domingo, 29 de março de 2015

Dons do Espirito


É a manifestação do Espírito Santo no crente, capacitando-o com poder para realizar uma tarefa segundo a vontade de Deus. A palavra “dons” vem do grego “charismata”, derivada da palavra “charis” que significa “graça.” São, portanto, dons pela graça de Deus e não algo que conseguimos ou merecemos.
Os dons espirituais são de grande valor e merecem um cuidadoso estudo bíblico para se evitar desordens na igreja que afete sua unidade. Eles proporcionam um conhecimento mais profundo de Cristo, e de toda a riqueza espiritual disponível para desempenho da missão que ele tem em nossa vida. Segundo a Palavra de Deus, conforme 1 Co 12.8-10 os dons do Espírito Santo são 9 e podem ser assim classificados:
  1. DONS DE REVELAÇÃO (saber)– palavra de sabedoria, palavra de ciência e discernimento de espíritos.
  2. DONS DE PODER (fazer):fé, cura e operação de milagres.
  3. DONS DE INSPIRAÇÃO (falar):profecia, variedades de línguas.

 DONS DE REVELAÇÃO

1.1 Palavra de sabedoria – É saber o que falar em determinada ocasião (solucionar um problema específico)é um fragmento da sabedoria divina dada ao crente. Não se trata de conhecimento humano ou inteligência. Exemplo: José (Gn 41.38,39); Salomão e as duas mães. (1Rs 3.16-28), Josué (Dt 34.9)
1.2 Palavra de ciência (conhecimento) – É uma revelação do que está acontecendo no momento. Não se trata de adivinhação, fenômeno psíquico ou telepatia e nem resultado de um profundo estudo teológico. Através desse dom a igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas. É a penetração na ciência de Deus. (Ef 3.3-6). Exemplo: Eliseu (2 Rs 6.12); Aias (1 Rs 14.1-6); Em Atos 20.23 O Espírito Santo revelava a Paulo o que ia acontecer..
1.3 Discernimento de espíritos – É uma percepção sobrenatural para conhecer a natureza de uma atividade espiritual. Serve para combater as imitações, enganos e falsificações. (Ap 2.2; 1 Tm 4.1-4). Exemplos: o caso de Ananias e Safira (At 5.1-11), Elimas, o mágico (At 13.6-12) e da jovem possessa (At 16.17,18) Esse dom serve como um antídoto contra as heresias dos falsos mestres.

 2 DONS DE PODER

2.1 O dom da fé – E a confiança em Deus de um modo sobrenatural. Manifesta-se somente em ocasiões especiais. Este dom movimenta os dons de cura e operação de milagres. (Mt 17.20) A pessoa sabe que Deus vai fazer o impossível, inclusive quando outros crentes ao seu redor não crêem. Esta fé dá autoridade diante de problemas como ocorreu com Josué. (Js 10.12) Elias (1 Rs 18.33-35) Estêvão (At 6.8)
 2.2 Cura – É uma solução divina para amenizar o sofrimento humano. Todas as enfermidades estão sujeitas a cura divina. (Mt 10.8; Lc 4.18 19); O sacrifício de Cristo trouxe-nos perdão, libertação e cura (Is 53.4,5; Mt 8.16,17) . Ele delegou aos seus discípulos poder para curar enfermos em seu nome. (Lc 10.9,17; At 3.6,16; 9.34; At 19.11,12)
 2.3 Operação de milagres (maravilhas) – É uma operação de poder que ultrapassa as leis naturais. Exemplo: (Êx 15.21,22) – a travessia do Mar Vermelho; (Mt 8.26) – Jesus acalma a tempestade; Jo 11.43 – Jesus cura um homem chamado Lázaro. A operação deste dom gera confiança e autoridade especial. (Mt 8.27)

