Comunidade Pentecostal Cristo para as nações
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Cultos:
Segunda: Culto de Busca do Espirito Santo
Terça: Ensaio de Louvor
Quarta: Culto da Palavra Revelada
Quinta: Ensaio de Danças Coreograficas
Sexta: Sexta dos Vencedores
Sabado: Segundo do Mês Encontro de Vasos
Sábado: Ultimo Mês Encontro de Jovens
Domingo: 08:00hs Escola Biblica Dominical
Domingo: 10:00hs Evangelismo
Domingo: 19:00hs Culto de Louvor e Adoração e palavra Profética.
COM LENÇO E
SEM SOFRIMENTO! A CURA DIVINA NO NOVO TESTAMENTO
É preciso entender a lógica da
teologia da cura no Novo Testamento. Um dos ingredientes fundamentais é a fé.
Um dos temas mais empolgantes do Novo
Testamento é com certeza a cura divina. Jesus surge como o Messias prometido
fazendo grandes prodígios, comprovando sua origem divina. O testemunho dos
evangelhos é claro: Os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são
purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são
pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa”
(Mt 11.5-6). Num mundo cheio de crises, doenças e insuficiências humanas, nada
pode chamar mais atenção do que esta cura milagrosa realizada pela poder
divino. Hoje, milhares de igrejas cristãs em todo o mundo pregam a cura divina,
proclamam o poder físico de Cristo e colecionam muitos testemunhos
impressionantes de milagres que, surpreendemente, parecem ter sido pouco
investigados.
Todavia, a proclamação de cura
sobrenatural não é exclusividade cristã. Muitos outros movimentos religiosos
também proclamam a cura e fazem rituais com o propósito de sarar enfermidades.
Muitas são as práticas mágicas, principalmente na realidade mística nacional,
que são conhecidas e disseminadas em nossos dias.
Nos anos recentes muita gente tem
ficado confusa com a questão da cura. A multiplicidade e a variedade dos
movimentos evangélicos, aparentemente, tem sido marcada por um certo
sincretismo. Muitos rituais realizados em ambientes evangélicos do ponto de
vista fenomenológico se aproximam de rituais esotéricos e místicos não
cristãos. Isso provoca dúvida e questionamento generalizado sobre a
legitimidade bíblica e teológica do que está acontecendo.
Questionados sobre suas práticas, os
evangélicos mais místicos certamente responderiam que estão agindo com
fundamentação bíblica. Seguramente, eles apontariam para certos textos
bíblicos, aqui selecionados (observar o grifo):
“Deus fazia milagres extraordinários
por meio de Paulo, de modo que até lenços e aventais que Paulo usava eram
levados e colocados sobre os enfermos. Estes eram curados de suas doenças, e os
espíritos malignos saíam deles.” (Atos 19.11-12)
“Em número cada vez maior, homens e
mulheres criam no Senhor e lhes eram acrescentados, de modo que o povo também
levava os doentes às ruas e os colocava em camas e macas, para que pelo menos a
sombra de Pedro se projetasse sobre alguns, enquanto ele passava. Afluíam
também multidões das cidades próximas a Jerusalém, trazendo seus doentes e os
que eram atormentados por espíritos imundos; e todos eram curados.” (Atos
5.14-16)
“Entre vocês há alguém que está
doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem
sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o
doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado.”
(Tg 5.14-15)
Os relatos dos “lenços e aventais”,
da “sombra de Pedro” e “da unção com óleo” em Tiago têm sido considerados
difíceis pelos teólogos mais tradicionais. Geralmente sugere-se que estes
textos são apenas históricos e contextualmente dependentes, o que os tornaria
não normativos para nós hoje. Todavia, tal avaliação não subsiste. Vários
argumentos teológicos sobre temas como batismo, governo de igreja,
contribuição, entre outros, são feitos com base em passagens históricas de
Atos, por exemplo. Como entender a questão? Seria o cristianismo do Novo
Testamento semelhante aos cultos místicos de hoje?
