quinta-feira, 29 de agosto de 2013

COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES











INICIO DE ATIVIDADES EM 18/07/2013

OBREIRO DA COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

PASTOR CELSO SOARES NETO E ESPOSA VALERIA DE SOUZA SOARES


EU E MEU GRANDE AMOR( MISSIONARIA VALERIA)

MINHA FILHA LETICIA

MEUS LINDO FILHO EMANUEL E TIAGO

PRESBITERO LEONARDO SOLANO FAZENDO PROPOSITO DE CARECA

TEMPLO DA COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES UMA IGREJA EM AVIVAMENTO

MEGA INAUGURAÇÃO DA COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

Foto

GRANDE CAMPANHA O CORREDOR DOS MILAGRES COM O TAPETE DE FOGO

Foto: Nesta Quarta-feira - PREPARAÇÃO
CORREDOR DOS MILAGRES COM TAPETE DE FOGO
Aqui na Comunidade Pentecostal Cristo Para as Nações.

TEMPLO DA COMUNIDADE CRISTO PARA AS NAÇÕES

ABENÇOADA CAMPANHA A BOTIJA DOS MILAGRES

Foto: Hoje é o inicio desta abençoada campanha.
Comun Pent Cristo Nações
Rua Olimpo Garcia 934 Antiga Norte sul, Galpão em cima da academia Mamute, entre Av José Faria da Rocha, e João Gomes.
Contato.3911.6842 Igreja. 8617.8267 Pr. Celso Op OI

EVANGELISMO DOS JOVENS DA COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

Foto: EVANGELISMO ONTEM FOI TREMENDO, NO SINAL DO BIG SHOPPING

COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

PASTOR CELSO SOARES NETO, PRESIDENTE DA COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

PASTOR CELSO SOARES NETO, PASTOR PRESIDENTE DA COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES

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COMUNIDADE PENTECOSTAL CRISTO PARA AS NAÇÕES


ESTUDO-25 Onde é a Casa do Tesouro?

ESTUDO-25 Onde é a Casa do Tesouro?

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ESTUDO-25

Onde é a Casa do Tesouro?

 Quando se trata da devolução do dízimo, a “casa do tesouro” [Mal. 3:10] é as Igreja mundial ou a igreja local? Alguns creem que a casa do tesouro é a igreja local, enquanto a igreja mundial como depositária dos dízimos e ofertas. Qual das duas proposições é a bíblica? Infelizmente a Bíblia não oferece uma resposta clara. Ao se rever a aplicação do princípio da casa do tesouro no tempo do antigo Israel podemos  avaliar melhor qual é o tipo de prática que o Israel moderno deve seguir.
 A Casa do Tesouro no Antigo Testamento
 A mais antiga referência sobre o assunto diz respeito à devolução do dízimo de Abraão ao sumo sacerdote Melquisedeque. (Gên. 14:20) Neste caso, Abraão considerou que Melquisedeque era a casa do tesouro. Antes da travessia do Rio Jordão, os israelitas foram instruídos pelo Senhor a devolver todos os dízimos a Ele (Lev. 27:30, 32) e Ele daria aos filhos de Levi “todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. (Núm. 18:21) Os próprios levitas também foram instruídos a dizimar (v. 28)”. Após a conquista de Canaã, dado o fato de que os levitas não receberam “herança quando a terra foi dividida entre as tribos, nem possuíam “renda própria” (Núm. 18:20), passaram a morar em áreas dispersas, geralmente em 48 cidades especialmente designadas para eles. (Núm. 35:6) Logo após a travessia do Jordão, os israelitas armaram o tabernáculo em Gilgal, e mais tarde em Siquém, Siló, Nobe e Gibeom. Todos os homens israelitas eram convocados a se reunir em um desses lugares para adorar pelo menos três vezes em festas anuais (Êxo. 23: 17) e eram instruídos a trazer ofertas consigo pois ninguém deveria se apresentar de mãos vazias perante o Senhor (v. 15). Os sacrifícios poderiam ser oferecidos somente nos locais designados por Deus. (Deut. 12:11) Os que consideram a igreja local como casa do tesouro podem argumentar citando Deuteronômio 14:22- 29. Tal posição é vista pelos eruditos judeus como o “segundo dízimo” também  concordo com tal interpretação considerando que assim como havia muitos sábados cerimoniais mas apenas um único Sábado santificado semanalmente, assim também havia outros dízimos junto com o dízimo sagrado usado apenas para o sustento dos levitas. 
Período da monarquia
Nos primeiros anos do seu reinado, Davi trouxe a arca sagrada para Jerusalém (II Sam. 6) e, posteriormente, seu filho Salomão construiu um belo templo que se tornou um local permanente para a recepção de dízimos e ofertas (I Reis 6). Com o passar do tempo, a prática de devolver dízimos e ofertas às 48 cidades designadas aos levitas foi interrompida. Parece que todos os israelitas passaram a devolver os dízimos e as ofertas diretamente à tesouraria do templo. Observe a prática em voga durante o reinado de Ezequias: “Além disso ordenou ao povo, moradores de Jerusalém, que contribuísse com sua parte devida aos sacerdotes e levitas para que pudessem dedicar-se à lei do Senhor. Logo que se divulgou essa ordem, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho, do azeite, do mel, e de todo produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância. Os filhos de Israel e Judá que habitavam nas cidades de Judá, também trouxeram dízimos das vacas e das ovelhas, e dízimos das cousas que foram consagradas ao Senhor seu Deus; e fizeram montões e montões. No terceiro mês começaram a fazer os primeiros montões; e no sétimo mês acabaram. Vindo pois Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel. Perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerta daqueles montões. Então o sumo sacerdote Azarias, da casa de Zadoque, lhe respondeu: desde que se começou a trazer à casa do Senhor estas ofertas, temos comido e nós temos fartado delas, e ainda há sobra em abundância; porque o Senhor abençoou ao seu povo, e esta grande quantidade é o que sobra. Então ordenou Ezequias que se preparassem depósitos na casa do Senhor. Uma vez preparados, recolheram neles fielmente as ofertas, os dízimos e as cousas consagradas”. (II Crô. 31:4-12)
Esta passagem sugere que depois da divisão das 12 tribos, as 48 cidades especialmente designadas para servir de habitação aos levitas não mais funcionavam como cidades durante o período dos juízes. Naquele momento, sob condições diferentes, era mais oportuno devolver os dízimos e ofertas diretamente ao Templo em Jerusalém.
Cativeiro pós-babilônico 
Após o cativeiro babilônico, sob a liderança reformatória de Neemias, o sistema de remessa e devolução dos dízimos foi restaurado conforme a prática no passado. “O sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos e os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro. Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas do cereal, do vinho e do azeite”. (Ne. 10:38,39)  “Ainda no mesmo dia se nomearam homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos para ajuntarem nelas, das cidades, as porções designadas pela lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali”. (Ne. 12:44) Mais tarde, entre as duas gestões de Neemias como governador, as pessoas caíram em apostasia e pararam de devolver o dízimo; por isso, Neemias protestou contra os líderes e o povo por negligenciarem a casa de Deus (Ne. 13:11). Eles se arrependeram e reinstauraram o sistema do dízimo (verso 12). Foi durante esse tempo que Deus, através do profeta Malaquias, convocou Seu povo para uma reforma tanto no estilo de vida individual como corporativo. “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas”. (Mal. 3:8)
Naquele momento, sob condições diferentes, era mais oportuno devolver os dízimos e ofertas diretamente ao Templo em Jerusalém 
Então, segue-se a ordem de Deus e a promessa: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida”.(v.10). Observe as palavras “casa do tesouro” e “minha casa”, ambas referem-se ao mesmo lugar, Onde era então a casa do tesouro? Obviamente no templo de Jerusalém.
A estocada das palavras de Malaquias e a compreensão do povo a respeito delas era clara. Ambas compreendiam a palavra “casa do tesouro” como uma referência ao santuário, o Templo em Jerusalém. Pode haver alguma validade no argumento de que a remessa local dos dízimos aos levitas ocorria em pequenas vilas e cidades em determinadas épocas no passado; contudo, no tempo de Neemias e Malaquias, compreendia-se inequivocamente que o texto de Malaquias referia-se ao Templo em Jerusalém como a casa do tesouro.
A prática do Novo Testamento 
Apenas 11 passagens no Novo Testamento referem-se ao dízimo e nenhuma delas contém alguma informação sobre a casa do tesouro. Assim, não temos dados suficientes para afirmar como os crentes desse período praticavam o princípio da “casa do tesouro”.
O Novo Testamento nos afirma, de fato, que Paulo coletava fundos de algumas congregações para auxiliar os crentes pobres em Jerusalém que passavam fome (II Cor. 8:19). Afora alguns poucos exemplos sobre ofertas, não há informações sobre a coleta do dízimo e desse modo, o que nos resta é confiar no Antigo Testamento para compreender o significado de “casa do tesouro” e sua utilização.

Conclusão 
Nossa discussão leva-nos às seguintes conclusões:
1. A Bíblia ensina que o dízimo deve ser devolvido à casa do tesouro.
2. A prática de remessa do dízimo sempre envolvia ou a casa do tesouro do tabernáculo ou a casa do tesouro do Templo em Jerusalém.
3. No Antigo Testamento a localização da casa do tesouro nem sempre era permanente, porque o tabernáculo movia-se de um lugar para o outro até se estabelecer permanentemente em Jerusalém.

4.  A Comunidade Pentecostal Cristo para as Nações endente que: “casa do tesouro” é a igreja local onde congregamos.

ESTUDO-24 DIFERENTES REAÇÕES A JESUS

ESTUDO-24 DIFERENTES REAÇÕES A JESUS

DATA._____/_____/______

ESTUDO-24

DIFERENTES REAÇÕES A JESUS.