 DONS DE INSPIRAÇÃO

3.1 Profecia – O objetivo deste dom é falar aos homens em nome de Deus. Não pode ser confundida com pregação embora a pessoa possa profetizar enquanto prega. Seu objetivo é a edificação da igreja e está sujeito ao julgamento da mesma. Não é adivinhar a sorte, prever o futuro ou tornar realidade o desejo de alguém, para não se enquadrar na qualidade de falso profeta (Ez 13.3). Todos podem profetizar, porém no culto apenas dois ou três devem profetizar. Nunca devem profetizar ao mesmo tempo para não afetar a ordem do culto. (1 Co 14.26-33) Toda profecia que contraria o ensino das Escrituras deve ser classificada como falsa, razão pela qual as profecias devem ser julgadas. (1 Co 14.26; 1 Jo 4.1)
 3.2 Variedade de línguas – As línguas estranhas como sinal são dirigidas a Deus são ilimitadas. O dom de variedades de línguas é dirigido à igreja e não é dado a todos que são batizados no Espírito Santo. Tudo depende da soberania, do propósito e da vontade do Espírito Santo. (1 Co 12.11) Tem que ser acompanhado de interpretação e é equivalente a uma profecia. O dom de interpretação não existe sozinho. Serve para explicar o que foi dito em línguas. Não é uma tradução lingüística, pois a linguagem não é lógica. Veja 1 Coríntios 14.
Observações:
1. Dons espirituais e fruto do Espírito Santo – Dons e Fruto ambos denotam a habitação do Espírito, mas os dois não são a mesma coisa, os propósitos diferentes. Os dons são serviços para serem prestados aos outros, enquanto que o fruto do Espírito Santos são traços característicos da pessoa de Cristo implantado no crente mediante a obediência à Palavra.
2. Dons espirituais e Talentos – Que diferença há entre um dom espiritual e um talento? Todos nós nascemos com certos talentos, ou seja, habilidades naturais para realizar muitas tarefas na igreja.  Um professor secular ao se converter pode se tornar “espiritual” e assim ganha a capacidade para ministrar para a igreja com o mesmo talento, mas os dons do Espírito Santo são sobrenaturais. Através dos dons espirituais o mundo há de reconhecer que Deus está no meio dela. Primeiramente Deus opera em nós o novo nascimento espiritual (que são evidenciados pelo fruto do Espírito que é a conversão) e através do batismo no Espírito Santo podemos receber os dons espirituais.
3. Manifestações – Conforme 1 Coríntios 12:7 o dom espiritual é uma “manifestação do Espírito.” Então eles são manifestados e não que tenhamos controle sobre eles, pois afinal o Espírito Santo é soberano. Para concluir, o exercício dos dons espirituais demonstra em suma, como o Espírito Santo é visto. Uma das maiores bênçãos que podemos desfrutar é quando os membros de uma igreja exercitam os dons uns para com os outros. Um dom espiritual não é apenas uma habilidade para servir, ele é um canal pelo qual o Espírito Santo ministra ao corpo. E fazendo parte da como igreja, como o corpo de Cristo, torna-se um grande privilégio Deus escolher ministrar ao Seu povo através de nós. É simplesmente incomparável.
“Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos.” (2 Timóteo 1.6)

sexta-feira, 20 de março de 2015

ESTUDO-01 VIDAS E RELACIONAMENTOS TRANSFORMADOS



ESTUDO-01 VIDAS E RELACIONAMENTOS TRANSFORMADOS

DATA._____/_____/_____                                                                                                                                         
 ESTUDO-01  
VIDAS TRANSFORMADAS, RELACIONAMENTOS TRANSFORMADOS.

Referência: Filemon 1-25

INTRODUÇÃO

Vida cristã é relacionamento. Esta carta é um manual de relacionamento. Trata de amor, perdão, restituição e reconciliação.

Vejamos o contexto e as circunstâncias em que esta carta foi escrita.

1.         Filemon era um homem rico, dono de escravos, convertido pelo ministério de Paulo (v. 19), que morava em Colossos. Ele era um homem que tinha uma vida espiritual exemplar: 1) Fé em Jesus (v. 5); 2) Amor para com todos os santos; 3) O coração dos santos era reanimado por seu intermédio (v. 7).

2.         Esta carta é enviada a Filemon, sua esposa Áfia e seu filho e pastor Arquipo, bem como a toda a igreja que se reunia na casa de Filemon (v. 2).

3.         Paulo estava preso em Roma. E por providência de Deus, o escravo que havia fugido da casa de Filemon e também havia roubado de Filemon (v. 18), foge para Roma e vai parar exatamente onde Paulo estava. E Paulo o levou a Cristo (v. 10).

4.         No Império Romano havia cerca de 60 milhões de escravos. Muitos deles eram oprimidos. Alguns escapavam roubando os seus senhores. Quando eram capturados, eram marcados com um (Fugitivo) na testa com ferro quente ou eram crucificados. Um escravo não tinha direitos. Não era uma pessoa, mas uma ferramenta viva. Valia de 500 a 50.000 denários.

