sexta-feira, 20 de março de 2015

ESTUDO-19 O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS



ESTUDO-19 O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS

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 ESTUDO-19

O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS
O MÉTODO BÍBLICO DE BATALHA ESPIRITUAL

   Como se deve guerrear contra o inimigo?
   Quais são as armas disponíveis?
   As Escrituras nos dão o método de combate que deve ser seguido se quisermos ter, realmente, vitória contra as força demoníacas.

 A seguir veremos as armas de ataque que estão à nossa disposição.

I — AS ARMAS DE ATAQUE
 
1 — A Pregação do Evangelho

   Eis uma arma eficaz contra o inimigo: a pregação da verdade!
   “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10:13-17)

 Diante desta maravilhosa declaração do apóstolo Paulo, pode-se chegar à conclusão que a pregação do Evangelho é poderosa, por si só, para salvar o perdido. A fé vem pela pregação da Palavra de Deus e não através de “orações de guerra”.
 
Champlin comenta sobre este texto da seguinte forma:
   “O propósito da pregação cristã é o de despertar a fé nos homens, dirigindo-lhes a alma para o seu destino apropriado. Paulo reitera aqui a mensagem constante nos versículos catorze e quinze, mostrando que a pregação com que os missionários da cruz obtinham convertidos, e que precisava ser ouvida para que pudesse haver fé, é a mensagem de Cristo.”
(R. N. Champlin — O NOVO TESTAMENTO INTREPRETADO, VERSÍCULO POR VERSÍCULO, pág. 780)
 
Está escrito:
   “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)
   É a verdade de Deus, Cristo, que liberta!
   Não é ordenando a demônios que liberem as pessoas: este poder quem tem é o evangelho e é exatamente por isso que devemos comunicá-lo!

  Jesus não comissionou seus discípulos a “amarrar” demônios nas regiões celestiais, mas comissionou-os a pregar o Evangelho:
   “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)
   “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28:19)
   O apóstolo Paulo, quando se converteu, foi logo pregar o evangelho na sinagoga (Atos 9:20); em suas viagens missionárias pregava o evangelho (Romanos 15:18-20); exortou ao seu filho na fé, Timóteo, que pregasse a Palavra (2 Timóteo 4:2); e, no final de sua carreira, quando estava preso, ainda pregava o evangelho (Atos 28:31).

 Jesus Cristo e o apóstolo Paulo enfatizaram a pregação do evangelho como arma para converter os incrédulos.
   Se “amarrar” e “destituir” principados e potestades antes de anunciar a Cristo fosse tão importante, porque Jesus e Paulo não nos chama atenção para um fator tão importante?

   Sobre isto Ricardo Gondim comenta:
   “O triunfo dos cristãos na batalha espiritual acontece muito mais como o resultado da proclamação da verdade que confrontos de poderes. O poder por si só não pode libertar os cativos. A verdade liberta.”
(Ricardo Gondim — OS SANTOS EM GUERRA, pág. 174)

  O evangelho de Cristo é, em si mesmo, poderoso para a salvação daqueles que creem.
   É claro que pode-se variar nos métodos de comunicação deste; no entanto, não se pode fiar nestes métodos para a salvação do perdido.

2 — Intercessão

   A palavra “intercessão” vem do latim — “intercedere” — e significa “ficar entre”.
   No caso da oração é aplicada ao ato da petição, súplica a Deus por algo ou alguém.
 
Paulo, em sua carta a Timóteo, reconhece o valor da súplica em parceria da pregação do evangelho para a salvação:
   “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2:1-4)
 
É necessário observar-se que a forma de oração que Paulo exorta para que se faça é: súplica, intercessão e ação de graça.
   Quando se olha para a oração que Paulo exorta a ser feita, pode-se denominá-la de “oração evangelística”: esta é a oração — constituída por súplicas, intercessões e ações de graça — feita por todos homens, com o propósito de viver-se tranquilamente e salvar aqueles que estão perdidos.

 A intercessão é uma arma para lutar contra o diabo pelas vidas que estão perdidas.

 O apóstolo Paulo ainda fala sobre o valor da oração:
   “E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho.” (Efésios 6:19)

 Percebemos que, quando se observa os modelos de oração nas Escrituras, palavras do tipo “suplicar”, “rogar”, “segundo a tua vontade”… são comuns e significativamente repetitivas.
   Elas têm grande significado para o cristão: nelas encontra-se intrínseca a confiança em Deus para todas as ocasiões da vida, inclusive para o dever de evangelização.

 O evangelismo deve ser recheado pela oração, assim como fez Jesus (Marcos 1:35) e os apóstolos (Atos 4:31); mas esta oração, para ser eficaz, deve ser feita a Deus, o Pai da luzes, e não ao diabo!

 II — AS ARMAS DE DEFESA

   Quando o cristão vale-se das armas de ataque, bíblicas, para saquear o território do inimigo, é lógico que este irá reagir.
   E quando isto acontecer… o que fazer?
 
Ao descrever a armas espirituais do crente, Paulo diz o propósito:
   “… para que possais resistir no dia mau.” (Efésios 6:13b)
 
Este vocábulo, “resistir”, é um verbo — do grego,  αντιστηναι — que exprime a ideia de opor-se, defender-se, fazer face a, colocar-se contra, permanecer firme.

 A ideia que expressa por este vocábulo é a de não retroceder diante dos ataques do inimigo, para não lhe conceder nenhuma vantagem ou vitória.
   Ele aparece, também, em passagens como Tiago 4:7 e 1 Pedro 5:9.