REFERENCIA MARCOS 14:1-31

INTRODUÇÃO

Jesus está vivendo sua última semana em Jerusalém. Esta semana é a culminação de todo o seu ministério e a concretização do projeto eterno de Deus. Ele veio para esse fim.

Diferentes reações a Jesus são vistas nesta semana: as autoridades religiosas querem matá-lo, enquanto o povo simpatizava-se com ele; uma mulher anônima demonstra seu amor a ele, enquanto Judas o trai e Pedro é advertido sobre sua arrogante autoconfiança. Desta maneira Marcos confronta o leitor com a necessidade de tomar uma posição; ninguém pode ficar neutro diante de Jesus.[1]

O texto aborda vários aspectos apontando para o fato de que Jesus já está vivendo à sombra da cruz.


I. UM PLANO FRUSTRADO

1. O cenário já estava pronto – (14.1)

A entrada triunfal de Jesus a Jerusalém deu-se no período de maior fluxo de gente na cidade santa, a festa da Páscoa. Nesse tempo o povo judeu celebrava a sua libertação do Egito. A festa girava em torno do cordeiro que devia ser morto bem como dos pães asmos que relembravam os sofrimentos do êxodo. Jesus escolhe esta festa para morrer. Ele veio por amor, voluntário como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. William Hendriksen diz que o dia em que acontecia o sacrifício do cordeiro era seguido pela festa dos Pães Asmos, que se prolongava por sete dias de celebração. A ligação entre a ceia da Páscoa e a Festa dos Pães Asmos é tão grande, que o termo “páscoa”, algumas vezes, cobre ambas (Lc 22.1).[2] Dewey Mulholland diz que no tempo de Jesus, a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos tinham sido reunidas numa única “Festa da Páscoa” com a duração de sete dias.[3]

Jesus queria morrer no dia da Páscoa. Adolf Pohl diz que a relação da morte de Jesus com a Páscoa faz parte evidente dos pensamentos de Deus, e assim, das suas disposições. Por isso Paulo pôde escrever mais tarde: “Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7).[4]

2. A conspiração já estava armada – (14.1)

Os principais sacerdotes e os escribas estavam mancomunados para prenderem e matarem Jesus. Esse plano não era novo. Ele já vinha de certo tempo (3.6; 12.7; Jo 5.18; 7.1,19,25; 8.37,40; 11.53). Eles já tinham escolhido a forma de fazê-lo, à traição. Mas eles aguardavam uma ocasião oportuna para o matarem e decidiram que deveria ser depois da festa. Isto não porque tivessem escrúpulos, mas porque temiam o povo.

William Hendriksen diz que quando a corrupção invade a Igreja, o processo, normalmente, começa no topo. Nenhuma política é tão suja quanto a eclesiástica.[5]

3. O plano de Deus já estava determinado – (14.2)

Os líderes religiosos de Israel decidiram que Jesus seria morto depois da Páscoa, mas Deus já havia determinado que seria durante a Páscoa, na época em que a cidade estava mais apinhada de gente. As coisas não aconteceram como haviam planejado. “Não durante a festa”, diziam os conspiradores. “Na festa”, disse o Todo-poderoso. Este era o decreto divino, diz William Hendriksen.[6]


II. UM AMOR DEMONSTRADO – (14.3-9)

1. Maria deu o seu melhor – (14.3)

Nem Marcos nem Mateus nos informam o nome da mulher que ungiu Jesus, mas João nos conta que ela era Maria de Betânia, a irmã de Marta e Lázaro (Jo 12.1-3). Jesus estava em casa de Simão, o leproso na cidade de Betânia, participando de um jantar. Esse jantar possivelmente foi motivado pela gratidão de Simão e Maria. Esta, num gesto pródigo de gratidão e amor quebrou um vaso de alabastro e derramou o preciosíssimo perfume de nardo puro sobre a cabeça de Jesus. O perfume havia sido extraído do puro nardo, isto é, das folhas secas de uma planta natural do Himalaia.[7]

Maria aparece apenas três vezes nos evangelhos e em todas as ocasiões estava aos pés de Jesus para aprender (Lc 10.39), para chorar (Jo 11.32,33) e para agradecer (Jo 12.1-3).

2. Maria deu sacrificialmente – (14.4,5)

Aquele perfume foi avaliado por Judas em trezentos denários (Jo 12.5). Representava o salário de um ano de trabalho. Judas e os demais discípulos ficaram indignados com Maria e considerando seu gesto um desperdício. Eles culparam Maria de ser perdulária e de administrar mal os recursos. Eles murmuraram contra ela, dizendo que aquele alto valor deveria ser dado aos pobres. Warren Wiersbe diz que Judas criticou Maria por desperdiçar dinheiro, mas ele desperdiçou sua própria vida.[8]

O que Maria fez foi único em criatividade, régio em sua generosidade e maravilhoso em sua intemporalidade, diz William Hendriksen.[9]

3. Maria buscou agradar só ao Senhor – (14.3-7)

Maria demonstrou seu amor a Jesus de forma sincera e não ficou preocupada com a opinião das pessoas à sua volta. Ela não buscou aprovação ou aplauso das pessoas nem recuou diante das suas críticas. O amor é extravagante, ele sempre excede!

A devoção de Maria se destaca em vivo contraste com a malignidade dos principais sacerdotes e a vil traição de Judas.[10]

4. Maria demonstrou amor em tempo oportuno – (14.7,8)

Maria demonstrou seu amor generoso a Jesus antes da sua morte e antecipou-se a ungi-lo para a sepultura (14.8). As outras mulheres também foram ungir o corpo de Jesus, mas quando elas chegaram lá, ele já não estava mais lá, pois havia ressuscitado (16.1-6). Muitas vezes demonstramos o nosso amor como Davi a Absalão, tarde demais. Muitas vezes enviamos flores depois que a pessoa morre, quando já não pode mais sentir seu aroma.

5. Maria foi elogiada pelo Senhor – (14.6,9)

Jesus chamou o ato de Maria de boa ação (14.6) e disse que seu gesto deveria ser contado no mundo inteiro para que sua memória não fosse apagada (14.9). William Barclay comenta esse episódio assim,

Jesus disse que o que a mulher havia feito era bom. No grego há duas palavras para diferentes para definir bom. A primeira é agathos que descreve uma coisa moralmente boa. A segunda é kalos que descreve algo que não só é bom, mas também formoso. Uma coisa pode ser agathos e ainda ser dura, austera e sem atrativo. Mas uma coisa que é kalos é atrativa e bela, com certo aspecto de encanto.[11]

III. UM TRAIDOR APONTADO – (14.10,11,17-21)

1. Judas, o entreguista – (14.10)

Judas Iscariotes era um dos doze. Foi amado por Jesus, andou com Jesus, ouviu Jesus, viu os milagres de Jesus, mas perdeu a maior oportunidade da sua vida. Sabendo da trama dos principais sacerdotes em prender e matar Jesus, o entregou.

2. Judas, o avarento – (14.11)

O evangelista Mateus aponta a motivação de Judas em procurar os principais sacerdotes: “Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata” (Mt 26.15). A motivação de Judas em entregar Jesus era o amor ao dinheiro. Ele era ladrão (Jo 12.6). Seu deus era o dinheiro. Ele vendeu sua alma, seu ministério, suas convicções, sua lealdade. Tornou-se um traidor. Adolf Pohl diz que a recompensa pela traição representou somente um décimo do valor do óleo da unção usado por Maria para ungir Jesus.[12] O dinheiro recebido por Judas era o preço de um escravo ferido por um boi (Ex 21.32). Por essa insignificante soma de dinheiro, Judas traiu o seu Mestre!

3. Judas, o dissimulado – (14.17,18)

Jesus vai com seus discípulos para o cenáculo, para comer a Páscoa. E Judas está entre eles. No Cenáculo Jesus demonstrou seu amor por Judas, lavando-lhe os pés (Jo 13.5), mesmo sabendo que o diabo já tinha posto no coração de Judas o propósito de traí-lo (Jo 13.2). Judas não se quebranta nem se arrepende, ao contrário, finge ter plena comunhão com Cristo, ao comer com ele (14.18). Nesse momento o próprio Satanás entra em Judas (Jo 13.27) e ele sai da mesa para unir-se aos inimigos de Cristo e entregar Cristo a eles. William Hendriksen diz que o que causou a ruína de Judas foi sua indisposição de orar pela renovação da sua vida. A sua destruição deveu-se à sua impenitência.[13]

Jesus já havia dito que seria traído (9.31; 10.33), mas agora declara especificamente que será traído por um amigo. O traidor não é nomeado; pelo contrário, a ênfase está na participação dele na comunhão como um dos doze. Toda comunhão à mesa é, para o oriental, concessão de paz, fraternidade e confiança. Comunhão à mesa é comunhão de vida. A comunhão à mesa com Jesus tinha o significado de salvação e comunhão com o próprio Deus.[14] Abalados e entristecidos com isso, os discípulos estão confusos. Cada um preocupa-se com a acusação como se fosse contra si. Um a um perguntam: “Porventura sou eu?” (14.19). Sua autoconfiança fora abalada.[15]

4. Judas, o advertido – (14.20,21)

Judas trai a Jesus à surdina, na calada da noite, mas Jesus o desmascara na mesa da comunhão. Jesus acentua sua ingratidão, de estar traindo seu Senhor e seu hóspede. Jesus declara que ele sofrerá severa penalidade por atitude tão hostil ao seu amor: “… ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!” (14.20,21).