5.         Quando Paulo levou Onésimo a Cristo, este passou a servi-lo, mas Paulo logo o envia de volta ao seu dono, rogando-o que o receba como se fosse o próprio Paulo, dispondo-se inclusive a pagar o que porventura Onézimo lhe devesse.

6.         Nesta carta aprendemos várias lições:

I. VOCÊ NUNCA É TÃO GRANDE COMO QUANDO VOCÊ É HUMILDE – V. 1,8,9,14,19

1.         Paulo não se apresenta como apóstolo, mas como prisioneiro de Cristo
          Quando vai interceder por um escravo, coloca-se no nível dele e em vez de usar sua autoridade de apóstolo, apresenta-se como o prisioneiro de Cristo (v. 1) e o velho (v. 9). Quando vai defender a causa de alguém que o mundo considerava apenas um objeto do seu dono, chama-o de “meu filho” (v. 10), “o meu próprio coração” (v. 12).
          Paulo compreende que as circunstâncias podem estar fora do nosso controle, mas não do controle de Deus: 1) Ele não se considera prisioneiro de Roma ou de César, mas de Cristo – É Cristo quem está no controle da sua vida. 2) A fuga de Onézimo estava fora do calendário de Filemon, mas não fora controle da agenda de Deus (v. 15,16).

2.         Paulo não usa sua autoridade de apóstolo para impor sua vontade a Filemon, mas solicita com amor
          Se Paulo não tivesse ganhado o coração de Filemon, Onézimo poderia ter tido uma recepção gelada. Paulo prefere apelar em nome do amor do que ordenar (v. 8,9).
          Muitas vezes podemos fechar portas em vez de abri-las quando exercemos uma autoridade autoritária, em vez de uma postura humilde.

II. VOCÊ NUNCA DEVE PERDER UMA OPORTUNIDADE PARA ELOGIAR SINCERAMENTE AS PESSOAS – V. 4-7

1.         Paulo destaca a vida fiel de Filemon tanto para com Deus como para com os irmãos – v. 4-5
          Paulo agradece a Deus em oração pelo relacionamento de Filemon com Jesus e com os irmãos. Qual foi a última vez que você agradeceu a Deus pela vida de uma pessoa e disse isso para ela? Às vezes, nós só falamos para os irmãos os seus pontos negativos, mas e o encorajamento?

2.         Paulo enaltece os efeitos do amor Filemon na vida das pessoas – v. 7
          Paulo não era daquilo tipo de crente que achava que é perigoso fazer elogios sinceros. Diga para as pessoas que elas são uma bênção. Diga para elas que você tem sido abençoado por intermédio da vida delas. Diga para elas que muitos são consolados por intermédio do ministério delas. A casa de Filemon era um oásis.
          Sua vida tem sido um refrigério para as pessoas que vivem ao seu redor. Quando as pessoas oram por você podem fazê-lo com alegria ou sempre com lágrimas?
          O amor cristão sempre abençoa as pessoas: 1) Gratidão pelo melhor dos outros – v. 4; 2) Procura o bem dos outros – v. 10. 3) Lida honestamente com os outros – v. 12; 4) Leva o fardo dos outros – v. 18; 5) Crê o melhor dos outros – v. 21.

III. VOCÊ NUNCA DEVE PERDER A OPORTUNIDADE DE SER UM PACIFICADOR – V. 8-16

          Paulo usou cinco fortes argumentos para apelar a Filemon, a fim de que recebesse com bom grado a Onézimo de volta. Paulo foi um intercessor, um mediador, um pacificador.
          Temos nós construídos pontes ou cavado abismos entre as pessoas?

1.         Ele começou com a reputação de Filemon como um homem que abençoava as pessoas – v. 8
          As palavras “pois bem” conectam-se com o fato de que Filemon era um homem que reanimava o coração dos santos. Agora, Paulo está lhe dando a oportunidade de refrigerar o seu próprio coração. Filemon tinha sido uma bênção para muitos crentes, agora deveria ser também para um escravo fugitivo que havia se convertido.

2.         Ele usou a linguagem do amor em vez de autoridade apostólica para sensibilizar Filemon – v. 9
          Paulo era apóstolo, era velho e ainda estava preso. Mas em vez de ordenar, pede, suplica. Há um ditado chinês que diz que “pegamos mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de fel”.

