Filipense. 2.19-29
Introdução
Estamos diante de uma crise ministerial no contexto evangélico, existem
líderes empresariais nas igrejas, mas poucos com autoridade espiritual.
Destacaremos a atuação espiritual de três obreiros do Senhor: Paulo e o seu
amor pela igreja, Timóteo e sua aprovação para a liderança, e por último,
Epafrodito, sua dedicação aos servos de Deus. Todos esses apresentam, como
principal característica ministerial, a fidelidade ao Senhor.
1. PAULO, UM OBREIRO AMOROSO
Paulo, conforme destacamos em Fp. 2.17, demonstrou ser um obreiro que
estava disposto a sacrificar a própria vida em prol da obra de Deus. Lembramos
que, para esse Apóstolo, o viver era Cristo, por conseguinte, ele não tinha a
sua vida por preciosa (Fp. 1.21; At. 20.24). Diferentemente de muitos supostos
pastores dos dias atuais, Paulo não buscava seus próprios interesses, antes
punha Cristo em foco, e buscava o melhor para o rebanho. Ele sabia o real
significado do pastorado, algo que tem sido esquecido pelas gerações modernas,
que, no contexto bíblico, sempre esteve associado ao sacrifício (Jo. 10.11-16).
Essa é justamente a prova maior do amor, a disposição para entregar a própria
vida pelo outro. Por isso somente podem dizer “não vivo eu, mas Cristo vive em
mim” (Gl. 2.10) aqueles que encarnam a condição sacrificial de Cristo, o
desprendimento para carregar as marcas da cruz de Cristo. Se preciso fosse
Paulo morreria por causa do evangelho de Jesus Cristo, ofereceria sua vida como
libação a favor do serviço pelos outros (II Tm. 4.6). E mais ainda, assim o
faria não por constrangimento, mas com alegria proveniente do alto, produzida
pelo Espírito (Fp. 2.18). Enquanto muitos procuram felicidade nos livros de
autoajuda, Paulo nos dá, para este tempo, uma instrução a fim de obtermos a
verdadeira alegria. O cristão não é feliz, ele simplesmente é mais do que
feliz, é bem-aventurado, independentemente das circunstâncias. A alegria que
vem de cima, que parte de Deus, gerada pelo Espírito (Gl. 5.22), é contagiante.
Ninguém gosta de estar perto de crentes que somente murmuram e provocam
contendas. Paulo, ao invés de desanimar a igreja, estimula a alegria mútua,
fundamentada no amor. Precisamos de obreiros com conhecimento bíblico, mas
também com amorosos, para não incharem (I Co. 8.3).
2. TIMÓTEO, UM OBREIRO APROVADO
Timóteo, o jovem obreiro do Senhor, foi aprovado por Deus, e escolhido
por Paulo. Sabemos, a partir de II Tm. 1.5, que sua mãe e avó eram crentes em
Jesus. O próprio Timóteo era conhecedor das Escrituras, por isso não tinha do
que se envergonhar, pois manejava bem a Palavra da Verdade (II Tm. 2.15). Mas
Timóteo não apenas conhecida a Palavra de Deus, ele a exercitava,
principalmente no que tange ao companheirismo ministerial. Timóteo se converteu
na primeira viagem missionária de Paulo e uniu-se ao Apóstolo durante sua
segunda viagem missionária (At. 16.1,2). Paulo destaca que Timóteo era seu
filho na fé (I Tm. 1.2), cooperador na labuta (Rm. 16.21), mensageiro às
igrejas (I Ts. 3.6; I Co. 4.17). A competitividade ministerial está
distanciando cada vez mais os obreiros uns dos outros. A carência de “Timóteo”
já é sentida no contexto pastoral, obreiros servos nos quais se possa confiar
nos momentos de adversidade. A disputa por espaços, limitados no sistema
eclesiástico institucionalizado, tem gerado desconforto, e até enfermidades
entre os obreiros. É triste constatar que até mesmo subterfúgios mundanos estão
sendo usados para descredenciar desafetos no ministério. Que Deus levante,
nesta geração, verdadeiros “Timóteos”, obreiros simples, em alguns casos jovens
(I Tm. 4.12), mesmo tímidos (II Tm. 1.7,8), alguns doentes (I Tm. 5.23), mas
que sejam aprovados por Deus (Fp. 2.22), que cuidem dos interesses de Cristo
(Fp. 2.21) e da Sua igreja (Fp. 2.20). Paulo elogia Timóteo, dizendo que não
tem outra pessoa com “igual sentimento”, isopsychos em grego, isto é, alguém
que pensava com Ele, e com Cristo (I Co. 12.15,16). A principal dificuldade dos
obreiros do presente é a de encontrarem sucessores, pessoas para as quais eles
possam “passar o bastão”. O apadrinhamento ministerial tem sido danoso para a
igreja contemporânea. As pessoas estão sendo consagradas não por critérios
espirituais, mas pela aproximação com alguma autoridade eclesiástica. Nos
tempos de eleições convencionais o interesse por eleitores acaba sobrepujando a
de obreiros aprovados, comprometidos com a seara do Senhor. Que Deus, nestes
dias difíceis, desperte “Timóteos” para a Sua obra, homens que não busquem
status, mas, sobretudo, disposição para servir (Fp. 2.22).
3. EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO
Esse valoroso obreiro do Senhor somente é citado na Epístola de Paulo
aos Filipenses. Por pouco não se tornou um daqueles obreiros anônimos. Não
podemos esquecer que a obra de Deus é feita também por aqueles que trabalham na
surdina. Não são poucos aqueles que se gastam em prol do Reino de Deus, que não
fazem promoção pessoal dos seus trabalhos. Eles são esquecidos pelas
autoridades eclesiásticas, às vezes passam despercebidos na igreja local. Mas
Deus, nos altos céus, acompanha a labuta de cada um deles, e em tempo oportuno,
reconhecerá tal trabalho (Mt. 25.21). Epafrodito significa “amável” e seu
caráter tem tudo a ver com esse nome, pois não media esforços para servir ao
Senhor e aos Seus obreiros com amor. Ele foi o portador da Epístola de Paulo
aos Filipenses, também levou uma oferta coletada pelos irmãos daquela igreja ao
Apóstolo, e com a intensão de assisti-lo na prisão em Roma (Fp. 2.25, 30,
4.18). Paulo destaca algumas características desse obreiro dedicado: irmão,
parece um atributo de menor importância, mas essa é a maior qualidade de um
obreiro (Fp. 2.25), cooperador, alguém que se coloca à disposição para ajudar
(Fp. 2.25), companheiro, alguém que não deixou Paulo sozinho na hora da luta
(Fp. 2.25). Mas Epafrodito não era perfeito, tinha suas limitações, como todo
obreiro do Senhor. Contrariando a teologia da saúde, que permeia alguns ciclos
evangélicos, Epafrodito adoeceu. Não podemos condicionar a espiritualidade do
crente à sua saúde física e/ou mental. O Deus da Bíblia é o mesmo, Ele ainda
cura hoje, mas soberanamente, às vezes, decide não curar. Epafrodito não apenas
adoeceu, ele quase morreu, trazendo preocupação a Paulo. A morte de Epafrodito
não entristeceria a Paulo por causa da sua possível partida, mas pelo
sacrifício daquele obreiro pela causa do Apóstolo, e da sua distância de casa.
A doença de Epafrodito tem um aspecto mental, pois ele “tinha muitas saudades”
e estava “muito angustiado” (Fp. 2.26,27). Qualquer obreiro do Senhor pode
passar por adversidade, sofrer por motivo de enfermidade, seja ela física ou
mental. No caso de Epafrodito, o Senhor restituiu sua saúde, confortando o
coração de Paulo, que o enviou de volta a Filipos. E mais interessante,
orientando que Epafrodito não fosse recebido como um desertor, mas com alegria
e honra, como um obreiro dedicado à obra do Senhor (Fp. 2.29).
Conclusão.
Três obreiros, três características, que podem ser resumidas em uma
palavra: fidelidade. As vidas de Paulo, Timóteo e Epafrodito servem de estímulo
aos obreiros desta geração. Que os jovens obreiros possam aprender, a partir
desses exemplos, e de tantos outros de obreiros fiéis, a discernir o real
significado do ministério cristão. O legado desses obreiros fiéis do Senhor é o
amor sacrifical, a aprovação pela Palavra e a dedicação ao serviço.
O que é Fidelidade:
Fidelidade é o termo com origem no latim fidelis,
que significa uma atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso com
aquilo que assume. É uma característica daquele que é leal, que é confiável,
honesto e verdadeiro.
Ter
fidelidade é uma expressão usada para nominar aquilo que tem constância. Ex: A
fidelidade de um cliente, a fidelidade de um amigo etc.
Fidelidade
é também uma observância rigorosa da verdade, ou seja, da exatidão na
reprodução de um texto, de uma entrevista ou de uma narração.
Fidelidade é uma das características de Deus, e significa que Deus não
desiste, não vira as costas, não abandona os seus filhos. Deus também espera
que os seus filhos expressem fidelidade em relação a Ele.
O que é Lealdade:
Lealdade é um substantivo feminino que
significa a qualidade de alguém que é leal. Também é sinônimo de fidelidade,
dedicação e sinceridade.
Esta
palavra tem origem no termo legalis, que em latim remete para o conceito
de lei. Inicialmente esta palavra designava alguém em quem era possível confiar
e que cumpria as suas obrigações legais, ou seja, alguém que não falha com os seus
compromissos, demonstrando responsabilidade, honestidade, retidão, honra e
decência.
Significado de Confiável
adj. Que se consegue confiar; que é digno de receber confiança;
que é honesto; sincero: esposo confiável.
O que é Honestidade:
Honestidade é a palavra que indica a qualidade de ser
verdadeiro: não mentir, não fraudar, não
enganar.Verdade significa aquilo que está intimamente ligado a tudo que é sincero, que é verdadeiro, é a ausência da mentira.
Verdade é também a afirmação do que é correto, do que é seguramente o certo e está dentro da realidade apresentada.
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