Mulholland diz que o traidor participa cumprindo o plano de Deus. Ele o faz por livre vontade, não como um robô. A soberania divina não diminui a responsabilidade humana.[16] Somos responsáveis pelos nossos próprios pecados. William Barclay ilustra esse fato,

A lenda grega conta de dois famosos viajantes que passaram pelas rochas aonde cantavam as sereias. Essas se sentavam nas rochas e cantavam com tal doçura que atraíam irresistivelmente os marinheiros para sua ruína. Ulisses navegou a salvo frente a essas rochas. Seu método foi tapar os ouvidos dos marinheiros para que não pudessem ouvir, e ordenou que o atassem firmemente com cordas no mastro do navio a fim de que em hipótese algum pudesse desvencilhar-se. O outro viajante foi Orfeu, o mais encantador dos músicos. Seu método foi tocar e cantar com tal doçura que mesmo o barco passando em frente às rochas das sereias, o canto dessas não era ouvido diante da música excelente que ele entoava. Seu método foi responder ao atrativo da sedução com um atrativo maior ainda. Este método é o método divino. Deus não nos impede forçosamente de pecar, mas nos insta a amá-lo de tal forma que sua voz seja mais doce aos nossos ouvidos que a voz de sedução.[17]

IV. UM PACTO SELADO – (14.22-26)

1. O símbolo do pacto – (14.22,23)

Esta cena é um dos pontos teológicos mais vibrantes no Evangelho de Marcos. Aqui Jesus interpreta o significa último da sua morte, diz Donald Senior.[18]

Jesus abençoa e parte o pão; toma o cálice e dá graças. Pão e vinho são os símbolos do seu corpo e de seu sangue. Com estes elementos Jesus instituiu a Ceia do Senhor.

A questão da Ceia tem sido motivo de acirrados debates na história da igreja. Não é unânime o entendimento desses símbolos. Há quatro linhas de interpretação:

Em primeiro lugar, a transubstanciação. A igreja romana crê que o pão e o vinho transubstanciam-se na hora de consagração dos elementos e se transformam em corpo, sangue, nervos, ossos e divindade de Cristo.

Em segundo lugar, a consubstanciação. O luteranismo crê que os elementos não mudam de substância, mas Cristo está presente fisicamente nos elementos e sob os elementos.

Em terceiro lugar, o memorial. O reformador Zwinglio entendia que os elementos da Ceia são apenas símbolos e que a ela é apenas um memorial para trazer-nos à lembrança o sacrifício de Cristo.

Em quarto lugar, o meio de graça. O calvinismo entende que a Ceia é mais do que um memorial, mas também, um meio de graça, de tal forma que somos edificados pela participação digna da Ceia.

2. O significado do pacto – (14.24)

O que Jesus quis dizer quando afirmou que o cálice representava um novo pacto? A palavra pacto é comum na religião judaica. A base da religião judaica consistia no fato de Deus ter entrado num pacto com Israel. A aceitação do antigo pacto está registrada em Êxodo 24.3-8. O pacto dependia inteiramente de Israel guardar a Lei. A quebra da Lei implicava na quebra do pacto entre Deus e Israel. Era uma relação totalmente dependente da Lei e da obediência à mesma. Deus era o juiz. E posto que ninguém podia guardar a Lei, o povo sempre estava em débito. Mas Jesus introduz e retifica um novo pacto, uma nova classe de relacionamento entre Deus e o homem. E não depende da Lei, depende do sangue que Jesus derramou.[19] O antigo pacto era ratificado com o sangue dos animais, mas o novo pacto é ratificado no sangue de Cristo.

A nova aliança está firmada no sangue de Jesus, derramado em favor de muitos. Na velha aliança nós buscávamos fazer o melhor para Deus e fracassamos. Na nova aliança Deus fez tudo por nós. Jesus se fez pecado e maldição por nós. Seu corpo foi partido, seu sangue vertido. Ele levou sobre o seu corpo, no madeiro, nossos pecados. Deus fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.

A redenção não é universal. Ele derramou seu sangue para remir a muitos e não para remir a todos (Is 53.12; Mt 1.21; 20.28; Mc 10.45; Jo 10.11,14,15,27,28; 17.9; At 20.28; Rm 8.32-35; Ef 5.25-27). Se fosse para remir a todos, ninguém poderia se perder.

3. A consumação do pacto – (14.25)

A Ceia do Senhor aponta para o passado e ali vemos a cruz de Cristo e seu sacrifício vicário em nosso favor. Mas ela também aponta para o futuro e ali vemos o céu, a festa das bodas do Cordeiro, quando ele vai nos receber como Anfitrião para o grande banquete celestial. Adolf Pohl diz que a ênfase está na reunião festiva com ele, não na duração ou dificuldade do tempo de espera. O crucificado será, vivo, o centro do banquete que Deus vai oferecer (Is 25.6; 65.13; Ap 2.7), e o sem-número de Ceias desembocará na “ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19.9).[20]

V. UM FRACASSO DESTACADO – (14.27-31)

1. Um alerta solene – (14.27)

Jesus, citando o profeta Zacarias fala que todos os apóstolos, sem exceção, vão se escandalizar com ele, quando ele for ferido. A atitude covarde dos discípulos fugindo no Getsêmani, depois da sua prisão não apanhou Jesus de surpresa.

Jesus predisse que todos se escandalizariam dele (14.27). Todos disseram que isso nunca aconteceria (14.31). Um pouco mais tarde, todos o abandonaram e fugiram (14.50).

2. Uma promessa consoladora – (14.28)

Jesus destaca aqui três verdades importantes.

Em primeiro lugar, fala sobre sua morte. Jesus veio para morrer e ele caminha para a cruz como um rei caminha para a coroação.

Em segundo lugar, fala sobre sua ressurreição. A morte não teria o poder de retê-lo na sepultura. Ele triunfaria sobre a morte.

Em terceiro lugar, fala sobre seu plano na vida dos apóstolos. Jesus se apressa em acrescentar que nem sua morte nem a fuga dos discípulos será definitiva. Ele ressuscitará e irá antes deles para a Galiléia. “O lugar do começo deles (3.14) haveria de ser também o lugar do novo começo deles (16.7)”.[21] O cristianismo não é um corolário de crenças e dogmas, mas uma Pessoa. Ser cristão é seguir a Cristo. Ele vai adiante de nós. Ele nos encontra e nos restaura nos lugares comuns da nossa vida.

3. Uma pretensão vaidosa – (14.29-31)

Pedro considerou-se uma exceção. Ele julgou-se melhor dos que seus condiscípulos. Ele pensou ser mais crente, mais forte, mais confiável que seus pares. Ele queria ser uma exceção na totalidade apontada por Jesus. Pensou jamais se escandalizar com Cristo. Achou que estava pronto para ir para a prisão e até para a morte. Jesus, entretanto, revela a Pedro que naquela mesma noite, sua fraqueza seria demonstrada e suas promessas serias quebradas. Os outros falharam, mas a falta de Pedro foi maior. Nas palavras de Schweizer: “Aquele que se sente seguro e se considera diferente de todos os demais cairá ainda mais profundamente”.[22] O apóstolo Paulo exorta: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia” (1Co 10.12). A Palavra de Deus alerta: “O que confia no seu próprio coração é insensato” (Pv 28.26).


REFERENCIAS

[1] Dewey M. Mulholland. Marcos: Introdução e Comentário. 2005: p. 206.
[2] William Hendriksen. Marcos. 2003: p. 698,699.
[3] Dewey M. Mulholland. Marcos: Introdução e Comentário. 2005: p. 207.
[4] Adolf Pohl. Evangelho de Marcos. 1998: p. 387.
[5] William Hendriksen. Marcos. 2003: p. 699.
[6] William Hendriksen. Marcos. 2003: p. 700.
[7] William Hendriksen. Marcos. 2003: p. 704.
[8] Warren W. Wiersbe. Be Diligent. 1987: p. 133.
[9] William Hendriksen. Marcos. 2003: p. 705.
[10] Ernesto Trenchard. Una Exposicion del Evangelio según Marcos. 1971: p. 176.
[11] William Barclay. Marcos. 1974: p. 336.
[12] Adolf Pohl. Evangelho de Marcos. 1998: p. 393.
[13] William Hendriksen. Marcos. 2003: p. 710.
[14] Adolf Pohl. Evangelho de Marcos. 1998: p. 397.
[15] Dewey M. Mulholland. Marcos: Introdução e Comentário. 2005: p. 210.
[16] Dewey M. Mulholland. Marcos: Introdução e Comentário. 2005: p. 210.
[17] William Barclay. Marcos. 1974: p. 345,346.
[18] Donald Senior. The Passion of Jesus in the Gospel of Mark. Liturgical Press. 1991: p. 53.
[19] William Barclay. Marcos. 1974: p. 349.
[20] Adolf Pohl. Evangelho de Marcos. 1998: p. 404.
[21] Adolf Pohl. Evangelho de Marcos. 1998: p. 406.
[22] Eduard Schweizer. The Good News according to Mark. John Know Press. 1970: p. 308.


Rev. Hernandes Dias Lopes

ESTUDO-23 A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE

ESTUDO-23 A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE

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ESTUDO-23

A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE

INTRODUÇÃO

Até aqui Marcos descreveu cinco confrontações entre Jesus e os líderes. Eles o acusaram de assumir prerrogativas divinas (2.7), relacionar-se com pessoas “ruins” (2.16), permitir que os seus discípulos “não guardassem” o sábado (2.24), de ele mesmo não guardar o sábado (3.2,6) e expulsar demônios por Belzebu (3.22). Esta confrontação, agora, centra-se ao redor de uma questão básica (7.5): “O que deve regular a vida: A tradição humana ou a Palavra de Deus?” A resposta de Jesus deu ensejo a que Jesus ensinasse acerca da verdadeira espiritualidade.


I. A ACUSAÇÃO – v. 1-5

1. A identidade dos acusadores – v. 1

Os escribas e fariseus eram os guardiões da tradição judaica. Eles eram farejadores de heresias. Eles eram detetives da vida alheia. Por onde quer Jesus andasse, eles estavam espreitando-o para encontrar alguma heresia para o acusador.