3. O terceiro apelo de Filemon foi a conversão de Onézimo – v. 10
          Onézimo era apenas um escravo ladrão e fugitivo, mas agora é filho na fé de Paulo e irmão na fé de Filemon. Em Cristo não há escravo nem livre (Gl 3:28). Isso não significa que quando uma pessoa é convertida que sua condição social muda ou que suas dívidas não devem mais ser pagas. Mas significa que Onézimo agora tem uma nova posição diante de Deus e diante do povo de Deus e Filemon tem que levar isso em consideração.
          A vida de Onézimo pode ser dividida em 5 partes: 1) Na Casa de Filemon – sua desonestidade; 2) Em Roma – Uma grande cidade de liberdades sem limites e muitas tentações; 3) Sob a influência da pregação de Paulo – Um ouvinte e um convertido; 4) Na prisão, como um ajudante de Paulo – Sua conversão se prova pelo fato de deixar as más companhias, servir a Paulo e estar pronto a voltar ao seu senhor; 5) Na casa do seu senhor novamente – Retorno, reconciliação e alegria.

4.         O quarto apelo era que Onézimo era útil para Paulo em seu ministério em Roma – v. 11-14
          O nome Onézimo significa ÚTIL e o nome Filemon (AFEIÇOADO OU AQUELE QUE É GENTIL). Se o escravo que se tornara inútil, agora é útil, não deveria o nome do patrão fazer jús também ao seu significado?
          Paulo poderia ter mantido Onézimo consigo em Roma, mas resolveu devolvê-lo ao seu senhor, como alguém útil.
          O evangelho transforma as pessoas: um inútil numa pessoa útil. Um escravo, num irmão; um ladrão em uma pessoa honesta; um fugitivo em alguém que volta para pedir perdão.

5.         O quinto apelo relata a providência divina – v. 15-16
          Como crentes devemos crer que Deus está no controle das situações e circunstâncias masi difíceis (Rm 8:28). A fuga de Onézimo não apanhou Deus de surpresa. Deus o levou a Paulo em Roma para salvá-lo e devolvê-lo como um irmão ao seu senhor.
          Onézimo foi para Roma como um escravo, mas voltou como um irmão.
          Paulo com esses argumentos encoraja Filemon a perdoar o seu escravo e a recebê-lo como a um irmão.

IV. VOCÊ NUNCA DEVE DESISTIR DE VER O PODER DO EVANGELHO PREVALECENDO NA VIDA DAS PESSOAS – V. 17-25

1.         Precisamos aprender que não existem pessoas mais importantes do que outras – v. 17
          Paulo, o apóstolo de Cristo roga a Filemon para receber o escravo convertido como se fosse ele mesmo. Isso quer dizer que não existe uma pessoa mais importante do que outra na igreja de Deus. Somos todos iguais. Somos todos companheiros de jornada. ILUSTRAÇÃO: Erlo Stegen ao receber algumas autoridades sul africanas ficou com vergonha dos zulus e fechou a janela para que as autoridades não vissem os negros e o Espírito lhe disse: Ao fechares a janela, ficarei do lado de fora.

2.         Precisamos aprender a nos identificar com as falhas das pessoas – v. 18-19
          Paulo pediu a Filemon para receber a Onézimo como ao seu próprio coração (v. 12). Paulo estava pronto a colocar a dívida de Onézimo em sua própria conta (v. 18,19). Isso é profunda identificação. Temos que ter compaixão pelos que erram. O Cristianismo transforma o pior escravo no melhor dos homens livres.
          Isso é uma ilustração do que Jesus fez por nós. Lutero disse que todos nós somos ONÉZIMOS. O povo de Deus foi tão identificado com Jesus que o Pai nos recebe como ao seu próprio Filho. Somos aceitos no Amado (Ef 2:6). Fomos vestidos em sua justiça (2 Co 5:21). A palavra “recebe-o” no verso 17 é receber dentro do círculo familiar. Imagine um escravo entrando dentro do círculo familiar do seu senhor. Imagine um pecador entrando na família de Deus!
          Paulo não sugere que Filemon ignore os crimes de Onézimo. Mas oferece-se para pagar sua dívida. A linguagem do v. 19 soa como uma nota promissória legal. Não bastou o amor de Deus para nos salvar. Ele salvou-nos por sua graça. E graça é amor que paga um preço! Ele pagou a nossa dívida. Isso é a doutrina da imputação. Cristo morreu na cruz e meus pecados foram lançados sobre ele. Quando eu confio nele, sua justiça é lançada sobre mim. Então, Deus me recebe como recebe ao seu Filho.

