ESTUDO-25 Onde é a Casa do Tesouro?
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ESTUDO-25
Onde é a Casa do Tesouro?
Quando se
trata da devolução do dízimo, a “casa do tesouro” [Mal. 3:10] é as Igreja mundial
ou a igreja local? Alguns creem que a casa do tesouro é a igreja local,
enquanto a igreja mundial como depositária dos dízimos e ofertas. Qual das duas
proposições é a bíblica? Infelizmente a Bíblia não oferece uma resposta clara.
Ao se rever a aplicação do princípio da casa do tesouro no tempo do antigo
Israel podemos avaliar melhor qual é o
tipo de prática que o Israel moderno deve seguir.
A Casa do Tesouro no Antigo Testamento
A mais antiga
referência sobre o assunto diz respeito à devolução do dízimo de Abraão ao sumo
sacerdote Melquisedeque. (Gên. 14:20) Neste caso, Abraão considerou que
Melquisedeque era a casa do tesouro. Antes da travessia do Rio Jordão, os
israelitas foram instruídos pelo Senhor a devolver todos os dízimos a Ele (Lev.
27:30, 32) e Ele daria aos filhos de Levi “todos os dízimos em Israel por
herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. (Núm.
18:21) Os próprios levitas também foram instruídos a dizimar (v. 28)”. Após a
conquista de Canaã, dado o fato de que os levitas não receberam “herança quando
a terra foi dividida entre as tribos, nem possuíam “renda própria” (Núm.
18:20), passaram a morar em áreas dispersas, geralmente em 48 cidades
especialmente designadas para eles. (Núm. 35:6) Logo após a travessia do
Jordão, os israelitas armaram o tabernáculo em Gilgal, e mais tarde em Siquém,
Siló, Nobe e Gibeom. Todos os homens israelitas eram convocados a se reunir em
um desses lugares para adorar pelo menos três vezes em festas anuais (Êxo. 23:
17) e eram instruídos a trazer ofertas consigo pois ninguém deveria se
apresentar de mãos vazias perante o Senhor (v. 15). Os sacrifícios poderiam ser
oferecidos somente nos locais designados por Deus. (Deut. 12:11) Os que
consideram a igreja local como casa do tesouro podem argumentar citando
Deuteronômio 14:22- 29. Tal posição é vista pelos eruditos judeus como o
“segundo dízimo” também concordo com tal
interpretação considerando que assim como havia muitos sábados cerimoniais mas
apenas um único Sábado santificado semanalmente, assim também havia outros
dízimos junto com o dízimo sagrado usado apenas para o sustento dos
levitas.
Período da monarquia
Nos primeiros anos
do seu reinado, Davi trouxe a arca sagrada para Jerusalém (II Sam. 6) e,
posteriormente, seu filho Salomão construiu um belo templo que se tornou um
local permanente para a recepção de dízimos e ofertas (I Reis 6). Com o passar
do tempo, a prática de devolver dízimos e ofertas às 48 cidades designadas aos
levitas foi interrompida. Parece que todos os israelitas passaram a devolver os
dízimos e as ofertas diretamente à tesouraria do templo. Observe a prática em
voga durante o reinado de Ezequias: “Além disso ordenou ao povo, moradores de
Jerusalém, que contribuísse com sua parte devida aos sacerdotes e levitas para
que pudessem dedicar-se à lei do Senhor. Logo que se divulgou essa ordem, os
filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho, do
azeite, do mel, e de todo produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram
em abundância. Os filhos de Israel e Judá que habitavam nas
cidades de Judá, também trouxeram dízimos das vacas e das
ovelhas, e dízimos das cousas que foram consagradas ao Senhor seu Deus; e
fizeram montões e montões. No terceiro mês começaram a fazer os primeiros
montões; e no sétimo mês acabaram. Vindo pois Ezequias e os príncipes, e vendo
aqueles montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel. Perguntou Ezequias
aos sacerdotes e aos levitas acerta daqueles montões. Então o sumo sacerdote
Azarias, da casa de Zadoque, lhe respondeu: desde que se começou a trazer à
casa do Senhor estas ofertas, temos comido e nós temos fartado delas, e ainda
há sobra em abundância; porque o Senhor abençoou ao seu povo, e esta grande
quantidade é o que sobra. Então ordenou Ezequias que se preparassem depósitos
na casa do Senhor. Uma vez preparados, recolheram neles fielmente as ofertas,
os dízimos e as cousas consagradas”. (II Crô. 31:4-12)
Esta passagem
sugere que depois da divisão das 12 tribos, as 48 cidades especialmente
designadas para servir de habitação aos levitas não mais funcionavam como
cidades durante o período dos juízes. Naquele momento, sob condições diferentes,
era mais oportuno devolver os dízimos e ofertas diretamente ao Templo em
Jerusalém.