William Hendriksen diz que os escribas eram os especialistas da lei. Eles a estudavam, interpretavam e a ensinavam ao povo. Mais exatamente eles transmitiam para sua própria geração as tradições, que de geração em geração, tinham sido passadas com respeito à interpretação e aplicação da lei. Essas tradições tinham tido sua origem no ensino de rabinos veneráveis do passado. Os fariseus, por sua vez, eram aqueles que tentavam fazer todos crerem que eles, os separatistas, estavam vivendo, de acordo com o ensino dos escribas.


2. A prática dos acusadores – v. 3,4

A tradição dos anciãos correspondia a uma coleção de preceitos, adicionais à Lei de Moisés, que pretendia guiar o israelita na aplicação dos mandamentos através das variadas circunstâncias da vida. Segundo os rabinos, Moisés havia dado estes preceitos oralmente aos anciãos de Israel, os quais haviam transmitido do mesmo modo às gerações sucessivas.

Os escribas e fariseus transformaram a vida espiritual num fardo pesado com muitas regras e normas. Eles pensavam que da observância dessas muitas e detalhadas regras e cerimônias de purificação dependia a própria salvação deles. Eles chegavam ao extremo de toda vez que iam à praça ou ao mercado, ao voltarem para casa, purificavam o vasilhame e até as camas. Por ser a praça um centro de reunião de muitas pessoas, julgavam-na impura; além do mais, podiam esbarrar num gentio impuro. Assim, os judeus precisavam se purificar toda vez que chegavam em casa.


3. A pergunta dos acusadores – v. 5

Os fariseus e escribas estão escandalizados porque os discípulos de Cristo não purificavam as mãos para comer nem mesmo prestavam obediência à tradição dos anciãos. Essa acusação tinha o propósito de atingir a Cristo. Eles seguiam rituais vazios e queriam que os outros fizessem o mesmo. Eles estavam cegos e queriam conduzir os outros cegos para o abismo.

Essa lavagem de mãos nada tinha a ver com higiene pessoal ou a ordenança da lei, mas apenas com a tradição dos escribas e fariseus. Isso era mais um fardo que eles inventaram para o povo carregar (Mt 23.4).

Esses líderes religiosos cometeram dois grandes equívocos:

Em primeiro lugar, eles pensavam que por observar esses ritos eram melhores que os outros. Eles tinham um alto conceito de si mesmos. Eles eram jactanciosos e se julgavam mais santos, mais puros, mais dignos que as demais pessoas.

Em segundo lugar, eles estavam enganados quanto à natureza do pecado. A santidade é uma questão de afeição interna e não de ações externas. Eles pensavam que eram santos por praticarem ritos externos de purificação. O contraste entre os fariseus e escribas e os discípulos de Cristo não era apenas entre a lei e os ritos, entre a verdade de Deus e a tradição dos homens, mas uma divergência profunda sobre a doutrina do pecado e da santidade. Este conflito não é periférico, mas toca o âmago da verdadeira espiritualidade. Ainda hoje, muitos segmentos evangélicos coam mosquito e engolem camelo. Os escribas e fariseus em nome de uma espiritualidade sadia negligenciaram o mandamento de Deus (7.8), jeitosamente rejeitaram o preceito de Deus (7.9) e invalidaram a Palavra de Deus (7.13).


II. A REFUTAÇÃO – v. 6-13

1. Jesus descreve o caráter dos acusadores – v. 6

Jesus chama os seus contendores de hipócritas. O hipócrita é um ator, ele desempenha o papel de uma outra pessoa. Ele não é quem aparenta ser. Os lábios são de uma pessoa, mas o coração é de outra. John Charles Ryle alerta para o perigo de estarmos fisicamente na igreja e deixarmos nosso coração em casa, de sermos uma pessoa aqui e outra acolá.

William Barclay diz que a palavra hypokrites tem uma história interessante e reveladora. Começa significando simplesmente uma contestação; para significar logo aquele que contesta num diálogo ou um ator teatral, e finalmente significa alguém cuja vida é uma atuação sem nenhuma sinceridade. O hipócrita é o homem que esconde, ou tenta esconder suas intenções reais por trás de uma máscara de virtude simulada.

O hipócrita é aquele que fala uma coisa e sente outra. Há um abismo entre suas palavras e seus sentimentos, um hiato entre suas ações e seu coração, uma esquizofrenia entre seu mundo interior e o exterior.

William Hendriksen diz que um hipócrita é um enganador, fraudulento, impostor, uma serpente sobre a relva, e um lobo em pele de cordeiro. Ele finge ser o que, na verdade, não é.


2. Jesus revela a inversão de valores dos acusadores – v. 8

Os escribas e fariseus proclamavam ser defensores da ortodoxia. Mas o zelo deles não era em preservar e proclamar a Palavra de Deus, mas em manter a tradição dos anciãos. Eles haviam trocado a verdade pela mentira. William Hendriksen diz que eles eram culpados de colocar a mera tradição humana acima do mandamento divino, uma regra feita pelo homem acima de um mandamento dado por Deus. Os rabinos haviam dividido a Lei Mosaica, ou Torá, em 613 decretos distintos, com 365 deles sendo considerados proibições, enquanto 248 eram orientações positivas. Além disso, em conexão com cada decreto, haviam desenvolvido distinções arbitrárias entre o que consideravam “permitido”, e o que “não era permitido”. Por meio dessas distinções, eles tentavam regular cada detalhe da conduta dos judeus: seus sábados, viagens, comida, jejuns, abluções, comércio, relações interpessoais, etc.


3. Jesus aponta os desvios dos acusadores – v. 7-13

Os escribas e fariseus, tentando reprovar os discípulos de Cristo, para destruí-lo, foram denunciados de cometer vários desvios na prática da verdadeira espiritualidade:

Em primeiro lugar, o culto deles era em vão (7.7). Jesus responde os escribas e fariseus citando para eles a lei e os profetas, ou seja, Isaías 29.13 e Êxodo 20.12. A autoridade não está nos escritos dos rabinos, mas na Palavra de Deus. O culto só é verdadeiro quando é regido pela verdade de Deus e pala sinceridade de coração. Palavras bonitas sem verdade no íntimo desagradam a Deus. É uma grande tragédia que pessoas religiosas, ignorantemente, praticam sua religião e se tornam ainda piores.

Em segundo lugar, eles negligenciam o mandamento de Deus (7.8). Os escribas e fariseus eram culpados de colocar a mera tradição humana acima do mandamento divino, uma regra feita pelo homem acima de um mandamento dado por Deus. Eles deturparam o mandamento de Deus para manter a tradição dos homens. Eles deram mais valor à sua tradição oral do que a Palavra escrita de Deus.

Em terceiro lugar, eles rejeitaram jeitosamente o preceito de Deus (7.9-12). Os escribas e fariseus chegaram ao ponto de anular e invalidar um preceito infalível de Deus para confirmar sua tradição fraca e miserável. Jesus fala sobre o arranjo jeitoso que os rabinos fizeram para deturpar a quinto mandamento e liberar os filhos avarentos da responsabilidade de cuidarem de seus pais na velhice. Esses líderes proclamavam amar a Deus, mas não tinham amor pelos pais. O mandamento para honrar pai e mãe está fartamente documentado nas Escrituras. Honrar pai e mãe é mais do que simplesmente obedecer-lhes. O que realmente importa é a atitude interior do filho em relação aos seus pais. Essa atitude é o que, na verdade, produz honra. Toda obediência interesseira, relutante, ou produzida pelo terror é, descartada. Honra implica amor e alta consideração.

Como os escribas e fariseus anularam esse preceito bíblico? Pela errada aplicação da lei de Corbã. Quando um filho mal tinha a intenção de desamparar pai e mãe, sonegando a eles a assistência devida, dizia a eles que não podia ajudá-los, porque haviam dedicado esses recursos financeiros como oferta ao Senhor. Desta maneira ficavam “legalmente” isentos de socorrer os pais e não necessariamente, dedicavam essas ofertas a Deus. O filho que declarava: É Corbã, poderia, simplesmente, conservar o dom para seu próprio uso. Ernesto Trenchard coloca essa questão como segue:

A palavra Corbã quer dizer “dedicado a Deus”, e se empregava quando um homem queria dedicar seus bens à tesouraria do Templo. Mas, por um acordo com os sacerdotes israelitas, podia “dedicar” seu dinheiro ou sua propriedade ao Templo, ao mesmo tempo, que desfrutava deles durante a sua vida, deixando-os como um legado a serviço do Templo. Caso este homem, segundo a santa obrigação natural e legal, tivesse o dever de manter os pais idosos ou enfermos, os mesmos sacerdotes lhe impedia de ajudá-los com esses fundos que eram “Corbã”, para não subtrair o levado do Templo. Este caso suscitou a justa indignação do Senhor, pois por um ímpio subterfúgio, e sob uma aparência de piedade, se violava um dos principais mandamentos de Deus.

Em quarto lugar, eles invalidaram a Palavra de Deus (7.13). Os escribas e fariseus estavam não apenas ignorando, mas também invalidando a Palavra de Deus. Eles estavam retirando a autoridade divina do quinto mandamento. Por outro lado, estavam colocando em seu lugar uma tradição injusta e iníqua. Jesus deixa claro que a oferta de Corbã era apenas um exemplo dos muitos desvios desses falsos mestres.

O grande pilar da ortodoxia evangélica é a verdade de que a Palavra de Deus é nossa única regra de fé e prática. Esse marco tem sido removido ainda hoje. Preceitos de homens têm sido colocados no lugar da bendita Palavra de Deus.