3.         Precisamos exercitar tanto a restituição como o perdão – v. 12, 17-20
          Uma pessoa convertida tem uma transformação no seu caráter. Ele deixa de ser caloteiro. Ele assume suas responsabilidades. Ele exercita a restituição. Paulo restitui Onézimo e está pronto a restituir o dinheiro que Onézimo roubou.
          Mas, embora Paulo esteja pronto a pagar a dívida, encoraja Filemon a perdoar. O perdão é a marca de um verdadeiro cristão. Perdoar é cancelar a dívida, é não cobrá-la mais. É deixar a outra pessoa livre.

4.         Precisamos aprender sobre o glorioso poder de Jesus para salvar
          Jesus apanha um escravo fugitivo e faz dele um homem livre, santo, salvo, útil. Não há caso perdido para Jesus. Não devemos desistir de pregar nem de esperar a transformação das pessoas. Jesus ainda continua transformando escravos em homens livres. O evangelho transforma um escravo em irmão.

5.         Precisamos compreender que uma pessoa convertida se torna uma pessoa útil nas mãos de Deus – 11
          Uma pessoa convertida precisa ser uma bênção. Ela tem uma transformação radical na vida. Ela não é mais a mesma. Suas palavras mudam. Sua conduta muda. Suas atitudes mudam. Antes um problema, agora uma bênção.
          Uma pessoa convertida é uma bênção permanente – v. 15

CONCLUSÃO

1.         Paulo termina a carta com uma saudação cheia de ensinos: 1) Quando se faz as coisas do jeito de Deus, os resultados sempre transcendem as expectativas – v. 21; 2) Tudo o que Deus faz, o faz através da intercessão do povo de Deus – v. 22; 3) Demas, amou o presente século e abandonou o apóstolo depois de um tempo de caminhada. Isso não significa perda da salvação, mas alerta que algumas pessoas podem estar envolvidas na obra sem serem da obra.

Rev. Hernandes Dias Lopes

ESTUDO-02 OS GRANDES PERIGOS DA VIDA CRISTÃ,



ESTUDO-02 OS GRANDES PERIGOS DA VIDA CRISTÃ,
                                                                                                                   
DATA._____/_____/_____
ESTUDO-02
OS GRANDES PERIGOS DA VIDA CRISTÃ

Referência: Colossenses 2.4-23

INTRODUÇÃO

1. O apóstolo Paulo nesse texto oferece-nos um retrato do verdadeiro crente e também alista quatro grandes perigos que a igreja enfrenta.
2.         Vejamos em primeiro lugar, as marcas de um verdadeiro crente:

I. AS MARCAS DO VERDADEIRO CRENTE – v. 4-7

1.         O genuíno crente é aquele que já recebeu a Cristo Jesus, o Senhor – v. 6
• A vida cristã começa quando recebemos a Cristo como Senhor de nossas vidas. Deixamos o pecado, o mundo, o eu e rendemo-nos ao Senhorio de Cristo. Ele passa a ser o centro e o dono de nossas vidas.
2.         O genuíno crente é aquele que segue os passos de Jesus – v. 6
• O verbo “andai” significa “andai continuamente nele”. Um falso cristão pode enganar por algum tempo. Demas abandonou a fé. Judas traiu o Mestre. Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo. O crente verdadeiro é aquele que anda em novidade de vida, anda no Espírito, anda como Cristo andou (1:10).
3.         O genuíno crente é aquele que está arraigado e edificado em Cristo – v. 7
• RADICADOS – Radicados é uma palavra da agricultura. O crente é como uma árvore e não como a palha que o vento dispersa. O crente não é como uma semente que os ventos de doutrina dispersa. As raízes são a fonte da vitalidade e da estabilidade da árvore.
• EDIFICADOS – Edificados é uma palavra da arquitetura. Está no presente contínuo. Quando nós cremos em Cristo lançamos o fundamento. Depois precisamos crescer em graça.
• CONFIRMADOS E INSTRUÍDOS – A palavra “instruído” sugere que a vida cristã é uma escola. É a Palavra de Deus que edifica e fortalece o cristão.
• CRESCENDO EM AÇÕES DE GRAÇAS – A palavra “crescendo” traz a idéia de um RIO. Quando cremos em Cristo uma fonte é aberta em nós (Jo 4:10-14). Depois isso transforma-se em um rio (Jo 7:37-39).

