiel, cumpridor da palavra de DEUS e a normas estabelecidas.

OBREIRO (A)

NOME COMPLETO: ________________________________________________________

IDENTIDADE:_______________________________________ DATA:_____/_____/_____

ASSINATURA:_____________________________________________________________


CONJUGE SE FOR OBREIRO (A)


NOME COMPLETO: ________________________________________________________

IDENTIDADE:_______________________________________ DATA:_____/_____/_____

ASSINATURA:_____________________________________________________________


FILHOS SE FOREM OBREIROS (AS)


NOME COMPLETO: ________________________________________________________

IDENTIDADE:_______________________________________ DATA:_____/_____/_____

ASSINATURA:_____________________________________________________________


NOME COMPLETO: ________________________________________________________

IDENTIDADE:_______________________________________ DATA:_____/_____/_____

ASSINATURA:_____________________________________________________________




Q U E S T I O N Á R I O

ATENÇÃO! Leia cada afirmação abaixo e decida como cada uma diz respeito a você: * Se a afirmação for 75% a 100% verdadeira em relação a você, marque um X no número
1 (= Quase sempre) que vem logo abaixo afirmação. * Se a afirmação for 40% a 70% verdadeira em relação a você, marque um X no número
2 (= Ocasionalmente) que vem logo abaixo da afirmação. * Se a afirmação for menos do que 40% verdadeira em relação a você, marque um X no número
3 (= Raramente) que vem logo abaixo da afirmação. Observação: este é um questionário de auto avaliação e não uma prova. Não há respostas certas ou erradas; por- tanto, procure deixar suas respostas refletir suas próprias opiniões. A maioria das afirmações lida com os teus senti- mentos e desejos. Seja sincero ao respondê-las. Não vá logo marcando um número qualquer; reflita bem cada afirmação.
Não se esqueça, marque: 
Nº 1, para “QUASE SEMPRE”. 
Nº 2, para “OCASIONALMENTE”. 
Nº 3, para “RARAMENTE”.  