 A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer face ao diabo?
   Em Efésios 6:14-17, Paulo passa a dizer que o crente deve resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus.

1 — A Armadura de Deus
 
Quando Paulo cita a armadura, ele tinha em mente o soldado romano, preparado para a guerra: ele usa esta figura para exemplificar a luta do crente e como este pode vencer.
   A metáfora denota o revestimento do Senhor Jesus que o crente deve ter: todas as partes da armadura são pertencentes ao caráter de Cristo e são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo.
 
Alguns “vestem” a armadura ao proferir algumas orações, como algo místico de eficácia instantânea… no entanto, não creio que essa fosse a intenção que Paulo tinha em mente.
   É certo que o apóstolo, quando advertia os crentes a vestirem a armadura de Deus, estava pensando no revestir-se da natureza moral de Cristo; revestir-se do próprio Cristo.
   Portanto, essa é a arma que Deus nos oferece para resistir no dia mau.
   A seguir, veremos as armas de defesa que as Escrituras nos oferecem:

2— A Verdade

 O cinto, ou cinturão, era posto em torno da cintura, usado com a finalidade de apertar a armadura em volta do corpo e sustentar a adaga e a espada.

 Esta verdade poderia, muito bem, significar a verdade moral — o oposto da mentira — o que seria lógico, pois satanás é o pai da mentira!
   No entanto, é certo que o significado desta verdade, exposta por Paulo, vai muito além do significado de verdade ética: considera-se que esta verdade é a verdade de Deus, ou seja, a verdade cristã — o conjunto das doutrinas cristãs — que é o que sustenta tudo o mais (conforme o mesmo uso da palavra denota em Efésios 4:15).
 
3— A Justiça

 A couraça era uma peça da armadura romana que constituía-se em duas partes: a primeira, cobria a região do tórax, e a outra parte cobria a região das costas. Esta peça, tinha a finalidade de proteger as regiões vitais do corpo.
   Paulo, ao usar esta peça como metáfora, para exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em Romanos 8 ele comenta que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem o justifica.

 Isso quer dizer que:

1-Não podemos confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o inimigo, mas confiar na justiça que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por isso, é que nada, nem anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus;

2-Quando somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da santificação; uma obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de forma gradual, o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo — Paulo aplica este termo, desta forma, em Efésios 4:24 e 5:9.
 
4 — O Evangelho da Paz
 
A sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita de couro e possuía vários cravos, formando uma camada espessa.
   Esta peça tinha a finalidade de proteger os pés do soldado onde quer que ele fosse.
 
Para esta peça, são usadas algumas interpretações, como a que diz que Paulo está se referindo ao evangelismo.
   No entanto, é preferível a interpretação de que Paulo se refere à paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo, que o Evangelho proporciona: esta paz é a tranquilidade mental e emocional — oriunda da consciência da plena aceitação da parte de Deus — que o crente tem por onde vai, e em toda e qualquer situação.

 5— A Fé

 O escudo, usado como ilustração pelo apóstolo, era grande o bastante para proteger o corpo inteiro do soldado: era formado de duas partes de madeira, recobertas de lona e, depois, de couro.

 Aqui, o apóstolo Paulo, refere-se a fé salvífica — de acordo com o contexto de Efésios 1:15, 2:8; 3:12 — que produz entrega total da alma do crente a Cristo.
   É a crença que Cristo, como Senhor, domina, controla e dirige todos os aspectos da vida do crente.
   Esta fé tem a eficácia de anular os dardos inflamados o maligno.
 
6— Salvação

 O capacete, usado por Paulo para exemplificar a salvação, era formado de couro grosso ou metal, sendo usado para proteger o soldado dos possíveis golpes de espada proferidos contra sua cabeça.

 A salvação do crente — recebida pela graça divina mediante a fé — é o que o livra dos ataques aterradores do diabo: é uma proteção divina para o guerreiro que é crente.
   Quando a pessoa é salva da morte e do pecado através de Cristo, ela está escondida em Cristo e o diabo não a toca.
 
É interessante notar que todas as demais peças da armadura eram vestidas pelo guerreiro, mas o escudo era recebido: o seu escudeiro colocava nele!
   Isso denota a graciosidade da salvação, que é pela graça e, por isso, de graça!
 
7— A Palavra de Deus
 
Poder-se-ia pensar que a espada é uma arma de ataque — e realmente o é — no entanto, ela, também, pode ser usada como defesa… e o contexto do texto de Efésios nos dá o subsídio necessário para pensar que, aqui, ela é usada para defesa.

 O que Paulo queria dizer usando a espada como ilustração?
 Certamente ele estava falando da atuação do Espírito na vida do crente, de tal forma, que torna a Palavra de Deus uma força viva na vida diária, a torna eficaz em nós e torna vigoroso o uso que fazemos dela.

 Assim como a espada é morta quando não manuseada, assim é a Palavra sem o atuar do Espírito na vida de quem a lê: a Palavra de Deus, respaldada pelo Espírito Santo, dá vida e é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, sendo apta até mesmo para discernir as intenções do coração (veja Hebreus 4:12).
 
Alguns interpretam este texto como se dissesse para usar a declaração de versículos contra o diabo… no entanto, o diabo não corre da mera declaração de versículos, mas, sim, da eficácia que a operação das Escrituras, através do Espírito Santo, obtém na vida do crente.

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