Antes de tudo, é preciso entender a
lógica da teologia da cura no Novo Testamento. Um dos ingredientes fundamentais
é a fé. Por diversas vezes Jesus afirma ao doente curado que a fé do indivíduo
havia causado a cura (Mc 5.34, e.g.). No contexto hebraico, a fé não é apenas
um sentimento ou impulso mental. Fé para um judeu nos templos envolvia a ação
concreta. Por isso, o termo hebraico ’emunâ pode ser traduzido tanto por fé e
quanto por fidelidade. Assim, a cura era muitas vezes operada pela participação
do doente que expressava a sua fé de modo concreto. Assim, surgem diversos
“pontos de contato” entre o poder de Deus e a fé do que recebe a cura. As vezes
a fé é demonstrada pelo “lenço”, pela “sombra”, pelo “óleo”, pela “saliva com
barro nos olhos”, pelo “toque nas vestes”, “pelo levantar-se da maca”, etc. O
doente é conclamado é expressar a fé de maneira concreta. Deve ser observado
que em todos os casos os elementos concretos presentes na cura são sinais da fé
que existe no doente ou em alguém que o auxilia. Nos textos acima citados,
vemos Paulo não distribuiu (nem vendeu) lenços e aventais. Ao contrário, isso
foi feito de modo espontâneo pelo povo. O mesmo pode ser observado no caso da
sombra de Pedro. Até mesmo, no texto de Tiago, a unção com óleo não era
praticada a partir dos líderes (presbíteros) da igreja. Ao contrário, a ação
tinha início com o doente. Observe a clareza da tradução da Bíblia NVI aqui:
“que ele mande chamar os presbíteros”. Ao convocar os presbíteros para a unção
com óleo, estava demonstrada sua fé. A lógica é semelhante ao convite que se
faz a uma pessoa para “vir à frente” afirmando que recebeu a Cristo. “Vir à
frente” é uma demonstração de fé concreta. Isso é bastante diferente do enfoque
místico não cristão.
O enfoque de cura não cristão é
diferente. A idéia é que há objetos abençoados, como que cheios de “energia”
espiritual. Assim, surge um certo fetichismo em torno do objeto, que passa a
ser “a fonte da cura”. É um certo animismo. Com esse enfoque, faz sentido
vender objetos sagrados que tenham poder de cura. Essa postura é muito distinta
da visão neotestamentária. Uma boa maneira que observa o contraste é observar o
texto de Marcos 5.24-34.
“Uma grande multidão o seguia e o
comprimia.
25 E estava ali certa mulher que
havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia.
26 Ela padecera muito sob o cuidado
de vários médicos e gastara tudo o que tinha, mas, em vez de melhorar, piorava.
27 Quando ouviu falar de Jesus,
chegou por trás dele, no meio da multidão, e tocou em seu manto,
28 porque pensava: “Se eu tão-somente
tocar em seu manto, ficarei curada”.
29 Imediatamente cessou sua
hemorragia e ela sentiu em seu corpo que estava livre do seu sofrimento.
30 No mesmo instante, Jesus percebeu
que dele havia saído poder, virou-se para a multidão e perguntou: “Quem tocou
em meu manto?”
31 Responderam os seus discípulos:
“Vês a multidão aglomerada ao teu redor e ainda perguntas: ‘Quem tocou em mim?’
”
32 Mas Jesus continuou olhando ao seu
redor para ver quem tinha feito aquilo.
33 Então a mulher, sabendo o que lhe
tinha acontecido, aproximou-se, prostrou-se aos seus pés e, tremendo de medo,
contou-lhe toda a verdade.
34 Então ele lhe disse: “Filha, a sua
fé a curou! Vá em paz e fique livre do seu sofrimento”.
Nesse texto vemos que “o manto” de
Jesus curou a mulher que sofria de hemorragia. Como nos casos do “lenço”, da
“sombra” e do “óleo”, aqui temos também o “manto”. Todavia, o texto deixa claro
que o “manto” não tem poder para curar. Não é um objeto sagrado. A prova é que
todo mundo estava tocando no manto (v. 31) e nada de especial estava
acontecendo. Não havia qualquer energia espiritual armazenada na roupa de
Cristo. Todavia, ao expressar sua fé, a mulher cria que bastava “tocar no
manto” que seria curada. E ela foi! Sua cura se deu não por causa do manto, mas
por causa de sua fé (v.34), conforme as próprias palavras de Jesus.
Portanto, a igreja pode e deve orar
pelos doentes com fé. Pode até mesmo ungir pessoas com óleo, ainda que não
obrigatoriamente. No entanto, suas práticas ligadas à cura divina não podem
cair no animismo e no fetichismo pagão presentes na religiosidade popular. É
necessário fugir desses equívocos sem deixar de crer no Deus pessoal e soberano
que cura milagrosamente e que muitas vezes permite a dor prolongada. Às vezes,
a cura é milagrosa como no caso do “lenço”, às vezes Deus trabalha em nossa
vida pelo “sofrimento”.
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