III. O PRECEITO – v. 14-16

1. A contaminação vem de dentro e não de fora – v. 15

A verdadeira espiritualidade não é ritual nem cerimonial, mas procede da sinceridade do coração. Não é o que homem põe para dentro, mas o que sai do seu coração. Esse preceito de Jesus tem duas implicações:

Em primeiro lugar, Jesus refuta a ideia de que o homem é produto do meio. O mal não vem de fora, mas de dentro. O mal não está no ambiente, mas no coração. Jean Jacques Rousseau estava equivocado ao ensinar que o homem é bom por natureza. Jesus de Nazaré, o maior de todos os mestres, revela a maldade inerente do ser humano.

Em segundo lugar, Jesus refuta a ideia de que o ritualismo externo pode nos tornar agradáveis aos olhos de Deus. Lavar as mãos ou purificar utensílios não nos torna limpos aos olhos de Deus. Ele não atenta para a aparência, mas vê o coração. Ele busca verdade no íntimo.


2. Em vez de purificações cerimoniais devemos afiar nosso entendimento e nossos ouvidos – v. 14,16

Em vez de ser um prisioneiro do legalismo farisaico, Jesus exorta a multidão a ter uma espiritualidade governada pelo entendimento da verdade de Deus. Jesus dá uma grande ênfase à necessidade de ouvir e compreender. Não podemos seguir interpretações enganosas, antes devemos inclinar nossos ouvidos à Palavra de Deus.


IV. EXPLICAÇÃO – v. 17-23

1. A verdadeira pureza tem a ver com o coração e não com o estômago – v. 18-20

Jesus está acabando com a paranoia da religião legalista das listas intermináveis do pode e não pode. Jesus está declarando puros todos os alimentos. Não podemos considerar impuro o que Deus tornou puro (At 10.15). O alimento desce ao estômago, mas o pecado sobe ao coração. O alimento que comemos é digerido e evacuado, mas o pecado permanece no coração, produzindo contaminação e morte.


2. Os grandes males procedem do coração e não do ambiente externo – v. 21-23

Jesus aponta o coração como a fonte dos sentimentos, aspirações, pensamentos e ações dos homens. Essa fonte é, também, a fonte de toda contaminação moral e espiritual. Jesus não tinha ilusões sobre a natureza humana como alguns teólogos liberais e mestres humanistas da atualidade.

Marcos cita doze pecados que brotam do coração. Os seis primeiros estão no plural e os outros no singular. Os primeiros seis indicam más ações, enquanto os últimos seis falam do estado do coração, do direcionamento maligno, bem como das palavras que são relacionadas a essas ações. Há outras listas de pecados registradas no Novo Testamento.

O termo introdutório “os maus desígnios”, dialogismoi, literalmente significa “os maus diálogos”. Uma pessoa está quase sempre dialogando em sua própria mente, arrazoando, cogitando, deliberando. Esses diálogos provocam ações e estimulam o estado interior.

Vejamos em primeiro lugar, as seis ações pecaminosas.

Prostituição – O termo pornéia indica o pecado sexual em geral, todo comportamento sexual ilícito, seja dentro ou fora do casamento. A prostituição inclui a pornografia, a fornicação, o adultério, o homossexualismo, bem como, toda impureza moral.

Furtos - Na língua grega há duas palavras para furto: kleptes e lestes. Lestes é o bandoleiro, assaltante. Barrabás era um destes (Jo 18.40). Kleptes é um ladrão. Judas era um ladrão quando subtraía da bolsa (Jo 12.6). A palavra usada aqui é klopai. O furto é a apropriação indébita daquilo que não nos pertence. É a retenção intencional daquilo que pertence a outro: seja o governo civil, o próximo, ou mesmo Deus.

Homicídios - Inclui tanto o ato como o desejo de tirar a vida do próximo. Este pecado inclui tanto o ódio, como o assassinato e bem como o aborto.

Adultérios - Esta é a violação dos laços do matrimônio, envolvendo um ato sexual voluntário entre um homem e uma mulher com uma pessoa que não é o seu cônjuge. Jesus ampliou a transgressão desse pecado para o olhar cobiçoso (Mt 5.28).

Avareza - Avareza é um apego idolátrico às coisas materiais, sonegando toda sorte de ajuda ao próximo nas suas necessidades. O termo usado é pleonexiai, o desejo ardente de ter o que pertence a outros. A ganância é como uma peneira que nunca fica cheia.

As malícias - Isto poderia muito bem ser um somatório de todas as manifestações iníquas, tanto as já mencionadas quanto as outras.

Vejamos em segundo lugar, os pecados que retratam o estado do coração:

Dolo - O dolo pode ser definido como artimanhas do engano.

Lascívia - Impulso pecaminoso como luxúria e licenciosidade.

Inveja - É o desprazer de ver uma pessoa possuir algo. William Hendriksen diz que esse é um dos pecados mais destrutivos da alma. Ela é como podridão nos ossos (Pv 14.30). Nossa palavra inveja vem do latim in-video, que significa “olhar contra”, ou seja, olhar com má vontade para uma outra pessoa por causa do que ele tem ou é. Foi a inveja que provou a morte de Abel, jogou José no poço, provocou a revolta de Core, Datã e Abirão, levou Saul a perseguir Davi, gerou as palavras rancorosas do “irmão mais velho” do pródigo e crucificou Jesus.

Blasfêmia - Palavras abusivas e difamações. Refere-se à difamação do caráter, ao xingamento, à calúnia, linguagem desdenhosa ou insolente dirigida contra outra pessoa, seja diretamente para ela, ou pelas suas costas.

Soberba - A tendência maligna de imaginar-se melhor, mais hábil ou maior do que os outros.

Loucura - William Hendriksen diz que esse termo resume as cinco propensões e palavras anteriores.


CONCLUSÃO.

O remédio é um novo coração. É mais difícil ter um coração limpo do que mãos limpas. De fato, é impossível ter uma vida aceitável a Deus, com nossos corações contaminados longe de sua graça purificadora. O evangelho trabalha de dentro para fora, provendo a motivação interna necessária para adquirir caráter justo e para livrar-se “de toda impureza e acúmulo da maldade” (Tg 1.21).


Rev. Hernandes Dias Lopes

ESTUDO-22 VENCENDO OS GIGANTES

ESTUDO-22 VENCENDO OS GIGANTES

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ESTUDO-22

VENCENDO OS GIGANTES


Texto Base: 1º Samuel-17.0-1:28

INTRODUÇÃO

Muitas pessoas planejam triunfar na vida, e por um tempo sobem os degraus do sucesso, mas no final acabam fracassando.
Esse fato pode ser visto na saga esportiva brasileira. Em 1950 o Brasil hospedou a copa mundial de futebol. O Brasil era o mais forte candidato ao título. Venceu o México de 4 a 0. Empatou com a Suíça de 2 a 2. Venceu a Iugoslávia de 2 a 0. Goleou a Suécia por 7 a 1 e derrotou a Espanha de 6 a 1. Foi para a final no dia 16 de julho de 1950 contra o Uruguai dependendo apenas de um empate, mas foi derrotado no Maracanã por 2 a 1.

-Hoje vocês estão se sagrando campeões na primeira batalha da vida. Mas outras refregas virão. Há gigantes no caminho da vida que precisam ser enfrentados e vencidos. Os gigantes revelam quem somos: covardes ou corajosos. Há gigantes reais e fictícios. Exemplo: Os dez espias de Israel: “Somos aos seus olhos como gafanhotos”.

-Há desafios pela frente. O país passa por uma crise aguda. A economia está em crise. A saúde está em crise. A família está em crise. Há gigantes em cada esquina. Como vencê-los?

I. Você só vence gigantes quando tapa os ouvidos a voz de pessimismo do povo v.10,11.

1-O gigante Golias era um homem de mais de 3 metros de altura. Era uma duelista que infundia medo. O rei, seus exércitos e o povo tremia de medo. Durante quarenta dias o gigante afrontou os exércitos de Israel. Ninguém tinha coragem de lutar contra ele. A voz do povo era de total pessimismo. Mas Davi  não deixou o pessimismo do povo roubar a sua coragem. Ele enfrentou o gigante e o venceu.

2-A voz do povo é uma voz de fracasso. As pessoas comentam sobre a crise. Elas estão derrotas pela crise. Eles só olham para a altura dos gigantes. Mas é no tempo de crise que se revelam os heróis. É no ventre da crise que nascem os vencedores. Não escute a voz dos pessimistas. Não dê atenção aos medrosos. Você pode derrubar os gigantes. Você pode ser um vencedor. Exemplo:

 a) Isaque cavou poços no deserto. Semeou em tempo de fome e colheu a 30, a 60 e 100 por um;

b) Franklin Delano Roosevelt queria ser presidente dos EUA. Nascido em 30/01/1882 em New York. Estudou na Universidade de Harvard e Columbia. Exerceu a advocacia por um tempo, mas deixou para se dedicar à política. Aos 39 anos foi vítima de poliomielite, ficando paralítico da cintura para baixo. Ele não desistiu de seus sonhos. A multidão devia que ele jamais poderia ser presidente. Foi o único que foi eleito 4 vezes consecutivamente presidente dos EUA.

II. Você só vence gigantes quando triunfa sobre as criticas dos que estão a sua volta v. 28-30;

1-A crítica machuca quando vem de alguém que está acima de nós – Eliabe era o irmão mais velho.

2-A crítica machuca quando questiona as nossa motivações– Eliabe achou que Davi era motivado pela presunção.

3-A crítica machuca quando é continua – “Que fiz eu agora?” – Eliabe estava criticando Davi sempre.

4-A crítica machuca quando vem de pessoas que nos conhecem a muito tempo. Eliabe cresceu com Davi. Era seu irmão. Era da própria família. Quando mais íntima é a relação, mas dolorosa é a crítica.

5-A crítica machuca quando vem de pessoas que não acreditam em nosso potencial v. 31-33 – “Você não pode…”; “você não tem experiência”; “você é ainda muito jovem”.