01. Tenho uma paixão profunda pelas almas perdidas?  ¹   ²   ³ 
02. Coloco grande importância no arrependimento?  ¹   ²   ³
03. Acha que tenho discernido bem os motivos de outras pessoas?  ¹   ²   ³ 
04. Quando falo, desejo despertar as consciências dos outros?  ¹   ²   ³                                                                
05. Tenho forte desejo natural de estudar a palavra de Deus?  ¹   ²   ³ 
06. Coloco grande importância na educação?  ¹   ²   ³      07. Quando faço alguma coisa, gosto de ver resultados “tangíveis” dos meus esforços?  ¹   ²   ³                                
08. Estou pronto a assumir uma responsabilidade pessoal, de longo prazo, na batalha espiritual de um grupo de crentes?  ¹   ²   ³ 
09. Quando falo para um grupo, minha mensagem gira em torno de tópicos e não de estudos “versículo por versículo”?  ¹   ²   ³ 
10. Sou uma pessoa centralizada, preciso muito de relacionar-me com outras pessoas em minha vida?   ¹   ²   ³ 
11. Falo calmamente?  ¹   ²   ³ 
12. Sou paciente, mas pronto para atender as necessidades dos outros rapidamente?  ¹   ²   ³                                    
13. Fico contente em realizar tarefas de rotina na igreja para a glória de Deus?  ¹   ²   ³ 
14. Estou envolvido numa variedade de atividades que ajudam outras pessoas?  ¹   ²   ³ 
15. Estaria mantendo a mim mesmo e aos meus negócios bem organizados?  ¹   ²   ³ 
16. Tenho compromisso em sustentar a obra missionária?  ¹   ²   ³ 
17. Tomo decisões baseadas estritamente em fatos e dados comprovados?  ¹   ²   ³ 
18. Comunico metas de uma forma que outras pessoas possam realizá-las?  ¹   ²   ³ 
19. Creio que a salvação é o maior dom de todos?  ¹   ²   ³ 
20. Algumas pessoas acham que o meu modo de testemunhar é agressivo?  ¹   ²   ³ 
21. Tenho facilidade de levar outras pessoas a pedirem perdão pelos seus pecados e deixá-las felizes e bem com Deus?  ¹   ²   ³ 
22. Sinto necessidade de corrigir os pecados das pessoas?  ¹   ²   ³ 
23. Gosto de usar visuais e livros para auxiliar-me quando estou falando?  ¹   ²   ³                                                
24. Sempre pondero a melhor maneira de fazer e dizer as coisas?  ¹   ²   ³ 
25. Acho que sou uma pessoa muito prática?  ¹   ²   ³ 
26. Sou capaz de ajudar as pessoas quando elas têm problemas pessoais?  ¹   ²   ³ 
27. Tenho disposição para passar horas em oração em favor de outras pessoas?  ¹   ²   ³ 
28. Gosto de envolver-me com a batalha espiritual dos outros; sou protetor?  ¹   ²   ³                                            
29. Tenho facilidade para expressar meus sentimentos?  ¹   ²   ³ 
30. Sinto uma profunda preocupação para confortar outros?  ¹   ²   ³                                                                            
31. Sinto-me bem quando estou fora dos olhares das pessoas?  ¹   ²   ³ 
32. Sinto-me preocupado com as necessidades físicas dos outros?  ¹   ²   ³
3. Quando oferto, gosto que seja um assunto íntimo entre eu e Deus?  ¹   ²   ³ 
34. Sou sensível às necessidades financeiras e materiais dos outros?  ¹   ²   ³ 
35. Trabalho centrado em alvos e não em pessoas ou assuntos?  ¹   ²   ³ 
36. Trabalho melhor sob pressão?  ¹   ²   ³ 
37. Sinto desejo de alcançar os perdidos, mesmo que eles sejam pessoas totalmente estranhas?  ¹   ²   ³ 
38. Gosto mais de testemunhar do que fazer outra coisa?  ¹   ²   ³             
39. Fico impaciente com as atitudes erradas das pessoas?  ¹   ²   ³ 
40. Sou desorganizado e preciso depender dos outros para me encaixar num esquema?  ¹   ²   ³ 
41. Tenho um sistema organizado para guardar acontecimentos, ilustrações e fotos?  ¹   ²   ³ 
42. Preocupo-me mais com o conteúdo do material do que com a pessoa ou tarefa?  ¹   ²   ³ 
43. Quando estudo a Bíblia, fico mais interessado nas áreas práticas?  ¹   ²   ³ 
44. Considero muito importante a vontade de Deus?  ¹   ²   ³ 
45. Preocupo-me em ver os outros aprender e crescer?  ¹   ²   ³ 
46. Oriento-me mais com o relacionamento das coisas e pessoas do que com as tarefas em si?  ¹   ²   ³ 
47. Simpatizo e sensibilizo-me facilmente com os outros?  ¹   ²   ³ 
48. Outras pessoas pensam que sou fraco por causa da minha falta de firmeza?  ¹   ²   ³ 
49. Gosto de trabalhar com as minhas próprias mãos?  ¹   ²   ³ 
50. Sempre deixo as pessoas falarem comigo sobre coisas que não quero fazer?  ¹   ²   ³ 
51. Estou sempre pronto a ofertar se existir uma necessidade válida?  ¹   ²   ³ 
52. Sou capaz de tomar decisões rápidas no que diz respeito às finanças?  ¹   ²   ³  
53. Faço as coisas prontamente; tomo decisões rapidamente?  ¹   ²   ³ 
54. Sonho grandes sonhos embora nem sempre compartilhe eles com os outros?  ¹   ²   ³ 