II. OS PERIGOS QUE O VERDADEIRO CRENTE ENFRENTA – v. 8-23

1.         O PERIGO DAS FALSAS FILOSOFIAS – v. 8-15

• Paulo alerta os crentes para os perigos das falsas filosofias, mormente o Gnosticismo. Os falsos mestres procuram os crentes em vez de ir buscar as pessoas no mundo. Crentes imaturos e analfabetos da Palavra são presas fáceis. A palavra “enredar é sequestrar”.
• Basicamente os falsos mestres estavam ensinando:
1) uma filosofia adicional ao Cristianismo;
2) um sistema de astrologia (stoiqueia = rudimentos do mundo = os espíritos elementares do mundo, especialmente os astros e planetas);
3) impondo a circuncisão aos cristãos;
4) estabelecendo regras e prescrições ascéticas;
 5) queriam induzir o culto aos anjos.
• Os gnósticos acreditavam que os anjos e os corpos celestes influenciavam a vida das pessoas. Hoje muitas pessoas são dependentes de horóscopo, mapas astrológicos.
• O ensino básico dos gnósticos não era negar Cristo, mas negar sua suficiência e supremacia. Eles olhavam para Cristo apenas como uma peça da engrenagem. Era Cristo mais o conhecimento. Paulo mostra: 1) Em Cristo reside toda a plenitude – v. 9; 2) Em Cristo nós estamos aperfeiçoados – v. 10.
          O apóstolo Paulo aborda quatro verdades sobre a obra completa de Cristo por nós e que não precisamos nada mais além de Cristo:

1.1.      Nós fomos circuncidados em Cristo – v. 11

• A circuncisão de Cristo é diferente da judaica. A circuncisão judaica era uma cirurgia externa; a de Cristo é no coração; a circuncisão judaica era apenas de uma parte do corpo; a de Cristo de todo o corpo; a circuncisão judaica era feita pelas mãos; a de Cristo feita não por mãos; a circuncisão judaica não podia ajudar as pessoas espiritualmente; a de Cristo capacita-nos a vencer o pecado.
• O que a lei não pode fazer, Jesus Cristo fez por nós. A nossa velha natureza não foi erradicada (1 Jo 1:5-2:6), mas agora, em Cristo, recebemos poder do pecado tem sido quebrado na medida que andamos com Cristo pelo poder do Espírito.

1.2.      Nós estamos vivos em Cristo – v. 12-13

• Paulo usa aqui a figura do batismo como nossa identificação com Cristo. Tudo que aconteceu com Cristo, aconteceu conosco: Quando Cristo morreu, nós morremos com ele. Quando Cristo foi sepultado, nós fomos sepultados com ele. Quando Cristo ressuscitou, nós ressuscitamos com ele e deixamos as roupas da velha vida na sepultura (Cl 3:1-14).
          A aplicação é prática: Desde que estamos identificados com Cristo e Crsito tem a plenitude de Deus, nada mais nos falta!

1.3.      Nós estamos livres da Lei em Cristo – v. 14

• Jesus não somente levou os nossos pecados sobre a cruz (1 Pe 2:24), mas ele também levou a lei sobre a cruz e a encravou na cruz. A lei que era contra nós, porque era impossível que nós cumpríssemos as demandas da lei.

1.4.      Nós somos vitoriosos em Cristo – v. 15

• Jesus não somente lidou com o pecado e com lei na cruz, mas também com Satanás. Jesus despojou os principados e potestades na cruz. Jesus expôs os demônios ao desprezo num espetáculo público. Jesus triunfou sobre os demônios na cruz.

2.         O PERIGO DO LEGALISMO – v. 16-17

• Paulo usa aqui o grande alerta. Em virtude de tudo aquilo que Cristo é e fez por nós, não devemos permitir que ninguém nos julgue pelas regras do legalismo. E Paulo nos dá três razões:

2.1.      A base da nossa liberdade – v. 16a
          A preposição “pois” nos ensina que a base da nossa liberdade é a pessoa e a obra de Jesus Cristo.