6-A Revista Time de Abril de 1986 publicou um artigo sobre homens sem perspectivas de futuro:

A- Bethoven – “Esse jovem tem uma maneira estranha de manusear o violino. Prefere tocar suas próprias canções ao invés de aprimorar suas técnicas”. Seu professor o qualificou como SEM ESPERANÇA como compositor.

B- Walt Disney – Foi despedido por um editor de um jornal por FALTA DE IDÉIAS. Walt Disney foi à falência várias vezes.

C- Thomas Alva Edson – Seu professor lhe disse que ele era muito estúpido para aprender qualquer coisa. Registrou a patente de mais de 1.000 invenções.

D- Albert Einstein – Sua tese de doutorado em Bonn foi considerada irrelevante e sofisticada. Alguns anos depois seria expulso da Escola Politécnica de Zurich.

E- Luiz Pasteur – Foi apenas um estudante medíocre. Em Química foi colocado em décimo quinto lugar num grupo de 22. Inventou a penicilina.

F- Henry Ford – O primeiro a fabricar carros em série. Foi à falência cinco vezes antes de ser bem sucedido nos seus negócios.

7-Não deixe as críticas colocar medo no seu coração. Fuja dos críticos e enfrente e vença os gigantes.

III. Você só vence gigantes quando desiste de lutar com as armas alheias para ser Autentico v. 38-40;

1- Saul queria colocar uma armadura em Davi que não era dele. Davi disse: “Não posso andar com isto” e “Davi tirou aquilo de sobre si” (v. 38-39). Não podemos enfrentar gigantes com armas alheias.

2- Em tempos de crise as pessoas irão fazer com que você se torne iguais a elas. Seja você mesmo. Você é uma pessoa única, singular. Você pode vencer com os dons e talentos que Deus lhe deu. Você pode vencer no mesmo campo crivado de perdedores.

3- Não se assuste se os gigantes ameaçam você e tentam escarnecer de você. Agarre os gigantes pelo pescoço e triunfe sobre eles. Exemplo: Og Mandino em seu conselho para se viver com um vencedor.

IV. Você só vence gigantes quando está determinado a vencer v. 48;

1- Davi não andou para a linha de batalha, ele correu. Ele estava ansioso para ganhar, para vencer. Ele era um homem determinado.

2- Por que Davi escolheu 5 pedras? Ele pensou: “Se eu falhar na primeira, na segunda, na terceira, na quarta tentativa, eu não vou desistir.”

3- Deus não criou você para ser um fracasso. Ele quer conduzir você em triunfo. Não desista de lutar e vencer.

Exemplo: O maior presidente americano em todos os tempos foi Abraham Lincoln. Nasceu na roça. Trabalhou na enxada. Trabalhava para pagar os livros. Estudava à noite até às madrugadas. Seu nome é famoso no mundo inteiro com nome de ruas, avenidas, bancos, universidades, carros. Mas Lincoln era um homem determinado a vencer apesar das aparentes derrotas: Aos 22 anos fracassou em seus negócios. Aos 23 anos foi derrotado para a Legislatura. Aos 24 novamente fracassou em seus negócios. Aos 25 anos foi eleito para a Legislatura. Aos 27 anos foi vítima de um colapso nervoso. Aos 29 anos foi derrotado à candidatura de presidência da câmara. Aos 31 anos foi derrotado no Colégio Eleitoral. Aos 39 anos foi derrotado na sua candidatura ao Congresso. Aos 46 anos foi derrotado para o Senado. Aos 47 anos foi derrotado na sua candidatura à vice-presidência. Aos 49 anos foi derrotado na sua candidatura ao Senado. Aos 51 anos foi eleito presidente dos Estados Unidos. Não desista de lutar e vencer. Não se contente com nada menos do que a vitória. Ser um vencedor de gigantes!

V-  Você só vence gigantes quando reconhece que a vitória vem de Deus e a glória deve ser devolvida a Deus v. 37,45,47;

1- Davi entrou na peleja sabendo que é Deus quem nos conduz em triunfo. A vitória vem de Deus. É ele quem fortalece as nossas mãos para a batalha. Ele é o nosso criador, sustentador, redentor, protetor. Não vencemos por causa da nossa sabedoria, força ou estratégias.

Exemplo: Podemos nos sentir como aquele camundongo que estava atravessando uma ponte nas costas de um elefante. No meio do trajeto sobre o abismo, a frágil ponte balançou na sua estrutura. Quando eles chegaram do outro lado, o camundongo olhou para seu grande companheiro e lhe disse: “Rapaz, nós chacoalhamos aquele ponte, hein?”. Quando andamos com Deus é assim que nos sentimos, como um camundongo com a força de um elefante; e depois de atravessarmos as águas turbulentas da vida, podemos dizer como o camundongo: “Deus, nós chacoalhamos aquela ponte, hein?”

2- Saul e seu exército fugiu porque olharam para o tamanho do gigante. Davi venceu porque olhou para Deus. Quem olha para os gigantes se intimida e como os espinhas de Israel passam a sofrer a síndrome de gafanhoto. Mas quando nossos olhos estão em Deus podemos dizer: “Se o Senhor se agradar de nós, podemos”.

3- As vitórias que temos vêm de Deus e devemos dar glória ao nome de Deus. Esse culto não é para homenagear vocês, mas para louvar a Deus que lhes conduziu até aqui em triunfo. Só ele é digno de louvor. Só ele merece a glória. Só ele deve ser engrandecido. Devemos depositar aos seus pés as nossas coroas. Se você tem Jesus com você, você tem tudo. Em Cristo você tem vida, vitória, salvação, esperança. Exemplo: O homem rico que coleciona quadros famosos. “Quem tem o Filho tem tudo”.

Conclusão:

Vocês já venceram alguns gigantes. Mas outros virão. A luta continua. Não se deixem intimidar. Deus pode lhes conduzir sempre em triunfo. Exemplo: Roy Rigels no dia 01/01/1919 no jogo entre a Universidade da Califórnia e Geórgia. Era o jogo final. Fracassou no primeiro tempo. Seu técnico lhe disse: Você ainda tem o segundo tempo. Volte a campo e lute e vence. O jogo ainda não acabou. Ele voltou e venceu!


Por Hernandes Dias Lopes /


ESTUDO-21 VENCENDO A GUERRA: ESPIRITO , CARNE

ESTUDO-21 VENCENDO A GUERRA: ESPIRITO , CARNE

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ESTUDO-21

VENCENDO A GUERRA: ESPIRITO X CARNE.

TEXTO. Gl 5: 17.

INTRODUÇÃO

Há uma guerra incessante acontecendo na vida de todos. Não é a batalha da lei versus a graça. Esta já foi ganha por Jesus na cruz. É sim a guerra do Espírito versus carne: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si...”, Gl 5: 17.

A palavra Espírito está em maiúscula e, na gramática, isso significa que se trata de uma pessoa. Observe que Espírito e carne são opostos, são inimigos. Por não estar atento a isso, há cristãos que vivem no campo da derrota. Então, o que é necessário para ser vitorioso?

Vejamos:

1-Conhecendo a carne

Neste texto, carne não significa corpo ou matéria, não significa o palpável, o gerado e concebido por uma mulher. Não é o corpo físico. Por isso é que o nosso corpo não é a sede de todos os pecados. Quem pensa dessa forma está desvirtuando a Palavra de Deus deixada para orientação de nossas vidas.

Há cristãos que estão equivocados com esta passagem da Bíblia. Para muitos, o seu corpo tem sido o culpado vital de seus fracassos. Porém, esse texto faz alusão à natureza humana. No contexto, os pecados mencionados como obras da carne são pecados espirituais manifestados através do corpo, Gl 5: 19-21. A origem, a sede é a natureza humana; o corpo é apenas um instrumento que pode ser usado para satisfação da carne ou do Espírito, Gl 5: 16 e 24.

Andar a partir do senso e razão pessoal implica em viver sem a orientação de Deus, executar o próprio querer sem se importar com o querer de Deus. E é justamente nesse ponto que muitos cristãos têm tombado e perdido a guerra. Policiam tanto o corpo e se esquecem de tomar conta de suas intenções e vontades. Não conseguem se render inteiramente a Deus e ao Espírito Santo, que é o agente ativo na vida do cristão.

Assim, há uma guerra sendo travada na psique humana, isto é, a carne, as vontades pessoais, a razão humana lutam incansavelmente contra o Espírito. São duas vontades lutando em uma só mente. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”, Rm 7: 18-19.

Veja bem, Paulo desejava o bem, porém sua razão não propiciava o realizá-la. É a natureza carnal que faz com que o cristão realize coisas que não quer. Por exemplo: será que uma pessoa tem inveja por que quer? Ou será que tem ciúmes por que deseja?

Preste atenção no que Paulo afirma: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” - O que é isso? É guerra entre a natureza pecaminosa e a natureza Santa do Espírito. É guerra da vontade própria e contra a vontade de Deus. Na verdade, existe uma resistência involuntária da parte humana, e é esta resistência que cria este atrito espiritual, ou seja, é a nossa carne resistindo à vontade de Deus.


2-Conhecendo o Espírito

Mas que Espírito é este? Bem, este é o Espírito de Deus, o qual passa a fazer morada no coração humano quando este aceita a Jesus Cristo como seu Salvador. O Espírito Santo é o agente responsável em conduzir o crente a fazer a vontade de Deus.

Dessa forma, é possível entender porque há uma guerra irreconciliável instalada na mente do cristão. Esse texto de Gálatas é uma prova irrefutável de que existem dois antagonistas (adversários) agindo no coração do crente. Não há outra maneira para explicar o fato de que nem sempre o cristão obedece aos ditames de sua consciência. Se isso tem acontecido é porque existe um ser vivo resistindo e afrontando o nosso próprio querer. Este ser é o Espírito Santo que revela a vontade de Deus para todos.