55. Tenho uma compreensão clara da mensagem do evangelho e posso aplicá-la aos outros facilmente?  ¹   ²   ³ 
56. Sou socialmente ativo e sinto-me bem ficar junto com as pessoas?  ¹   ²   ³ 
57. Preciso verbalizar (falar) minha mensagem, nunca fico contente somente escrevendo-a?  ¹   ²   ³ 
58. O que falo sempre é urgente e quero que outros tomem decisões rápidas?  ¹   ²   ³ 
59. Às vezes, gostaria mais de escrever, porém preciso ensinar porque outros não apresentariam corretamente o meu material?  ¹   ²   ³ 
60. O uso de um versículo fora do seu contexto me deixa entristecido?  ¹   ²   ³ 
61. Resolvo os problemas através de atitudes tomadas passo a passo?  ¹   ²   ³
62. Questiono o conteúdo de estudos doutrinários profundos?  ¹   ²   ³ 
63. Protejo muito quem fica sob os meus cuidados?  ¹   ²   ³ 
64. Ensinar o mesmo assunto várias vezes é maçante para mim?  ¹   ²   ³ 
65. Tento sempre aparentar amor?  ¹   ²   ³ 
66. Sou propenso a agir mais sob emoções do que pela lógica?  ¹   ²   ³                                                                      
67. Fico comovido quando sou exortado a servir à igreja?  ¹   ²   ³ 
68. Gosto de atender as necessidades imediatamente?  ¹   ²   ³ 
69. Quando oferto, gosto que seja uma boa oferta?  ¹   ²   ³ 
70. Outras pessoas pensam que sou materialista por causa da importância que coloco sobre o dinheiro?   ¹   ²   ³ 
71. Delego quando e onde for possível, mas sei quando e onde não posso?  ¹   ²   ³ 
72. Estou pronto a cumprir tarefas impossíveis para Deus?  ¹   ²   ³ 
73. Sinto grande alegria em ver homens e mulheres vindo à Cristo?  ¹   ²   ³ 
74. Creio que ganhar almas é a maior responsabilidade dada a todo crente?  ¹   ²   ³ 
75. Gosto de falar em público e o faço com ousadia?  ¹   ²   ³ 
76. Preocupo-me em memorizar a Bíblia?  ¹   ²   ³ 
77. Tenho a tendência de questionar o conhecimento daqueles que me ensinam?  ¹   ²   ³ 
78. Outros me acusam de ser muito detalhista?  ¹   ²   ³ 
79. Sou capaz de mobilizar outros?  ¹   ²   ³                      80. O ensino só teórico me aborrece?  ¹   ²   ³ 
81. Sinto desejo de orientar aqueles que estão sob os meus cuidados?  ¹   ²   ³ 
82. Sou capaz de estudar o que for necessário a fim de “alimentar” aqueles que trabalham comigo?  ¹   ²   ³ 
83. Meu coração sente piedade pelo pobre, o idoso, o doente, os desprivilegiados, etc.?  ¹   ²   ³ 
84. Pareço atrair pessoas magoadas e também as felizes?  ¹   ²   ³ 
85. Enquanto alguns ficam falando sobre ajudar as pessoas, eu ajudo logo?  ¹   ²   ³ 
86. Sou rápido em atender a necessidade de prestar ajuda?  ¹   ²   ³ 
87. Procuro saber se a minha oferta está sendo usada adequadamente?  ¹   ²   ³ 
88. Julgo o sucesso dos outros pela quantia de bens materiais deles?  ¹   ²   ³                                                              
89. Quero ser um vencedor, mas não suporto perder?  ¹   ²   ³  
90. Sou capaz de tomar soluções rápidas e sustentá-las?  ¹   ²   ³  
91. Quando testemunho para um não crente, sempre faço força para ele tomar uma decisão rápida?  ¹   ²   ³ 
92. Outros pensam que estou mais interessado em números do que em pessoas?  ¹   ²   ³ 
93. Preciso ser convencido de que estou errado antes de concordar com a pessoa?  ¹   ²   ³ 
94. Estudar, planejar não é o meu forte; confio nos outros para que as circunstâncias “trabalhem” ao meu favor? ¹   ²   ³ 
95. Acho o ensino de outros professores difícil de ministrar, gostaria de desenvolver os meus próprios?  ¹   ²   ³ 
96. Ponho grande ênfase na pronúncia de cada palavra quando falo em público?  ¹   ²   ³ 
97. Outras pessoas pensam que não sou evangelista por causa da minha ênfase sobre o crescimento espiritual de cada crente?  ¹   ²   ³ 
98. Sou acusado de não usar bastante a Bíblia quando ensino?  ¹   ²   ³ 
99. Gosto de fazer uma variedade de atividades sem ter que me prender a uma só?  ¹   ²   ³ 
100. Percebo a mim mesmo como um pastor?  ¹   ²   ³ 
101. Sou uma pessoa emotiva, choro facilmente?  ¹   ²   ³ 
102. Identifico-me emocionalmente e mentalmente com os outros?  ¹   ²   ³ 
103. Algumas pessoas pensam que negligencio as necessidades espirituais?  ¹   ²   ³                                                   
104. Gosto de trabalhos mecânicos e rotineiros da igreja (limpeza, arrumação, recepção, portaria, etc.)?   ¹   ²   ³ 
105. Avalio a espiritualidade dos outros pela quantidade de contribuição deles?  ¹   ²   ³ 
106. Outros pensam que tento controlá-los com o meu dinheiro?  ¹   ²   ³ 
107. Quando não há liderança num grupo eu a assumo?  ¹   ²   ³               
108. Tenho habilidade para organizar e harmonizar a pessoas com as quais trabalho?  ¹   ²  ³