2.2.      A escravidão do legalismo – v. 16
• Pedro chamou o legalismo um jugo, uma canga no pescoço (At 15:10). “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar nem nós?”
• Paulo usou a mesma figura da escravidão: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5:1).
• Jesus deixou claro que comida em si mesmo é algo neutro. Não é o que entra pela boca, mas o que sai do coração (Mt 15:1-20). Paulo diz que “não é a comida que nos recomendará a Deus” (1 Co 8:8).
• O legalismo não só envolve dieta de comida, mas também dias sagrados. A igreja cristã não é prisioneira de calendários nem de dietas. O próprio sábado é uma sombra. A realidade é Cristo.

2.3.      A bênção da graça – v. 17
• A lei é sombra. Mas em Cristo nós temos a realidade, a substância. Por que retornar à sombra, quando nós temos a realidade em Cristo?
          O legalismo é popular porque você mede a sua espiritualidade e se orgulha disso. Mas o legalismo é um caldo mortífero.

3. O PERIGO DO MISTICISMO – v. 18-29

• O perigo aqui é o Misticismo, a crença que uma pessoa pode ter uma imediata experiência com o mundo espiritual, completamente à parte da Palavra de Deus e do Espírito Santo.
• Os falsos mestres em Colossos tinham visões e faziam contato com anjos. Assim, eles abriam-se a si mesmos para toda sorte de atividades demoníacas, porque Satanás é um especialista em se transfigurar até em anjo de luz para enganar as pessoas (2 Co 11:13-15).
• Os crentes não podem se envolver com cerimônias de misticismo, de rituais iniciáticos para se achegarem a Deus ou se desenvolverem moral ou espiritualmente. Temos tudo em Cristo. Tentar chegar a Deus através de qualquer experiência ou pessoa que não por meio de Cristo é falsa humildade. É orgulho, pois é abandonar as Escrituras para seguir outro caminho que não o de Deus.

4.         O PERIGO DO ASCETISMO – V. 20-23

• Paulo condenou as falsas filosofias, o legalismo, o misticismo e agora condena o ascetismo, a crença de que podemos crescer espiritualmente abstendo-nos de coisas, flagelando o nosso corpo e mortificando-nos fisicamente.
          No v. 21 Paulo sintetiza O ASCETISMO em três verbos: NÃO MANUSEIES, NÃO PROVES, NÃO TOQUES.
• Embora devemos ter cuidado com o nosso corpo como Templo do Espírito Santo, precisamos entender alguns perigos do ascetismo carnal:


4.1. A posição espiritual do cristão – v. 20
• Os rudimentos do mundo aqui são as regras sobre comidas. Como cristãos nós já morremos para tudo isso por causa da nossa união com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição. Embora nós estamos no mundo fisicamente, nós não estamos no mundo espiritualmente.

4.2. A futilidade das regras ascéticas – v. 21-22
          Essas regras em primeiro lugar não procedem de Deus, mas de homens.
• Deus nos dá todas as coisas para vivermos prazeirosamente (1 Tm 6:17). Todos os alimentos foram criados para serem recebidos com ações de graça (1 Tm 4:3). Mas as doutrinas de homens tentam substituir a Palavra de Deus (Mc 7:6-9). Jesus disse que a comida vai para o estômago e não para o coração (Mc 7:18). Paulo diz que não existe nenhuma coisa em si mesma impura (Rm 14:14). Comer ou não comer não nos faz mais ou menos espirituais.
          A comida será também destruída.

4.3. O engano do ascetismo – v. 23
• O ascetismo tem aparência de sabedoria e humildade, mas ele não tem nenhuma valor diante de Deus. Ele é um sacrifício inútil. Ele não tem valor espiritual nenhum. Ele é um engano.


CONCLUSÃO
• Neste capítulo Paulo defendeu a preeminência de Cristo e condenou os perigos do gnosticismo, do legalismo, do misticismo e do ascetismo.
          Paulo faz quatro críticas a esses ensinos heréticos:
1)         Tudo isso que eles supervalorizavam era apenas sombra da verdade; a verdade real está em Cristo – v. 17.
2)         Há algo assim como uma falsa humildade – v. 18,23
3)         Isso pode conduzir a um orgulho pecaminoso – v. 18,23
4)         Isso constitui num retrocesso para uma escravidão anticristã – v. 20
Rev. Hernandes Dias Lopes