Jesus não prometeu o Espírito Santo simplesmente para que falássemos em línguas estranhas. Também foi para auxiliar o cristão a subjugar o próprio eu, para fazer guerra contra a natureza carnal. Por isso, para que o crente ande no Espírito, o apóstolo Paulo recomendou: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”, Ef 5: 18.

Intimidade com o Espírito Santo é fundamental para uma vida cristã vitoriosa. Ele é o opositor da carne, é o que docemente constrange o crente a fazer a vontade de Deus. Agora que o leitor já conhece os antagonistas e um pouco desse conflito interior, pode-se perguntar: o que fazer para ser vitorioso?

3-Espírito x carne, quem vence?

Esta guerra nada mais é do que o querer do ser humano versus o querer de Deus. Pois bem, o ser humano é onisciente? É onipotente? É onipresente? Claro que não. O ser humano é impotente diante de Deus. Mas, mesmo sabendo disso, a natureza carnal se opõe à vontade de Deus. O resultado é a batalha que se trava na mente humana.

No dia-a-dia, o Espírito Santo não importa com os desejos da carne, e sim com o que Deus acha de uma situação. O Espírito tem a incumbência de fazer valer na vida do cristão a vontade do Senhor. Mas para que obtenha total êxito sobre a carne, é preciso que o crente aprenda a viver na dependência de Deus, que reconheça que o seu querer está contaminado pelo pecado, que assuma, de forma cabal, que é da sua natureza carnal que fluem os desejos pecaminosos, Mt 15: 19.

Muitos vivem na derrota porque não têm andado na dependência de Deus. O crente deve estar consciente de que só vencerá se render sua vida a Deus. Por esse caminho, o Espírito Santo tomará o controle total de sua vida. A carne será mortificada e o Espírito será vencedor. Jesus deixou um exemplo sobre o que é viver no Espírito: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua”, Lc 22: 42.

Deus quer que o cristão tenha constantes vitórias. Mas para isso o Espírito tem que vencer a carne. Então o leitor deve viver no Espírito. Mas o que é viver no Espírito? Paulo responde: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”, Gl 2: 20.


Conclusão


A carne, na verdade, tenta constantemente nos impulsionar para baixo, para a derrota, enquanto o Espírito se esforça para nos impulsionar para cima, para a vitória. Porém, para que haja um vencedor, é necessário dar a sua contribuição, fazer a sua parte, que é se render ao agir do Espírito Santo de Deus. Seja um vitorioso.

ESTUDO-20 OPRESSÃO E POSSESSÃO

ESTUDO-20 OPRESSÃO E POSSESSÃO

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ESTUDO-20

OPRESSÃO E POSSESSÃO.

Marcos 5: 1-20

 INTRODUÇÃO

A ação de Satanás para atingir os filhos de Deus não é novidade para nós, cristãos. A Palavra está repleta de versículos e relatos que falam acerca das constantes tentativas do diabo de derrotar os salvos. Jesus preparou seus discípulos para que tivessem vitória na luta contra o inimigo, Mt 26: 41.

Neste estudo vamos analisar dois assuntos de grande interesse relacionados à batalha espiritual: opressão e possessão demoníaca. São estratégias do inimigo para ir assumindo o controle da vida das pessoas.


I - OPRESSÃO

Opressão é a presença de demônios em determinados ambientes e sua influência direta sobre as pessoas. Há no Novo Testamento diversas referências à opressão demoníaca, Lc 4: 18; At 10: 38. As forças do mal invadem o local e o tornam pesado e carregado. Os demônios assediam as pessoas que moram ou frequentam aquele lugar, exercendo pressão sobre elas e, muitas vezes, as levam à exaustão e à depressão. Essa invasão maligna só ocorre quando se dá lugar à ação do diabo.

a) Os demônios procuram nossos pontos mais vulneráveis. Com isso, enfraquecem nossa resistência moral e espiritual. Eles trazem a preguiça, o desânimo, as incertezas, a indiferença, a desobediência, etc. Para trazer males à igreja, o inimigo procura agir com frequência na família. E muitas abrem as portas para o tentador. Quantas que, quando se reúnem, o que mais gostam de fazer é falar mal dos outros. São lares onde as palavras são instrumentos de destruição, ao invés de bênção e edificação.

b) Todos os seres humanos, inclusive o crente, estão sujeitos à opressão. A opressão pode atingir qualquer área da vida. As mais afetadas são as seguintes:

- Moral, levando à mentira, prostituição, roubos, assassinatos, etc;
-Física, causando enfermidades e doenças. O diabo oprimiu Jó e, mediante permissão de Deus, trouxe-lhe enfermidade. No entanto, nem todas as enfermidades e doenças são de origem maligna;
-Material, levando o homem à obsessão por bens, dinheiro, cargos, etc;
-Espiritual, induzindo à idolatria, à prática de ocultismo.

c) Como obter vitória? O crente que luta contra essa ação do maligno é vencedor, porque seus pés estão firmados na Rocha Eterna, Sl 40: 2. A maneira que Jesus ensinou para vencermos o maligno é atacá-lo pela oração, jejuns e proclamação da Palavra, destruindo suas armas de engano e tentação demoníacas, Mt 17: 21.



II - POSSESSÃO

Se a opressão é a presença de demônios em torno da pessoa, a possessão é a presença de um ou mais demônios dentro dela, Mc 5: 9-13. A opressão opera de fora para dentro, já a possessão, de dentro para fora. É sinal de que o diabo alcançou grande domínio sobre a vida da pessoa.

a) Demônios controlam reações. Quando os demônios não apenas dominam o ambiente, mas passam a controlar uma pessoa, existe um típico caso de possessão. Em Mc 5: 1-20 há um exemplo disso. O homem andava sempre nu, Lc 8: 27, de noite e de dia clamando entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.

Quando uma pessoa está possessa, ela perde o controle de si mesma. O homem gadareno (Marcos 5) tinha o corpo dominado e usado por demônios, vv. 1-4; perdera a sensibilidade física (não sentia dor, frio, fome), v. 5, bem como o controle das faculdades: voz, ação, locomoção, vv. 6-7.

No entanto, depois de libertado por Jesus, foi encontrado assentado, vestido e em perfeito juízo. Outros casos de possessão demoníaca podem ser vistos em Mc 9: 17-27; Mt 9: 32, 33; 12: 22. Alguns deles estão ligados a enfermidades.


b) Opressão e possessão podem atingir o crente?

Quanto à opressão, o crente deve estar atento, pois o inimigo vai persegui-lo a cada dia, a cada esquina, a cada passo, para tentar derrubá-lo ou desviar de seu propósito de busca de santidade e da consequente comunhão com o Senhor. Ele anda ao derredor. Apenas ao derredor.


Quanto à possessão, Ef. 1: 13 diz que o verdadeiro crente é selado com o Espírito Santo e a Palavra também ensina que luz e trevas não têm como coexistir, Jo 8:12; 1:5; 12:46. O crente tem um só Senhor vivendo em seu coração e dirigindo sua vida. Assim, onde a luz entrou, as trevas desapareceram. Quando o Espírito Santo entra na vida do cristão, transforma seu caráter e seu estado anterior de trevas, substituindo-os pela luz. Neste caso, a presença do Espírito Santo no crente, afasta a possibilidade de que as trevas tornem a dominar sua vida material e espiritual, At 26:18.


Na verdade, nossa batalha contra falhas pessoais e aberturas de brechas para que o inimigo possa atirar uma seta deve ser constante. Que nossas atitudes e as palavras que proferimos venham a se constituir em bênção a todos, Ef 4: 29; que confessemos a vitória, Fp 4: 3; que vigiemos e oremos em todo tempo, Mc 14: 38; Lc 22: 40.

Maior é o que está em nós. Deus nos chamou para abençoar a todos indistintamente. Abençoar é declarar o bem das pessoas, crendo que Deus endossará as nossas palavras. Abençoar é clamar a Deus em nosso benefício ou de alguém, Nm 22: 6.



III - A VITÓRIA EM CRISTO, Fp 3: 12-14

Cristo libertou-nos para que pudéssemos apresentar a Deus, voluntariamente, nossa adoração, reverência, fé, amor e esperança. Jesus nos devolveu a alegria de uma comunhão sincera com Deus. Nosso espírito está livre. Nossa alma, outrora escravizada pelo inimigo, estava  oprimida, desfalecida. Contudo, agora, liberta por Deus, ela libera:

-A força do seu intelecto. Servimos a Deus com inteligência, Rm 12: 2;

-A força emotiva. Antes, chorávamos de tristeza; agora choramos de alegria pela presença de Jesus, Sl 126:3;

-A força da memória. Esquecemo-nos do que ficou para trás, prosseguindo para o alvo da nossa vocação, isto é, do chamado por Deus, Fp 3: 13;

-A força da consciência, fazendo tudo para agradar a Deus, de livre e espontânea vontade, 1Jo 3: 22;

-A força do seu raciocínio, meditando e agradecendo a Deus pela grande salvação e libertação oferecidas por Jesus Cristo, Hb 2: 3.


ESTUDO-19 O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS

ESTUDO-19 O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS

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 ESTUDO-19

O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS
O MÉTODO BÍBLICO DE BATALHA ESPIRITUAL

   Como se deve guerrear contra o inimigo?
   Quais são as armas disponíveis?
   As Escrituras nos dão o método de combate que deve ser seguido se quisermos ter, realmente, vitória contra as força demoníacas.

 A seguir veremos as armas de ataque que estão à nossa disposição.

I — AS ARMAS DE ATAQUE
 
1 — A Pregação do Evangelho

   Eis uma arma eficaz contra o inimigo: a pregação da verdade!
   “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10:13-17)

 Diante desta maravilhosa declaração do apóstolo Paulo, pode-se chegar à conclusão que a pregação do Evangelho é poderosa, por si só, para salvar o perdido. A fé vem pela pregação da Palavra de Deus e não através de “orações de guerra”.
 