Cativeiro pós-babilônico
Após o cativeiro
babilônico, sob a liderança reformatória de Neemias, o sistema de remessa e
devolução dos dízimos foi restaurado conforme a prática no passado. “O
sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os
dízimos e os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às
câmaras da casa do tesouro. Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os
filhos de Levi devem trazer ofertas do cereal, do vinho e do azeite”. (Ne.
10:38,39) “Ainda no mesmo dia se nomearam homens para as câmaras dos
tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos para ajuntarem nelas, das
cidades, as porções designadas pela lei para os sacerdotes e para os levitas;
pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali”.
(Ne. 12:44) Mais tarde, entre as duas gestões de Neemias como governador, as
pessoas caíram em apostasia e pararam de devolver o dízimo; por isso, Neemias
protestou contra os líderes e o povo por negligenciarem a casa de Deus (Ne.
13:11). Eles se arrependeram e reinstauraram o sistema do dízimo (verso 12).
Foi durante esse tempo que Deus, através do profeta Malaquias, convocou Seu povo
para uma reforma tanto no estilo de vida individual como corporativo. “Roubará
o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas”. (Mal. 3:8)
Naquele momento, sob condições diferentes, era mais oportuno devolver os
dízimos e ofertas diretamente ao Templo em Jerusalém
Então, segue-se a
ordem de Deus e a promessa: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós
bênção sem medida”.(v.10). Observe as palavras “casa do tesouro” e “minha
casa”, ambas referem-se ao mesmo lugar, Onde era então a casa do tesouro?
Obviamente no templo de Jerusalém.
A estocada das
palavras de Malaquias e a compreensão do povo a respeito delas era clara. Ambas
compreendiam a palavra “casa do tesouro” como uma referência ao santuário, o
Templo em Jerusalém. Pode haver alguma validade no argumento de que a remessa
local dos dízimos aos levitas ocorria em pequenas vilas e cidades em
determinadas épocas no passado; contudo, no tempo de Neemias e Malaquias,
compreendia-se inequivocamente que o texto de Malaquias referia-se ao Templo em
Jerusalém como a casa do tesouro.
A prática do Novo Testamento
Apenas 11 passagens
no Novo Testamento referem-se ao dízimo e nenhuma delas contém alguma
informação sobre a casa do tesouro. Assim, não temos dados suficientes para
afirmar como os crentes desse período praticavam o princípio da “casa do
tesouro”.
O Novo Testamento
nos afirma, de fato, que Paulo coletava fundos de algumas congregações para
auxiliar os crentes pobres em Jerusalém que passavam fome (II Cor. 8:19). Afora
alguns poucos exemplos sobre ofertas, não há informações sobre a coleta do
dízimo e desse modo, o que nos resta é confiar no Antigo Testamento para
compreender o significado de “casa do tesouro” e sua utilização.
Conclusão
Nossa discussão
leva-nos às seguintes conclusões:
1. A Bíblia ensina
que o dízimo deve ser devolvido à casa do tesouro.
2. A prática de
remessa do dízimo sempre envolvia ou a casa do tesouro do tabernáculo ou a casa
do tesouro do Templo em Jerusalém.
3. No Antigo
Testamento a localização da casa do tesouro nem sempre era permanente, porque o
tabernáculo movia-se de um lugar para o outro até se estabelecer
permanentemente em Jerusalém.
4. A Comunidade Pentecostal Cristo para as
Nações endente que: “casa do tesouro” é a igreja local onde congregamos.
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