SISTEMA PARA CONTAR OS PONTOS

Conte os pontos obtidos em cada um dos MINISTÉRIOS usando a tabela abaixo. Para fazer isso, primeiro colo- que do lado de cada resposta referente ao Ministério, o ponto obtido em cada resposta dada por você: * Se marcou 1 (= quase sempre), você ganhou 2 (dois) pontos. * Se marcou 2 (= ocasionalmente), você ganhou 1(um) ponto. * Se marcou 3 (= raramente), você não ganhou ponto. Some os pontos obtidos em cada resposta e você achará o total de pontos da cada Ministério. O Ministério que obtiver maior número de pontos será o PREDOMINANTE em tua vida cristã. Mas lembre-se, este questionário não é um teste para revelar a você qual é o teu dom espiritual. Mas ajudará ver como você serve a tua igreja local que é o único meio legítimo de determinar teu dom espiritual. 
 
A SEGUIR: TABELA PARA       CONTAR OS PONTOS  
EVANGELISMO Afirmações/Pontos.       01. __ 02. __ 19. __ 20. __ 37. __ 38. __ 55. __ 56. __ 73. __ 74. __ 91. __ 92. __ Pontos ganhos: ____ 
--------------------------------------------- 
PROFECIA Afirmações/Pontos.
03. __ 04. __ 21. __ 22. __ 39. __ 40. __ 57. __ 58. __ 75. __ 76. __ 93. __ 94. __      Pontos ganhos: ____ 
-----------------------------------------  
ENSINO Afirmações/Pontos
05. __ 06. __ 23. __ 24. __ 41. __ 42. __ 59. __ 60. __ 77. __ 78. __ 95. __ 96. __ Pontos ganhos: ____ 
---------------------------------------------           
EXORTAÇÃO Afirmações/Pontos.
07. __ 08. __ 25. __ 26. __ 43. __ 44. __ 61. __ 62. __ 79. __ 80. __ 97. __ 98. __ Pontos ganhos: ____ 
--------------------------------------------- 
PASTORADO Afirmações/Pontos.
09. __ 10. __ 27. __ 28. __ 45. __ 46. __ 63. __ 64. __ 81. __ 82. __ 99. __ 100. __ Pontos ganhos: ____ 
-----------------------------------------  
MISERICÓRDIA Afirmações/Pontos.
  11. __   12. __   29. __   30. __   47. __   48. __   65. __   66. __   83. __   84. __ 101. __ 102. __ Pontos ganhos: ____ 
-----------------------------------------           
DIACONIA Afirmações/Pontos.
  13. __   14. __   31. __   32. __   49. __   50. __   67. __   68. __   85. __   86. __ 103. __ 104. __ Pontos ganhos: ____ 
--------------------------------------------- 
CONTRIBUIÇÃO Afirmações/Pontos.
  15. __   16. __   33. __   34. __   51. __   52. __   69. __   70. __   87. __   88. __ 105. __ 106. __ Pontos ganhos: ____ 
-------------------------------------------  
ADMINISTRAÇÃO Afirmações/Pontos.
  17. __   18. __   35. __   36. __   53. __   54. __   71. __   72. __   89. __   90. __ 107. __ 108. __ Pontos ganhos: ____ 
----------------------------------       
ANOTE: 
Meu Ministério Predominante é:_______________________________ 



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