Champlin comenta sobre este texto da seguinte forma:
   “O propósito da pregação cristã é o de despertar a fé nos homens, dirigindo-lhes a alma para o seu destino apropriado. Paulo reitera aqui a mensagem constante nos versículos catorze e quinze, mostrando que a pregação com que os missionários da cruz obtinham convertidos, e que precisava ser ouvida para que pudesse haver fé, é a mensagem de Cristo.”
(R. N. Champlin — O NOVO TESTAMENTO INTREPRETADO, VERSÍCULO POR VERSÍCULO, pág. 780)
 
Está escrito:
   “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)
   É a verdade de Deus, Cristo, que liberta!
   Não é ordenando a demônios que liberem as pessoas: este poder quem tem é o evangelho e é exatamente por isso que devemos comunicá-lo!

  Jesus não comissionou seus discípulos a “amarrar” demônios nas regiões celestiais, mas comissionou-os a pregar o Evangelho:
   “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)
   “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28:19)
   O apóstolo Paulo, quando se converteu, foi logo pregar o evangelho na sinagoga (Atos 9:20); em suas viagens missionárias pregava o evangelho (Romanos 15:18-20); exortou ao seu filho na fé, Timóteo, que pregasse a Palavra (2 Timóteo 4:2); e, no final de sua carreira, quando estava preso, ainda pregava o evangelho (Atos 28:31).

 Jesus Cristo e o apóstolo Paulo enfatizaram a pregação do evangelho como arma para converter os incrédulos.
   Se “amarrar” e “destituir” principados e potestades antes de anunciar a Cristo fosse tão importante, porque Jesus e Paulo não nos chama atenção para um fator tão importante?

   Sobre isto Ricardo Gondim comenta:
   “O triunfo dos cristãos na batalha espiritual acontece muito mais como o resultado da proclamação da verdade que confrontos de poderes. O poder por si só não pode libertar os cativos. A verdade liberta.”
(Ricardo Gondim — OS SANTOS EM GUERRA, pág. 174)

  O evangelho de Cristo é, em si mesmo, poderoso para a salvação daqueles que creem.
   É claro que pode-se variar nos métodos de comunicação deste; no entanto, não se pode fiar nestes métodos para a salvação do perdido.

2 — Intercessão

   A palavra “intercessão” vem do latim — “intercedere” — e significa “ficar entre”.
   No caso da oração é aplicada ao ato da petição, súplica a Deus por algo ou alguém.
 
Paulo, em sua carta a Timóteo, reconhece o valor da súplica em parceria da pregação do evangelho para a salvação:
   “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2:1-4)
 
É necessário observar-se que a forma de oração que Paulo exorta para que se faça é: súplica, intercessão e ação de graça.
   Quando se olha para a oração que Paulo exorta a ser feita, pode-se denominá-la de “oração evangelística”: esta é a oração — constituída por súplicas, intercessões e ações de graça — feita por todos homens, com o propósito de viver-se tranquilamente e salvar aqueles que estão perdidos.

 A intercessão é uma arma para lutar contra o diabo pelas vidas que estão perdidas.

 O apóstolo Paulo ainda fala sobre o valor da oração:
   “E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho.” (Efésios 6:19)

 Percebemos que, quando se observa os modelos de oração nas Escrituras, palavras do tipo “suplicar”, “rogar”, “segundo a tua vontade”… são comuns e significativamente repetitivas.
   Elas têm grande significado para o cristão: nelas encontra-se intrínseca a confiança em Deus para todas as ocasiões da vida, inclusive para o dever de evangelização.

 O evangelismo deve ser recheado pela oração, assim como fez Jesus (Marcos 1:35) e os apóstolos (Atos 4:31); mas esta oração, para ser eficaz, deve ser feita a Deus, o Pai da luzes, e não ao diabo!

 II — AS ARMAS DE DEFESA

   Quando o cristão vale-se das armas de ataque, bíblicas, para saquear o território do inimigo, é lógico que este irá reagir.
   E quando isto acontecer… o que fazer?
 
Ao descrever a armas espirituais do crente, Paulo diz o propósito:
   “… para que possais resistir no dia mau.” (Efésios 6:13b)
 
Este vocábulo, “resistir”, é um verbo — do grego,  αντιστηναι — que exprime a ideia de opor-se, defender-se, fazer face a, colocar-se contra, permanecer firme.

 A ideia que expressa por este vocábulo é a de não retroceder diante dos ataques do inimigo, para não lhe conceder nenhuma vantagem ou vitória.
   Ele aparece, também, em passagens como Tiago 4:7 e 1 Pedro 5:9.

 A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer face ao diabo?
   Em Efésios 6:14-17, Paulo passa a dizer que o crente deve resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus.

1 — A Armadura de Deus
 
Quando Paulo cita a armadura, ele tinha em mente o soldado romano, preparado para a guerra: ele usa esta figura para exemplificar a luta do crente e como este pode vencer.
   A metáfora denota o revestimento do Senhor Jesus que o crente deve ter: todas as partes da armadura são pertencentes ao caráter de Cristo e são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo.
 
Alguns “vestem” a armadura ao proferir algumas orações, como algo místico de eficácia instantânea… no entanto, não creio que essa fosse a intenção que Paulo tinha em mente.
   É certo que o apóstolo, quando advertia os crentes a vestirem a armadura de Deus, estava pensando no revestir-se da natureza moral de Cristo; revestir-se do próprio Cristo.
   Portanto, essa é a arma que Deus nos oferece para resistir no dia mau.
   A seguir, veremos as armas de defesa que as Escrituras nos oferecem:

2— A Verdade

 O cinto, ou cinturão, era posto em torno da cintura, usado com a finalidade de apertar a armadura em volta do corpo e sustentar a adaga e a espada.

 Esta verdade poderia, muito bem, significar a verdade moral — o oposto da mentira — o que seria lógico, pois satanás é o pai da mentira!
   No entanto, é certo que o significado desta verdade, exposta por Paulo, vai muito além do significado de verdade ética: considera-se que esta verdade é a verdade de Deus, ou seja, a verdade cristã — o conjunto das doutrinas cristãs — que é o que sustenta tudo o mais (conforme o mesmo uso da palavra denota em Efésios 4:15).
 
3— A Justiça

 A couraça era uma peça da armadura romana que constituía-se em duas partes: a primeira, cobria a região do tórax, e a outra parte cobria a região das costas. Esta peça, tinha a finalidade de proteger as regiões vitais do corpo.
   Paulo, ao usar esta peça como metáfora, para exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em Romanos 8 ele comenta que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem o justifica.

 Isso quer dizer que:

1-Não podemos confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o inimigo, mas confiar na justiça que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por isso, é que nada, nem anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus;

2-Quando somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da santificação; uma obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de forma gradual, o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo — Paulo aplica este termo, desta forma, em Efésios 4:24 e 5:9.
 
4 — O Evangelho da Paz
 
A sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita de couro e possuía vários cravos, formando uma camada espessa.
   Esta peça tinha a finalidade de proteger os pés do soldado onde quer que ele fosse.
 
Para esta peça, são usadas algumas interpretações, como a que diz que Paulo está se referindo ao evangelismo.
   No entanto, é preferível a interpretação de que Paulo se refere à paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo, que o Evangelho proporciona: esta paz é a tranquilidade mental e emocional — oriunda da consciência da plena aceitação da parte de Deus — que o crente tem por onde vai, e em toda e qualquer situação.

 5— A Fé

 O escudo, usado como ilustração pelo apóstolo, era grande o bastante para proteger o corpo inteiro do soldado: era formado de duas partes de madeira, recobertas de lona e, depois, de couro.

 Aqui, o apóstolo Paulo, refere-se a fé salvífica — de acordo com o contexto de Efésios 1:15, 2:8; 3:12 — que produz entrega total da alma do crente a Cristo.
   É a crença que Cristo, como Senhor, domina, controla e dirige todos os aspectos da vida do crente.
   Esta fé tem a eficácia de anular os dardos inflamados o maligno.
 
6— Salvação

 O capacete, usado por Paulo para exemplificar a salvação, era formado de couro grosso ou metal, sendo usado para proteger o soldado dos possíveis golpes de espada proferidos contra sua cabeça.

 A salvação do crente — recebida pela graça divina mediante a fé — é o que o livra dos ataques aterradores do diabo: é uma proteção divina para o guerreiro que é crente.
   Quando a pessoa é salva da morte e do pecado através de Cristo, ela está escondida em Cristo e o diabo não a toca.
 
É interessante notar que todas as demais peças da armadura eram vestidas pelo guerreiro, mas o escudo era recebido: o seu escudeiro colocava nele!
   Isso denota a graciosidade da salvação, que é pela graça e, por isso, de graça!
 
7— A Palavra de Deus
 
Poder-se-ia pensar que a espada é uma arma de ataque — e realmente o é — no entanto, ela, também, pode ser usada como defesa… e o contexto do texto de Efésios nos dá o subsídio necessário para pensar que, aqui, ela é usada para defesa.

 O que Paulo queria dizer usando a espada como ilustração?
 Certamente ele estava falando da atuação do Espírito na vida do crente, de tal forma, que torna a Palavra de Deus uma força viva na vida diária, a torna eficaz em nós e torna vigoroso o uso que fazemos dela.

 Assim como a espada é morta quando não manuseada, assim é a Palavra sem o atuar do Espírito na vida de quem a lê: a Palavra de Deus, respaldada pelo Espírito Santo, dá vida e é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, sendo apta até mesmo para discernir as intenções do coração (veja Hebreus 4:12).
 

Alguns interpretam este texto como se dissesse para usar a declaração de versículos contra o diabo… no entanto, o diabo não corre da mera declaração de versículos, mas, sim, da eficácia que a operação das Escrituras, através do Espírito Santo, obtém na vida do crente.